quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Nailed to Obscurity – Black Frost (2019)


Nailed to Obscurity – Black Frost (2019)
(Nuclear Blast Records – Importado)


01. Black Frost
02. Tears of the Eyeless
03. The Aberrant Host
04. Feardom
05. Cipher
06. Resonance
07. Road to Perdition
Bônus Track
08. Abyss (2019 Version)
09. Autumn Memories (2019 Version)
10. Fallen Leaves (2019 Version)

Eis um lançamento que eu esperava com certa ansiedade. Para quem não conhece, o Nailed to Obscurity é uma banda alemã, surgida no ano de 2007, e que se envereda pelos caminhos do Melodic Doom/Death Metal. Vindo de uma sequência de 2 ótimos álbuns, Opaque (13) e King Delusion (17), conseguiram um contrato com a Nuclear Blast, o que certamente vai possibilitar ao quinteto formado por Raimund Ennenga (vocal), Jan-Ole Lamberti (guitarra), Volker Dieken (guitarra), Carsten Schorn (baixo) e Jann Hillrichs (bateria), um reconhecimento merecido.

King Delusion foi uma das surpresas mais agradáveis de 2017, e sem dúvida alguma, um dos melhores álbuns daquele ano. A forma como conseguiram mesclar peso, agressividade, melodia e uma atmosfera mais emocional, beirou a perfeição e os colocou entre as melhores bandas do estilo. Debutando pela maior gravadora de Metal da atualidade, o mais lógico seria apostar na segurança e repetir a fórmula do trabalho anterior, mas os alemães resolveram subverter essa lógica e simplesmente dar um passo a frente em seu processo evolutivo.

O que observamos em Black Frost, é que optaram por algo um pouco mais experimental, com uma maior presença de elementos Progressivos e menos peso nas canções. Para situar melhor o leitor, é como se o Opeth de início de carreira e o Katatonia atual se casassem e tivessem um filho e dessem a ele o nome de Nailed to Obscurity. Menos pesado e mais progressivo, Black Frost pode ter um efeito menos impactante no ouvinte em um primeiro momento, mas a medida que as audições vão ocorrendo, vai crescendo, e sua qualidade se torna inegável.


Os guturais de Ennega continuam excelentes, e em alguns momentos podem remeter aos de  Åkerfeldt nos primórdios do Opeth, o que convenhamos, não é demérito algum. Ele também faz um uso maior dos vocais limpos, que funcionam bem e estão satisfatórios. Está aí algo que pode vir a melhorar no futuro. As guitarras de Lamberti e Dieken realizam um trabalho fantástico, não só entregando ótimos riffs, como equilibrando peso e melodias. Quanto a parte rítmica – com o baixista Carsten Schorn e o baterista Jann Hillrichs – realizam um trabalho seguro, preciso e técnico, dando boa variedade as canções aqui presentes.

“Black Frost” já nos dá de cara um bom cartão de visitas. Atmosfera obscura, bons riffs, toques de Progressivo e uma boa variação entre vocais limpos e guturais. “Tears of the Eyeless” mostra boa intensidade e trafega com muita naturalidade entre o pesado e o melódico. “The Aberrant Host” apresenta alguns dos momentos mais pesados de todo álbum, e possui uma atmosfera bem sinistra, que também se faz presente em “Feardom”. “Cipher” é uma canção bem emocional e com um que de Katatonia, mas sem soar como cópia, já que o Nailed to Obscurity tem uma identidade toda sua. “Resonance” é simples, tem bom peso e um toque gótico que a diferencia das demais, e “Road to Perdition” encerra o trabalho de forma primorosa. Mesclando suavidade e agressividade, ela acaba por ser uma fotografia perfeita do álbum, definindo o momento atual da banda. A versão em Digipack conta com 3 faixas bônus, “Abyss”, “Autumn Memories” e “Fallen Leaves”

Gravado no Woodshed Studio, na Alemanha, mais uma vez o trabalho de produção ficou nas mãos de V. Santura (Triptykon, Sulphur Aeon, The Ruins of Beverast, Obscura, Dark Fortress), com ótimos resultados. Como em time que está ganhando não se mexe, para a capa, repetiram a parceira do CD anterior, com o argentino Santiago Caruso (Jupiterian, October Falls). King Delusion elevou em muito o nível, e superá-lo era uma tarefa muito difícil. Se conseguiram ou não, isso fica muito da opinião do ouvinte, mas o fato de terem se recusado a seguir uma fórmula pronta e repetir o antecessor, é algo muito positivo, e não dá para negar que essa linha mais atmosférica/progressiva funcionou bem para o Nailed to Obscurity. Se você é fã de bandas como Katatonia, Opeth, Décembre Noir, October Tide e Swallow the Sun, certamente vai aprovar Black Forst.

NOTA: 87

Nailed to Obscurity é:
- Raimund Ennenga (vocal);
- Jan-Ole Lamberti (guitarra);
- Volker Dieken (guitarra);
- Carsten Schorn (baixo);
- Jann Hillrichs (bateria).

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