Swallow the Sun – When a Shadow Is Forced into the Light (2019)
(Century Media – Importado)
01. When a Shadow is Forced into the Light
02. The Crimson Crown
03. Firelights
04. Upon the Water
05. Stone Wings
06. Clouds on your Side
07. Hear on the Black Earth
08. Never Left
Mesmo em um mundo como o de hoje, de relacionamentos fluídos, líquidos, onde poucos se permitem sentir além da superficialidade, o amor ainda é a mais forte de todas as forças motrizes existentes. É ele que faz girar a grande roda da vida, pois, querendo ou não, é um sentimento intrínseco ao ser humano, mesmo que este não o deixe vir à tona, dada as agruras da nossa existência. É o amor, por algo ou alguém, que sempre faz com que as pessoas deem um passo a frente, mesmo com a escuridão diante de si. Amar é muito forte, e como qualquer sentimento de tamanha intensidade, carrega ao seu lado a dor, que surge forte e inominável nos momentos de perda. Amor, perda e dor, tudo isso define o novo álbum do Swallow the Sun.
Quando fechou o ano de 2015, o futuro do Swallow the Sun parecia brilhante, pois, haviam lançado uma verdadeira obra-prima, o álbum triplo Songs from the North I, II & III, onde mostraram todas as suas facetas, do Funeral Doom ao Gothic Rock. A única incerteza existente era de qual o caminho a ser seguido, dada a grande variedade apresentada no trabalho em questão. Eis então, que no dia 18 de abril de 2016, Aleah Starbridge (Trees of Eternity), companheira de Juha Raivio, fundador e força criativa por detrás da banda, perdeu sua batalha para o câncer. Diante de toda a dor, o futuro do grupo finlandês se tornou uma incógnita.
Felizmente, Raivio optou por expurgar sua dor através da música. O primeiro passo foi lançar o álbum do Trees of Eternity, que já se encontrava na pós-produção, como uma primeira homenagem a sua companheira. Na sequência, surgiu o Hallatar, um tributo a Aleah, onde ao lado do vocalista Tomi Joutsen (Amorphis) e do baterista Gas Lipstick (ex-HIM), deu uma roupagem Doom/Death as letras e poesias que ela havia escrito, lançando o ótimo No Stars upon the Bridge (17). O passo seguinte foi voltar a trabalhar em um álbum do Swallow the Sun. Vale dizer que ainda está programado o lançamento de um trabalho com canções solo de Aleah.
(Century Media – Importado)
01. When a Shadow is Forced into the Light
02. The Crimson Crown
03. Firelights
04. Upon the Water
05. Stone Wings
06. Clouds on your Side
07. Hear on the Black Earth
08. Never Left
Mesmo em um mundo como o de hoje, de relacionamentos fluídos, líquidos, onde poucos se permitem sentir além da superficialidade, o amor ainda é a mais forte de todas as forças motrizes existentes. É ele que faz girar a grande roda da vida, pois, querendo ou não, é um sentimento intrínseco ao ser humano, mesmo que este não o deixe vir à tona, dada as agruras da nossa existência. É o amor, por algo ou alguém, que sempre faz com que as pessoas deem um passo a frente, mesmo com a escuridão diante de si. Amar é muito forte, e como qualquer sentimento de tamanha intensidade, carrega ao seu lado a dor, que surge forte e inominável nos momentos de perda. Amor, perda e dor, tudo isso define o novo álbum do Swallow the Sun.
Quando fechou o ano de 2015, o futuro do Swallow the Sun parecia brilhante, pois, haviam lançado uma verdadeira obra-prima, o álbum triplo Songs from the North I, II & III, onde mostraram todas as suas facetas, do Funeral Doom ao Gothic Rock. A única incerteza existente era de qual o caminho a ser seguido, dada a grande variedade apresentada no trabalho em questão. Eis então, que no dia 18 de abril de 2016, Aleah Starbridge (Trees of Eternity), companheira de Juha Raivio, fundador e força criativa por detrás da banda, perdeu sua batalha para o câncer. Diante de toda a dor, o futuro do grupo finlandês se tornou uma incógnita.
Felizmente, Raivio optou por expurgar sua dor através da música. O primeiro passo foi lançar o álbum do Trees of Eternity, que já se encontrava na pós-produção, como uma primeira homenagem a sua companheira. Na sequência, surgiu o Hallatar, um tributo a Aleah, onde ao lado do vocalista Tomi Joutsen (Amorphis) e do baterista Gas Lipstick (ex-HIM), deu uma roupagem Doom/Death as letras e poesias que ela havia escrito, lançando o ótimo No Stars upon the Bridge (17). O passo seguinte foi voltar a trabalhar em um álbum do Swallow the Sun. Vale dizer que ainda está programado o lançamento de um trabalho com canções solo de Aleah.
When a Shadow Is Forced into the Light, título retirado da canção Broken Mirror, do Trees of Eternity, é um trabalho profundo e de muitas texturas, possuindo um grande peso emocional, dada toda a história de perda por parte de Raivio. Toda essa bagagem que já vem junto com o álbum não pode ser ignorada. Outra questão importante, é o fato dele ter sido precedido no final de 2018 pelo EP Lumina Aurea, canção não presente aqui, e que vejo como uma espécie de prólogo. A audição da mesma antes se faz recomendada. Contando com participações de Einar Selvik (Wardruna) e Marco Benevento (The Foreshadowing), é uma música que vai te fazer entender muito do momento pelo qual passava Juha Raivio quando da composição do álbum. Altamente sombria e experimental, explora o lado mais profundo e escuro de sua alma. Transborda solidão e dor, e enxergo como a forma de expurgar os demônios que o afligiam. When a Shadow Is Forced into the Light não sairia como saiu, se não fosse por Lumina Aurea.
Marcando a estreia do guitarrista Juho Räihä e do tecladista Jaani Peuhu – ambos tocam ao vivo no Hallatar –, musicalmente When a Shadow Is Forced into the Light é um trabalho não tão pesado como nos acostumamos, quando pensamos no Swallow the Sun. O peso maior não está contido no instrumental, mas no clima sombrio e obscuro que perpassa as 8 canções aqui presentes. Elementos de Doom, Gothic, Post Metal e Black se misturam, gerando uma música altamente emocional e de dor pungente. Pode soar mais leve aos ouvidos em alguns momentos, mas esse peso implícito, e a forte carga emocional gerada, acaba dando a mesma um clima altamente opressor.
Os vocais de Mikko Kotamäki continuam entre os melhores do estilo, e ele é sem dúvida um dos grandes diferenciais do álbum. Não importa se canta limpo ou gutural, ele consegue passar toda a emoção que as músicas pedem de uma forma fantástica. Os backings do tecladista Jaani Peuhu – que faz uma bela estreia, já que seus teclados influenciam muito no clima mais sombrio -, também ajudam demais nessa missão. As guitarras de Raivio e Juho Räihä abusam da criatividade, mesclando elementos diversos e adicionando boas doses de melodia e melancolia, sendo essenciais para o resultado obtido. Na parte rítmica, Matti Honkonen (baixo) e Juuso Raatikainen (bateria) esbanjam técnica, peso, e conseguem dar variedade ao trabalho.
De cara, temos a melancólica “When a Shadow is Forced into the Light” e seu jogo de luz e sombras, equilibrando momentos mais pesados com outros maus suaves. Destaque para as partes sinfônicas e o belo trabalho de baixo e bateria. “The Crimson Crown” é um dos pontos altos do álbum, com peso e um clima fortemente emocional. Forte candidata a se tornar um clássico da banda. “Firelights” é pesada e emocionante, e possui uma visceralidade que a coloca em posição de primazia dentro do trabalho, sendo outra que cairá no gosto dos fãs. “Upon the Water” é mais uma que se destaca pela atmosfera e pelas melodias. Em certo momento, ela te passa uma sensação de angústia, um aperto no peito, que acaba sendo quebrado pelos ótimos vocais limpos de Kotamäki.
“Stone Wings” abre a segunda metade pendendo mais para o Gothic Rock, e poderia estar sem muitos problemas no CD 2 de Songs from the North, por mais que os guturais que surgem na parte final, tragam um pouco mais de peso a mesma. “Clouds on your Side” é possivelmente o momento mais emocionante do álbum, já que tanto a música quanto a letra, contaram com a participação de Aleah em sua composição. É uma canção dolorida, que dilacera em muitos momentos, mas que também consegue trazer luz. Emocionante. “Hear on the Black Earth” tem um clima que te prende, e equilibra muito bem partes pesadas com outras mais suaves. E o refrão é um dos melhores de todo trabalho. Encerrando, temos a agridoce “Never Left”. A forma como ela consegue soar, ao mesmo tempo, desoladora e otimista, faz dela algo único, e um encerramento perfeito para When a Shadow Is Forced into the Light.
Gravado no Fascination Street Studios, e contando com a ajuda do onipotente, onisciente e onipresente Jens Bogren, o álbum foi produzido Raivio e Peuhu, e teve masterização de Tony Lindgren (Amorphis, Dimmu Borgir, Katatonia, Orphaned Land). O resultado é ótimo. A belíssima capa foi obra de Fursy Teyssier (Alcest, Hallatar, Lantlôs, Trees of Eternity), e se conecta diretamente com a de Lumina Aurea, feita por Līga Kļaviņa. Sem abrir mão da emoção em momento algum, e com uma carga emocional muito forte, When a Shadow Is Forced into the Light um álbum denso, que reflete toda a dor de uma perda, mas também a esperança do recomeço. Que com ele, Raivio tenha encontrado a paz de espírito que parece tanto buscar. Desde já, forte candidato a álbum do ano! Aos interessados, a Urubuz Records lançará uma versão nacional do mesmo.
“Eu não sei se a vida é maior que a morte, mas o amor foi maior que ambas.”
(Tristão e Isolda)
NOTA: 93
Swallow the Sun é:
- Mikko Kotamaki (vocal);
- Juha Raivio (guitarra e teclado);
- Juho Raiha (guitarra);
- Matti Honkonen (baixo);
- Juuso Raatikainen (bateria);
- Jaani Peuhu (teclado e vocal).
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concordo, vai fazer parte da minha lista de melhores de 2019
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