segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Facada - Quebrante (2018)



Facada - Quebrante (2018)
(Black Hole Productions - Nacional)


01. Deixa O Caos Entrar
02. Nós Somos O Veneno
03. Apenas Mais Um Igual A Mim
04. O Pior De Todos
05. A Farsa: Nojo
06. Tudo Me Faltará
07. Vogelfrei
08. Quebrante
09. A Maldição Da Rede
10. Estão Esperando Seu Erro
11. Sumir
12. Tiro No Caixão
13. A Vitória Da Diva
14. Há Honra (?)
15. Eu Sei Como É Morrer
16. Putrescina
17. A Verdade Gera O Ódio
18. Pervitin
19. Blasfema Eu
20. Feliz Ano Novo
21. A Vida É Uma Armadilha
22. Ele Não Voltará
8,0 23. Miss Distopia

Quem não conhece o Facada, bom sujeito não é, ou talvez apenas seja um cidadão de bem, defensor da moral, da família e dos bons costumes. A questão é que a banda cearense é sem dúvida uma das melhores formações de Metal Extremo de todo mundo, sendo sua discografia obrigatória para qualquer fã de Grindcore que se preze. Caso você não os conheça, saiba que a banda forma por James (vocal/baixo), Danyel (guitarra), Ari (guitarra) e Dangelo (bateria) surgiu no ano de 2003, tendo lançado 3 álbuns completos antes de Quebrante, Indigesto (06), O Joio (10) e Nadir (13).

Após um hiato de 5 anos, finalmente retornam nos oferecendo uma singela coleção de 23 temas que são uma verdadeira ode ao extremismo musical.  Suas músicas retratam a realidade decadente e podre de nossa sociedade, retratando todo o egoísmo e falsidade, com fortes críticas políticas e sociais, e uma certa dose de niilismo aqui e ali. Os vocais de James continuam esbanjando insanidade e são um dos destaques aqui. As guitarras de Ari e Danyel também não ficam atrás, com alguns dos melhores riffs da carreira da banda. Quanto a Dangelo, o cara prova porque é um dos melhores bateristas desse país. O que ele faz em Quebrante é absurdo, com uma velocidade e precisão dignas de aplausos. 


Em Nadir, era nítida a influência de Crust e até mesmo Black Metal (James, Danyel e Dangelo participam de duas bandas voltadas para o estilo, o Godtoth e o Monge) na música do quarteto. Em Quebrante, seguem essa mesma linha, mas conseguindo soar ainda mais brutais, se é que isso pode ser possível. Todas as 23 faixas aqui presentes possuem um alto nível de qualidade, mas como ficaria extenso falar de cada uma, vou apontar as minhas preferidas. A sequência que se segue à abertura, com a insana “Nós Somos o Veneno”, a odiosa “Apenas Mais um Igual a Mim”, a veloz e bruta “O Pior de Todos”, e “A Farsa: Nojo”, é um verdadeiro murro no meio da cara do ouvinte. “Quebrante” é simplesmente destruidora, e “A Maldição da Rede” tem ótimas influências de Punk/Crust. “Há Honra (?)” vai te fazer sair batendo cabeça pela sala, enquanto “A Verdade Gera o Ódio” é uma verdadeira avalanche de brutalidade. A agressiva “Feliz Ano Novo” conta com os vocais de Zé Misanthrope (ex-Omfalos), o que acaba deixando tudo ainda mais insano. “A Vida é uma Armadilha” é outra que conta com uma participação especial, no caso, do saudoso Fabiano Penna, que faz o solo da música. Só por isso ela já valeria a pena.

Gravado entre 2014 e 2018, afinal, fazer música extrema no Brasil nunca vai ser uma tarefa das mais fáceis, Quebrante teve sua mixagem e masterização novamente feitas pelo sueco William Blackmoon. O que temos é exatamente o que se espera de uma produção de Grind, ou seja, aquela dose de sujeira e muita agressividade, mas ainda sim, tudo audível. Já a bela capa é obra de Nelson Oliveira. Mais uma vez o Facada se supera, e presenteia a todos com um dos melhores álbuns de Metal de 2018, uma verdadeira aula de como fazer Grindcore. Um retrato do nosso país em forma de música. O Cd pode ser adquirido através do e-mail store@blackholeprods.com.

NOTA: 90

Facada é:
- James (vocal/baixo);
- Ari (guitarra);
- Danyel (guitarra);
- Dangelo (bateria).

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