segunda-feira, 17 de abril de 2017

Overkill - The Grinding Wheel (2017)



Overkill - The Grinding Wheel (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Mean Green Killing Machine
02. Goddamn Trouble
03. Our Finest Hour
04. Shine On
05. The Long Road
06. Let’s All Go to Hades
07. Come Heavy
08. Red White and Blue
09. The Wheel
10. The Grinding Wheel
11. Emerald (Thin Lizzy cover)

O Overkill pode não ser badalado como as bandas do Big 4 ou mesmo Testament e Exodus, mas é inegável que seu nome está gravado a ferro e fogo na história do Thrash como um dos mais importantes da história no estilo. A sequência que se inicia com seu debut, Feel the Fire (85) e vai até seu 5º álbum, Horrorscope (91) é simplesmente irrepreensível. Ok, após isso deram uma patinada na carreira, já que nunca tiveram medo de experimentar, mas mesmo entre a segunda metade dos anos 90 e a primeira dos anos 2000, nunca lançaram trabalhos menos do que bons. Felizmente, a partir de 2010, com Ironbound, voltaram a acertar a mão com uma sequência incrível de ótimos trabalhos.

Ironbound (10), The Electric Age (12) e White Devil Armory (14) são álbuns que caíram no gosto dos fãs e primam pela altíssima qualidade. Sendo assim, a missão do quinteto formado por Bobby "Blitz" Ellsworth (vocal), Dave Linsk (guitarra), Derek "The Skull" Tailer (guitarra), D.D. Verni (baixo) e Ron Lipnicki (bateria) não era das mais fáceis, já que se fazia necessário, no mínimo, igualar tais trabalhos em matéria de qualidade. E bem, eles conseguiram, já que The Grinding Wheel é, sem dúvida alguma, um trabalho letal e muito consistente. Mas o melhor de tudo é que não se resumiram a simplesmente repetir ipsis literis a fórmula adotada nos últimos anos, pois é possível observarmos algumas experimentações aqui e ali (nada exagerado).

Nas entrevistas que antecederam o lançamento de The Grinding Wheel, Bobby "Blitz" Ellsworth já havia cantado a pedra. Esse seria um trabalho mais diversificado, com uma ênfase um pouco maior nas progressões e nas melodias, além de um feeling mais épico. Por mais que essas características não sejam uma linha geral do álbum, sim, podemos encontrá-las em diversos momentos durante os mais de 60 minutos de duração. Bobby, apesar da idade, continua tão bem quanto nos anos 80, enquanto a dupla formada por Dave e Derek faz um trabalho verdadeiramente primoroso aqui. Os dois despejam alguns riffs verdadeiramente memoráveis, com belos solos e ótimas linhas melódicas. E a parte rítmica? Como sempre, o baixo de D.D. Verni está lá, forte e proeminente, enquanto a bateria de Ron Lipnicki soa simplesmente selvagem.


Não se deixe assustar pela introdução da faixa de abertura, “Mean Green Killing Machine”, que remete diretamente à de “Time”, do Anthrax. Com uma forte veia oitentista e algumas influências de Metal Clássico aqui e ali (lá pela metade, podemos escutar um pouco de Sabbath), algo que podemos observar em outras canções, ela é simplesmente venenosa e viciante. Já “Goddamn Trouble” traz aquela veia Punk que sempre acompanhou a carreira do Overkill, transborda energia e possui um refrão pra lá de grudento. “Our Finest Hour” se mostra muito intensa, com ótimos riffs e é outra em que o refrão se destaca muito. Essa trinca inicial é feita para moer pescoços.

Mas os destaques não param por aqui. “The Long Road” tem influências de Iron Maiden em sua introdução, bons riffs e mostra um pouco do lado épico citado por Bobby, além de claro, soar muito enérgica. “Come Heavy” não esconde suas influências de Black Sabbath, com bom groove e muito peso. “Red White and Blue” é uma verdadeira pedrada, veloz, agressiva, intensa e com grande poderio de aniquilação de pescoços alheios. A faixa título, que encerra o trabalho, se mostra intrincada e simplesmente grandiosa, mostrando que sim, o Overkill pode soar épico quando deseja. Tem riffs simplesmente marcantes e uma atuação primorosa da dupla D.D. Verni/ Ron Lipnicki.

Produzido pela própria banda, o álbum recebeu mixagem e masterização de ninguém menos que Andy Sneap (Carcass, Amon Amarth, Accept, Kreator, Exodus, Saxon, Testament), com um ótimo resultado final, como não poderia deixar de ser. Já a capa e layout ficaram a cargo de Travis Smith (Death, Amorphis, Anathema, Katatonia, Iced Earth, King Diamond, Opeth e o próprio Overkill), com resultados igualmente bons. E no caso da versão nacional, ainda temos um digipack bem caprichado e uma versão para “Emerald”, do Thin Lizzy de bônus, o que faz a compra valer ainda mais a pena. Mostrando uma energia de dar inveja aos grupos mais jovens, o Overkill mostra que ainda tem muita lenha para queimar, em mais um ótimo trabalho, que certamente estará entre os melhores do estilo no final do ano.

NOTA: 8,5

Overkill é:
-  Bobby "Blitz" Ellsworth (vocal);
- Dave Linsk (guitarra);
- Derek "The Skull" Tailer (guitarra);
- D.D. Verni (baixo);
- Ron Lipnicki (bateria).

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