segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Heia - Ritos Noturnos (2014)





Heia - Ritos Noturnos (2014)
(Diabolic Records/Headbanger Force/Misantrophic Records/Impaled Records)

01. Sombras da Imensidão   
02. Maldade e sua Imponente Presença   
03. Ritos Noturnos   
04. Onde as Trevas Predominam   
05. Elizabeth Bathory (Cover)   
06. Negro Pandemonium de Almas Infernais   
07. Face do Mau   
08. Sangue no Terreno dos Cristãos   
09. Sangue no Pentagrama

Surgida em Goiás e com 15 anos de estrada, a horda Heia chega a seu terceiro trabalho de estúdio, Ritos Noturnos, sucessor de Magia Negra (debut de 2006) e E no Início (uma complicação das duas primeiras demos, de 2012). A primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de estarem soando mais maduros e técnicos que nos trabalhos anteriores, algo natural em se tratando de um grupo com uma década e meia de carreira.
Apesar dessa maior dose de técnica e maturidade, a sonoridade presente continua sendo aquele Black Metal tradicionalmente ríspido e agressivo que marcou os trabalhos anteriores da banda. Aqui não existe espaço para invencionices e frescurinha sinfônicas, mas apenas para riffs gélidos e pesados, vocais rasgados e insanos e uma cozinha que se não abusa da técnica, consegue ser precisa e dar boa variedade as nove faixas presentes em Ritos Noturnos. As músicas variam entre aquelas mais velozes e outras mais cadenciadas, tornando a audição bem agradável e permitindo a adição de algumas boas melodias aqui e ali, mas sem que isso faça a horda perder seu ar blasfemo e sua rispidez. O teclado até surge uma vez ou outra, mas de forma muito equilibrada e discreta e sem comprometer em nada a sonoridade do Heia. As letras são em português e casam perfeitamente com a proposta aqui apresentada, agradando em cheio os fãs do estilo. Para mim, os grandes destaques ficam por conta de “Sombras da Imensidão”, “Ritos Noturnos”, “Face do Mau”, “Sangue no Terreno dos Cristãos” e o cover para “Elizabeth Bathory”, do húngaro Tormentor (banda do grande Attila Csihar) e que contou com a participação de Mághor (Cheol) nos vocais. Outra participação importante no álbum foi a do baterista Escaravelho (Escaravelho do Diabo), que tocou na já citada “Sangue no Terreno dos Cristãos” e em “Sangue no Pentagrama”.
Como não poderia deixar de ser dentro da proposta de extremismo da horda, a sonoridade aqui é bem suja e crua, mas passa longe de ser aquela coisa tosca que alguns apresentam por ai, pois a produção conseguiu deixar tudo bem audível e equilibrado, mas mantendo a aura negra necessária ao Black Metal apresentado. Em suma, Ritos Noturnos é mais um belíssimo trabalho originário de nosso underground no ano de 2014 e vai agradar em cheio aqueles que apreciam um bom artefato negro.

NOTA: 8,0



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