1. Atrito
2. Cantar às Excelências das Armas Brancas
3. Arcabuzado
4. Bombardeio no Ceará
5. Encarnação
6. Mental
7. Statu Variabilis
8. Corpus Alienum
9. Devices of Astral
2. Cantar às Excelências das Armas Brancas
3. Arcabuzado
4. Bombardeio no Ceará
5. Encarnação
6. Mental
7. Statu Variabilis
8. Corpus Alienum
9. Devices of Astral
Ninguém pode
discutir o bom momento pelo qual passa a cena metálica brasileira, com ótimas
bandas e lançamentos. Vide como exemplo os excelentes trabalhos lançados em
2013 por bandas como Vandroya, Chaos Synopsis, King Of Bones, entre outras.
Agora, podemos somar a essa lista, os pernambucanos do Cangaço.
Quem acompanha a
cena brasileira, já tinha conhecimento da capacidade deles, vide a vitória que
tiveram no Wacken Metal Battle Brasil de 2010 e a consequente participação no
maior festival de Metal do mundo, nesse mesmo ano. Sendo assim, não nego que
estava muito curioso para ver o que tinham a apresentar nesse seu primeiro
álbum completo (já haviam lançado uma demo e dois EP’s). Para quem não conhece
a banda, esses pernambucanos apostam num mix de Death/Thrash com ritmos típicos
nordestinos como maracatu, baião e forró, numa proposta bem ousada e
desafiadora. E antes que o ouvinte se arrepie, entenda essas influências como
sendo de músicos do quilate de Hermeto Pascoal, Sivuca ou Quinteto Violado.
Por sinal,
Hermeto Pascoal é a principal influência da instrumental de abertura, “Atrito”, música
carregada de típicas melodias regionais. Após isso, o massacre começa com a
ótima “Cantar as
Excelências das Armas Brancas” (“Nós somos o cangaço, e só deixamos
rastros, aos que vem auxiliar”, guarde essa frase, porque ela vai ficar em sua
cabeça), e continua com a cadenciada “Arcabuzado”, com
um riff muito bem desenvolvido e letra retirada de “O Auto do Frade”, do grande
João Cabral de Melo Neto. Aliás, abro um parêntese aqui para a qualidade das
letras do Cangaço, de uma inteligência e conteúdo inquestionáveis. “Bombardeio no Ceará”,
com ótimas passagens acústicas e de baião, um riff pegajoso e um refrão
grudento, é a melhor do álbum. O restante do trabalho mantém o alto nível e a
proposta absurdamente ousada da banda, sendo as três últimas faixas,
regravações de músicas antigas da banda, e que acabaram sendo enriquecidas e
melhoradas.
Apostando nessa
mescla de Death/Thrash com ritmos tipicamente regionais, eu ousaria dizer aqui
que o Cangaço criou o verdadeiro Folk Metal brasileiro. Nada de instrumentos
típicos europeus e letras falando de Vikings, bebedeiras e cultura nórdica, mas
sim música nacional de verdade, e letras tratando de uma realidade histórica
nossa. Só por isso já mereceriam elogios, mas colocaram junto nesse pacote
música que qualidade inquestionável, que instiga e provoca pela sua ousadia e
criatividade. Os puristas do Metal vão ficar de mimimi chorando pelos cantos,
mas aqueles que possuírem a cabeça aberta para se aventurar na audição de Rastros, não irão
se arrepender nem um pouco. Melhor álbum nacional de 2013 até o momento.
NOTA: 9,0
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