terça-feira, 11 de setembro de 2018

Auri - Auri (2018)


Auri - Auri (2018)
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)


01. The Space Between
02. I Hope Your World Is Kind
03. Skeleton Tree
04. Desert Flower
05. Night 13
06. See
07. The Name Of The Wind
08. Aphrodite Rising
09. Savant
10. Underthing Solstice
11. Them Thar Chanterelles (feat. Liquor In The Well)

A importância do Nightwish para o cenário do Heavy Metal dos anos 2000, assim como o talento de Tuomas Holopainen, são fatos indiscutíveis, goste você da música dos finlandeses ou não. Mesmo após a saída de Tarja da banda e de toda turbulência dos anos seguintes, a relevância do grupo se manteve intocada. Possivelmente por isso, quando Tuomas anunciou que lançaria um novo projeto ao lado da cantora Johanna Kurkela (que é sua esposa), e de seu companheiro de Nightwish, Troy Donockley, os fãs tenham criado grande expectativa, se perguntando o que surgiria dessa união. Pois bem! O Auri é a resposta que eles esperavam, e de cara já aviso, pode não agradar a todos, já que o material não é de assimilação tão fácil se você for desses com a cabeça mais fechada. Convenhamos, se fosse para soar como a banda principal de Holopainen, não teria o porquê do projeto existir.

De cara já aviso, não esperem aqui um trabalho voltado para o Heavy Metal, pois, a proposta do Auri passa longe disso. O que temos é uma mescla de Folk, com influências celtas e orientais, elementos sinfônicos, eletrônicos, new age, trilhas cinematográficas e certa pitada pop. É um trabalho imersivo, profundo, minimalista e com uma boa dose de melancolia, que certamente vai cativar os que são adeptos de tal proposta. Se você for fã de artistas como Enya ou Loreena McKennitt, ele vai te atingir em cheio. Os vocais de Johanna são de uma beleza ímpar, suaves, etéreos e em muitos momentos, soam mágicos. Troy também se destaca muito, não só na parte instrumental, já que é responsável pelos instrumentos folclóricos, como também fazendo alguns vocais. Quanto a Tuomas, ele soa bem mais contido do que o esperado, já que certamente os fãs esperavam que ele guiasse as canções através da melodia de seus teclados. Isso pode soa decepcionante para alguns, mas para mim se encaixou perfeitamente na proposta musical do trio. O equilíbrio é latente e todos tem seu espaço.


A abertura já se dá com um dos grandes destaques do álbum, “The Space Between”, com um ar mais épico, boas melodias e um refrão cativante. Elementos eletrônicos e folclóricos são bem utilizados nessa canção. Em outras circunstâncias, “I Hope Your World Is Kind” poderia bem ser uma música do Nightwish. Possui certa urgência e um apelo mais dramático, muito por conta de elementos sinfônicos e folk, que estão bem encaixados. Já “Skeleton Tree” tem um ar sombrio, além de influências celtas. As passagens mais sinfônicas também enriquecem muito a canção. Na sequência, duas bonitas baladas, “Desert Flower”, com belos vocais de Johanna e Troy, e “Night 13”, com um ar cinematográfico e belo trabalho vocal. “See” tem elementos orientais e uma melodia simplesmente hipnótica. É bela e envolvente. A segunda metade do álbum soa mais experimental e menos palatável aos ouvintes comuns. “The Name Of The Wind”, com bons elementos sinfônicos, a sombria “Savant” e a dramática “Them Thar Chanterelles”, se encaixariam sem qualquer problema em alguma trilha cinematográfica. “Aphrodite Rising” consegue soar doce e ácida na mesma medida, além de possuir um apelo pop, e a minimalista “Underthing Solstice” se destaca não só pelo ar sombrio, como pela boa utilização de elementos celtas.

Gravado no Paha Pajari Palace e no Corner House Mansion, com produção da banda e de Tero "Teecee" Kinnunen (Amorphis, Nightwish, Delain), mixagem de Tim Oliver (Robert Plant, Pete Townshend) e masterização de Denis Blackham (Whitesnake, Faith no More, Uriah Heep, Demon, Robert Plant), temos aqui um excelente resultado, como já era de se esperar. A parte gráfica é belíssima, e o layout foi obra de Janne "Toxic Angel" Pitkänen (Sonata Arctica, Nightwish, Tuomas Holopainen, Barathrum). Essa proposta musical nunca é simples, e sempre se corre o risco de soar monótono e unidimensional. Não vou mentir dizendo que o Auri conseguiu escapar dessa armadilha 100% do tempo, mas é inegável que na mais parte do tempo, o trio consegue fazer com que sua música soe muito relevante. Por ser um trabalho diferente do que se espera, o ouvinte pode demorar um pouco a entender o mesmo, mas quando isso finalmente acontece, é um possível não se maravilhar com a beleza dessas canções.

NOTA: 81

Auri é:
- Johanna Kurkela (vocal/viola);
- Tuomas Holopainen (teclado);
- Troy Donockley (guitarra/violão/bouzouki/uilleann pipes/low whistles/aerophone/bodhran/teclado /vocal)

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