sexta-feira, 26 de maio de 2017

Roadie Metal Vol.9 (2017) (Coletânea)


Roadie Metal Vol.9 (2017) (Coletânea)
(Independente - Nacional)


CD 01:
01. Ruins Of Elysium – Serpentarius
02. Older Jack – Wahnsinn
03. Pato Junkie – The Rag Doll
04. Stoneria – Latino Americano
05. Demons Inside – Remorse, Effect Of Traumas…Remains
06. Lasting Maze – Forsaken Land
07. Cálida – Viemos Para Ficar
08. The Phantom Of The Midnight – Midnight
09. Lo Han – Waiting For You
10. Pátria Refúgio – Guerras Atuais
11. Stonex – Maggots (In My Brain)
12. Ozome – Tudo Veio Da Lama
13. Marco Zero – Efeito Moral
14. Indominus – The Arsonist
15. In The Sent – Dar O Culto Da Manhã
16. Attivita Power Trio – Vestido De Seda
17. Lexuza – Natural

CD 02:
01. Heavenless – Hatred
02. Core Divider – Ignorance
03. Coast To Coast – Alive
04. Concept Of Hate – Black Stripe Poison
05. Vultures – A Strange Land
06. Unknown Code Of Existence – We Are Not Mere Aliens
07. R.I.V – Headache
08. Patrick Pedroso – Only Ashes
09. Elizabethan Wallpurga – The Serpent’ Eyes And The Horns Of Crown
10. Inferms – Sadistic Desire
11. Viletale – Vile
12. Sagrav – The Lynching
13. Tormentors – For Hate
14. Visceral – Maldito
15. Lascados – Sem O Próprio Chão
16. Bruno F. Vascotin – Resurrected
17. Rinits Horror Show – Morte De Verão

Eis que a coletânea do programa/site/assessoria Roadie Metal, capitaneada pelo batalhador do nosso underground, Gleison Júnior, chega a seu volume 9. Com 34 bandas participando, certamente é hoje o maior veículo de divulgação do nosso cenário, já que é distribuída gratuitamente através do programa. Sendo assim, não dá para deixar de louvar tal atitude e torcer para que a mesma ainda perdure por muito tempo.

Repetindo a inteligente tática do volume passado, as bandas foram divididas adotando o critério de estilos. No CD 1, temos nomes que seguem uma linha mais tradicional, enquanto no segundo a aposta é nos mais extremos, evitando assim um dos grandes problemas desse tipo de material, que é a discrepância entre estilos. Isso dá uma coesão muito legal a todo o material. Agora, a variação de qualidade das produções é algo que infelizmente não tem como ser sanado. Vai acontecer sempre, já que temos em um mesmo pacote bandas que já deram o passo crucial de terem um CD lançado, enquanto algumas outras ainda estão buscando seu lugar ao sol. Menos mau que, em grande parte do tempo, esses altos e baixos se dão pela qualidade das gravações e não tanto pela das bandas presentes. A arte, vale destacar, mais uma vez ficou por conta de Marcelo Nespoli e ficou muito boa.

Entre os principais destaques, temos alguns nomes que já passaram aqui pelo A Música Continua a Mesma. São os casos do Older Jack (resenha aqui), Stoneria (resenha aqui), Stonex (resenha aqui), Heavenless (resenha aqui), Concept of Hate (resenha aqui), Patrick Pedroso (resenha aqui) e Sagrav (resenha aqui). Já são realidades. Nesse grupo, também podemos incluir Ozome, que mostra a força do Rock Nacional cantado em português, além de fazer um uso muito bom de regionalismos, e o ótimo mezzo italiano, mezzo brasileiro, Ruins of Elysium, com um Metal Sinfônico realmente grandioso. Outro nome com um pé em outro país (no caso o Japão) é o ótimo Coast To Coast, que apresenta uma música carregada de energia e com uma pegada bem moderna. Uma das revelações do nosso cenário atual, o Elizabethan Wallpurga brilha com seu ótimo Black/Heavy e fecha o primeiro time de bandas desse volume.

Um pouco abaixo, mas mostrando qualidade, temos o Demons Inside, que precisa apenas dar uma leve melhorada no quesito produção, já que sua música é boa e pesada; o Lo Han, que serei sincero, só não está uma categoria acima devido ao inglês deficiente do seu vocalista, porque seu Stoner possui qualidade de sobra; e o bom Rock do Marco Zero. O Rock também é a praia do Attivita, que me remeteu a umas das bandas mais injustiçadas dos anos 80, o Zero, com o timbre vocal de Fabio Pimentel lembrando bastante o de Guilherme Isnard. Os mineiros do Lexuza são mais um grupo a entrar nessa lista, apresentando uma mescla interessante de Stoner e Rock Alternativo, com alguns trechos me remetendo ao Alice In Chains. Já o Core Divider apresenta uma música pesada, moderna e com muito groove, enquanto o Inferms apresenta um Death Metal simplesmente brutal, caminho também trilhado pelo Visceral, que faz jus ao nome que carrega. Também podem ser citados aqui o hardcore energético do Lascados e o punk para lá de agitado e divertido do Rinits Horror Show, que certamente agradará aos fãs de Misfits.


Na turma que está no caminho certo, podemos destacar o crossover do Pato Junkie, enérgico, pesado e precisando apenas de alguns pequenos ajustes (na produção) para decolar de vez. Já The Phantom Of The Midnight vem com uma pegada mais gótica e soa bem interessante, enquanto o Indominus, que se prejudicou com uma produção deficiente, vai agradar em cheio os amantes de um Metal oitentista, já que sua música é realmente boa. O Vulltures apresenta um Thrash Metal com boa cadência, e está seguindo o caminho certo com sua música pesada. O Unknown Code Of Existence se envereda pelo experimentalismo, pendendo para o Post-Metal e fazendo uma música que pode ser de difícil digestão para a maior parte do público. Ainda assim, mostram muito potencial. O Viletale apresenta um Death Metal bem cru e pesado, mas que carece ainda de alguns pequenos ajustes e uma produção um pouco melhor. A produção também é o calcanhar de aquiles do Tormentors, que nos mostra um Thrash old school feito na medida para os mais saudosistas. Fechando esse grupo, temos o trabalho de Bruno F. Vascotin, pesado, bruto, agressivo, bem-feito, mas que ainda precisa de algo a mais para se diferenciar.

Mas nem tudo nesse mundo são flores. Críticas são necessárias e em alguns momentos, podem soar duras. O Lasting Maze até faz um trabalho relativamente bem-feito, mas peca pela vocalista, que apesar de até ter um timbre agradável, dá umas escorregadas aqui e ali. Um pouco mais de capricho na produção ajudaria. A Cálida até mostra um instrumental caprichado, moderno, mas o vocal, me desculpe, tem um timbre que achei muito chato. Não funcionou mesmo aos meus ouvidos. O Pátria Refúgio é algo a ser estudado. Seu instrumental certamente vai agradar em cheio aos apreciadores de Power Metal, os caras sabem o que estão fazendo, mas a letra em português, nesse caso, não funcionou. Simplesmente não encaixou na música e é algo que precisa ser melhor trabalhado. O In The Sent é o ponto baixo da coletânea. Se a ideia era ser irônico, divertido e com trocadilhos inteligentes, sinto informar, mas erraram feio. Agora, se o plano era soar um pastiche de terceira daquele Rock engraçadinho típico dos anos 90, que destacou nomes como Mamonas Assassinas, Maria do Relento ou Babá Cósmica, ai merecem todas as palmas, pois acertaram no alvo. Você percebe que individualmente são bons instrumentistas, então o meu conselho é que foquem em algo mais sério. Nem todo mundo nasce para ser um Língua de Trapo ou um Premeditando o Breque (se quiserem seguir esse caminho, lhes aconselho a conhecer o brilhante trabalho de ambas, para aprender como fazer música irônica e bem-humorada). Já o R.I.V mostra potencial, mas seu Metal moderno soa um pouco confuso em alguns momentos e, ao menos levando em conta a música aqui presente, trabalhar um pouco mais sua música.

No final, o que temos é uma bela iniciativa e que, apesar de alguns poucos baixos, alcança o objetivo de dar espaço e apresentar novos nomes para nosso cenário. O volume 10, que já vem por ai, está saindo em formato DVD, o que promete ser bem interessante, enquanto as audições para o volume 11 já estão abertas. Então, se você tem banda, vale a pena correr atrás, pois essa é uma bela ferramente de divulgação. E que perdure assim por muitos mais anos.

NOTA: 8,0

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