quarta-feira, 24 de maio de 2017

Jupiterian - Archaic: Process of Fossilization (2017)


Jupiterian - Archaic: Process of Fossilization (2017)
(Cold Art Industry/Wolfblasphemer Distro - Nacional)


01. Archaic
02. Procession Towards the Monolith
03. Currents of Io
04. Mine Is Yours to Drown In (Ours Is the New Tribe) (Anathema Cover)
05. Behind the Wall of Sleep (Black Sabbath Cover)
06. Drag Me to My Grave (Demo Version with Violins)

Por algum motivo, o Doom e seus derivados, como Death/Doom, Sludge, Drone, Funeral Doom, Gothic e Stoner/Doom, nunca foram muito populares por esses lados, o que é meio absurdo, já que temos ótimas bandas nesses estilos. Vale dizer que muitas estão em pé de igualdade com qualquer grande banda do cenário internacional da atualidade. E o Jupiterian, surgido no ano de 2013 em São Paulo, sem sombra alguma de dúvida é um desses nomes. Para quem não conhece o trabalho do quarteto formado por V (vocal/guitarra), A (guitarra), R (baixo) e G (bateria), recomendo a audição urgente do seu debut, Aphotic, um dos melhores trabalhos de Doom lançados no mundo, no ano de 2015.

Quanto a Archaic: Process of Fossilization, trata-se da junção de 2 Ep’s que haviam saído apenas digitalmente, Archaic (14) e URN (17), além da demo de Drag Me to My Grave e que, para a felicidade de todos nós, a parceria dentre a Cold Art Industry e a Wolfblasphemer Distro disponibiliza pela primeira vez de forma física. Aliás, que belo trabalho temos aqui. Além do ineditismo do material, o mesmo vem acompanhado de dois posters de 24x36, um adesivo da banda com os dizeres “Jupiterian Congregation of False Gods” e um OBI. Material gráfico de primeira qualidade, que ficou por conta de Cauê Piloto. Fechando o pacote todo e tornando tudo ainda mais especial, o CD é limitado a 500 cópias, o tornando assim um material que certamente será desejado por muitos colecionadores.

O Death/Doom do Jupiterian sofre uma inegável e saudável influência de Sludge, que deixa o som lento, arrastado e agoniante do quarteto ainda mais pesado e sujo. Apesar das músicas serem longas, não padecem em momento algum de falta de variedade, algo que felizmente conseguem imprimir à sua música. Os guturais de V são assustadores e trazem algo de Black Metal aqui e ali, enquanto a guitarra de A é responsável por riffs verdadeiramente sujos e sombrios. A parte rítmica de R e G é abusivamente pesada, coesa e com boa técnica. Vale um destaque para as boas melodias que surgem aqui e ali, responsáveis por boa parte do clima melancólico e sombrio das canções.


“Archaic” abre o trabalho de forma lenta e esmagadora, com destaque para os ótimos riffs e para as mudanças de ritmo, que dão variedade à mesma. Já “Procession Towards the Monolith” consegue mesclar muito bem o lado mais atmosférico do Jupiterian com peso, muito peso. Uma das mais sombrias aqui presentes. Ultrapassando a casa dos 10 minutos, “Currents of Io” se destaca pelos belos arranjos, pelos ótimos riffs e melodias, e pela variedade que a impede de soar maçante. Na sequência, temos as duas faixas presentes no EP URN, os covers para “Mine Is Yours to Drown In (Ours Is the New Tribe)”, do Anathema, carregado de personalidade e simplesmente brutal (ouso dizer que em alguns aspectos, a julgo superior à original) e  “Behind the Wall of Sleep”, dos mestres do Black Sabbath, que além de ter uma cara própria e claro, mais peso, conseguiu manter o clima sombrio da versão original. Encerrando, a versão demo de  “Drag Me to My Grave” que obviamente surge com uma qualidade de gravação inferior às demais, mas se destaca pelos riffs e pelos excelentes arranjos de violino.

A produção é excelente, pois conseguiu deixar todos os instrumentos plenamente audíveis, mas sem perder aquela sujeira típica do Sludge, que a música pede. Ficou a cargo de V, com a mixagem sendo feita por Mories (Gnaw Their Tongues, De Magia Veterum) e masterização por James Plotkin (Conan, Electric Wizard, Egypt, Saint Vitus, Isis). Resultado de primeiríssima qualidade. E vos digo, Archaic: Process of Fossilization é um material mais do que obrigatório na coleção de qualquer fã de Doom Metal. Sendo assim, trate de correr atrás do seu, pois o que temos aqui é algo limitado e muito especial.

NOTA: 9,0

Jupiterian é:
- V (vocal/guitarra);
- A (guitarra);
- R (baixo);
- G (bateria).

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