Indiscipline - Sanguínea (2017)
(Shinigami Records - Nacional)
01. Fear In Your Eyes
02. Take It Or Leave It
03. Nasty Roar
04. Burning Bridges
05. Degrees Of Shade
06. Losing My Mind
07. Born Dead
08. Higher
09. Miss Daniel
10. Poison
A presença cada vez maior das mulheres no meio do Rock/Metal é algo a ser louvado por todos. Essa ocupação de espaços e o protagonismo crescente ajuda muito no combate ao machismo nosso de cada dia (sim colega, o meio do Metal em nada se difere do que vemos em nosso cotidiano). O Power Trio feminino Indiscipline foi formado no Rio de Janeiro, em 2012, e 2 anos depois soltou uma demo, In My Guts, que fez criar uma expectativa pelo seu debut, devido a qualidade da mesma. E eis que Sanguínea finalmente chega às nossas mãos. A aposta do trio é em uma mescla de Heavy Metal com Hard Rock, mas você também pode perceber aquela energia típica do Punk e elementos de Grunge, principalmente no que diz respeito às ótimas linhas vocais de Alice D’Moura.
Ela é sem dúvida um dos principais destaques de Sanguínea, já que aposta mais na melodia do que na agressividade, obtendo ótimos resultados nesse sentido. Seu trabalho no baixo também não fica atrás, já que o mesmo soa bem forte e assume posição de protagonista quando necessário, algo muito importante em uma configuração de Power Trio, onde temos apenas uma guitarra. Por sinal, a experiente Maria Fernanda Calls (ex-Vociferatus, ex-Impacto Profano, ex-Melyra, e única integrante original) se sai excepcionalmente bem aqui, colocando muito peso na guitarra, graças aos ótimos riffs. Seus solos também são muitíssimo agradáveis de se escutar. Fazendo dupla com Alice na parte rítmica, Ale De La Vega faz um belíssimo trabalho cuidando das baquetas. Sua bateria soa simplesmente furiosa, pesada e bem diversificada.
A capacidade que o Indiscipline possui que equilibrar bem seus momentos mais agressivos com outros mais melodiosos é louvável. A forma como trabalham suas influências também merece aplausos, já que mesmo nos momentos em que as deixam mais explicitadas, ainda sim conseguem dar certa identidade à sua música. O Heavy/Hard dá as caras em faixas como a forte e enérgica “Fear In Your Eyes”, em “Take It Or Leave It” ou na mais que empolgante “Poison”, que encerra o trabalho. Lembram-se das influências Grunge que citei mais acima? Elas ficam bem evidentes na ótima trinca “Burning Bridges”, “Degrees Of Shade”, “Losing My Mind”, com aquela levada mais arrastada e climão bem Alice In Chains. Fizeram-me recordar um pouco do quarteto feminino sueco Drain S.T.H, que lançou alguns bons trabalhos no final dos anos 90, início dos 2000. Outra faixa que vale muito a pena destacar é a ótima e grooveada “Higher”, com uma pegada mais Stoner.
(Shinigami Records - Nacional)
01. Fear In Your Eyes
02. Take It Or Leave It
03. Nasty Roar
04. Burning Bridges
05. Degrees Of Shade
06. Losing My Mind
07. Born Dead
08. Higher
09. Miss Daniel
10. Poison
A presença cada vez maior das mulheres no meio do Rock/Metal é algo a ser louvado por todos. Essa ocupação de espaços e o protagonismo crescente ajuda muito no combate ao machismo nosso de cada dia (sim colega, o meio do Metal em nada se difere do que vemos em nosso cotidiano). O Power Trio feminino Indiscipline foi formado no Rio de Janeiro, em 2012, e 2 anos depois soltou uma demo, In My Guts, que fez criar uma expectativa pelo seu debut, devido a qualidade da mesma. E eis que Sanguínea finalmente chega às nossas mãos. A aposta do trio é em uma mescla de Heavy Metal com Hard Rock, mas você também pode perceber aquela energia típica do Punk e elementos de Grunge, principalmente no que diz respeito às ótimas linhas vocais de Alice D’Moura.
Ela é sem dúvida um dos principais destaques de Sanguínea, já que aposta mais na melodia do que na agressividade, obtendo ótimos resultados nesse sentido. Seu trabalho no baixo também não fica atrás, já que o mesmo soa bem forte e assume posição de protagonista quando necessário, algo muito importante em uma configuração de Power Trio, onde temos apenas uma guitarra. Por sinal, a experiente Maria Fernanda Calls (ex-Vociferatus, ex-Impacto Profano, ex-Melyra, e única integrante original) se sai excepcionalmente bem aqui, colocando muito peso na guitarra, graças aos ótimos riffs. Seus solos também são muitíssimo agradáveis de se escutar. Fazendo dupla com Alice na parte rítmica, Ale De La Vega faz um belíssimo trabalho cuidando das baquetas. Sua bateria soa simplesmente furiosa, pesada e bem diversificada.
A capacidade que o Indiscipline possui que equilibrar bem seus momentos mais agressivos com outros mais melodiosos é louvável. A forma como trabalham suas influências também merece aplausos, já que mesmo nos momentos em que as deixam mais explicitadas, ainda sim conseguem dar certa identidade à sua música. O Heavy/Hard dá as caras em faixas como a forte e enérgica “Fear In Your Eyes”, em “Take It Or Leave It” ou na mais que empolgante “Poison”, que encerra o trabalho. Lembram-se das influências Grunge que citei mais acima? Elas ficam bem evidentes na ótima trinca “Burning Bridges”, “Degrees Of Shade”, “Losing My Mind”, com aquela levada mais arrastada e climão bem Alice In Chains. Fizeram-me recordar um pouco do quarteto feminino sueco Drain S.T.H, que lançou alguns bons trabalhos no final dos anos 90, início dos 2000. Outra faixa que vale muito a pena destacar é a ótima e grooveada “Higher”, com uma pegada mais Stoner.
Agora vamos ao ponto de controvérsia de Sanguínea, a produção. A mesma ficou por conta do ótimo e experiente Felipe Eregion (Unearthly), com parceria do não menos ótimo e experiente Gus Monsanto (Adagio, Human Fortress, Revolution Renaissance). Já a mixagem e masterização foram realizadas no Sound Division Studio, na Polônia, pelo experiente Arkadiusz “Malta”Malczewski (Decapitated, Behemoth). Está tudo claro, audível, com uma ótima escolha de timbres, além de pesado e agressivo. Mas certamente alguns podem se incomodar com a opção por uma produção mais abafada. Da minha parte, combinou bem com a sonoridade adotada, mas consigo entender perfeitamente os que defendem algo mais bem trabalhado. É algo a se analisar no próximo álbum. Já a bela arte da capa foi obra de Jas Helena, com o layout do encarte feito por Eregion (muito bem feito por sinal).
Vale destacar que Sanguínea foi financiado por uma campanha de crowdfunding, mostrando que quando bem planejado e usado, essa pode ser uma ótima ferramenta para as bandas underground. De resto, o Indiscipline confirma todas as ótimas expectativas com relação à sua estreia, mostrando que todo o potencial demonstrado nos últimos anos não era apenas fogo de palha. Um dos bons álbuns nacionais de 2017.
NOTA: 8,5
Indiscipline é:
- Alice D’Moura (vocal/baixo)
- Maria Fernanda Cals (guitarra)
- Ale De La Vega (bateria)
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