quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Battle Beast - No More Hollywood Endings (2019)


Battle Beast - No More Hollywood Endings (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)


01. Unbroken
02. No More Hollywood Endings
03. Eden
04. Unfairy Tales
05. Endless Summer
06. The Hero
07. Piece of Me
08. I Wish
09. Raise Your Fists
10. The Golden Horde
11. World on Fire
12. Bent and Broken (bônus track)
13. My Last Dream (bônus track)

Desde que surgiu para o mundo, como vencedor do Wacken Metal Battle Contest, em 2010, o Battle Beast começou sua escalada progressiva rumo ao topo, com 3 ótimos álbuns, Steel (11), Battle Beast (13) e Unholy Savior (15). Infelizmente, naquele que parecia o seu melhor momento, o guitarrista e principal compositor, Anton Kabanen, rompeu com a banda alegando divergências irremediáveis, e partiu para um novo projeto, o Beast in Black. As inseguranças e dúvidas geradas com sua partida e em como a banda lidaria com isso, começaram a ser dissipadas com o bom Bringer of Pain (17), seu trabalho mais acessível até então, dadas as doses maiores de influências Pop e Hard/AOR. O peso continuava lá, mas o caminho futuro estava mais que indicado.

Dessa forma, No More Hollywood Endings, seu 5º trabalho de estúdio, é um passo mais do que lógico e esperado, e não deve surpreender ninguém o fato de ser ainda mais acessível e comercial que seu antecessor. Mas calma, isso não quer dizer que a banda abandonou suas raízes metálicas, pois elas ainda se fazem muito presentes. A realidade é que o sexteto finlandês consegue unir de forma muito inteligente, peso e acessibilidade, além de claro, qualidade. É como se estivéssemos diante de um híbrido do Nightwish com o Sabaton e o The Night Flight Orchestra. Elementos sinfônicos são utilizados para dar um clima pomposo e épico, enquanto os teclados de Janne Björkroth dão aquele ar de Hard/AOR as canções. Ao mesmo tempo, o peso das guitarras de Juuso Soinio e Joona Björkroth – quando estas suplantam a força dos teclados –, e da parte rítmica de Eero Sipilä (baixo) e Pyry Vikki (bateria), nos fazem lembrar que estamos diante de um álbum de Heavy Metal. Noora Louhimo é um caso a parte, pois seus vocais são o diferencial do Battle Beast, o que os tira da vala das bandas comuns. Poderosa, variada e acima da média, ela é, me perdoem pelo trocadilho, o coração da besta de batalha finlandesa. 


A abertura, com “Unbroken”, deixa bem clara a proposta atual do Battle Beast. Os elementos sinfônicos dão pompa a canção, as guitarras transmitem energia, peso, enquanto os teclados nos jogam em uma espiral de Hard/AOR, tudo isso acompanhado de um refrão grudento. Se eu tivesse que definir o álbum em apenas uma música, essa seria minha escolha. A cativante “No More Hollywood Endings” se destaca principalmente pelos vocais, melodias marcantes e bom uso dos sintetizadores, enquanto “Eden” é outra que cativa pelas melodias, pela intensidade e pelo peso, já que é um desses momentos onde as guitarras suplantam os teclados. E o refrão, é desses para cantar juntos. Os anos 80 surgem com toda força nas duas canções seguintes, “Unfairy Tales”, com uma leve pegada mais pop, e principalmente com “Endless Summer”, uma daquelas baladas cafonas que as bandas de Glam do período faziam com perfeição. O diferencial é que os vocais de Noora salvam a música da breguice. “The Hero” é uma canção forte, com boas guitarras e teclados, enquanto a ótima “Piece of Me”, com seus vocais mais agressivos e ótimos riffs, me remeteram aos melhores momentos da carreira solo de Doro. “I Wish” é uma balda com certa pompa e melancolia, mas que não empolga muito; “Raise Your Fists” é um Heavy correto e com bons riffs, enquanto a bombástica “The Golden Horde” nos remete as raízes Power Metal da banda. Encerrando a versão normal do álbum, temos “World on Fire”, com sua boa energia e melodias cativantes. A versão nacional ainda conta com mais 2 faixas, que saíram na versão em digipack europeia, a açucarada “Bent and Broken”, e a forte “My Last Dream”.

A produção e mixagem foram realizadas por Janne Björkroth, enquanto a masterização ficou por conta de Svante Forsbäck (Amorphis, Candlemass, Entombed A.D., Sonata Arctica), que já havia trabalhado com a banda em seu debut, Steel. O resultado é muito bom, já que aliou uma clareza cristalina com peso, sem deixar aquele ar artificial. Já a capa e todo o layout do encarte, foi mais uma vez obra de Jan "Örkki" Yrlund (Delain, Impaled Nazarene, Korpiklaani, Manowar). Conseguindo equilibrar seu lado mais pesado com o mais acessível, o Battle Beast prova de uma vez por todas com No More Hollywood Endings, que consegue sim, caminhar muito bem sem a força criativa de Anton Kabanen. Mostrando muito daquela força e energia do passado – mesmo com uma sonoridade diferente dos primeiros álbuns –, um futuro muito promissor se descortina diante dos olhos do sexteto finlandês. Agora, é esperar o próximo passo e descobrir se conseguem manter o nível aqui apresentado.

NOTA: 84

Battle Beast é:
- Noora Louhimo (vocal);
- Juuso Soinio (guitarra);
- Joona Björkroth (guitarra);
- Eero Sipilä (baixo);
- Janne Björkroth (teclado);
- Pyry Vikki (bateria).

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