terça-feira, 28 de agosto de 2018

The Gard - Madhouse (2018)


The Gard - Madhouse (2018)
(Independente - Nacional)


01. Immigrant Song
02. Play of Gods
03. Madhouse
04. The Gard Song
05. Music Box
06. Back to Rock
07. Kaiser of the Sea
08. Panem At Circenses

Nos últimos anos se tornou bem comum o surgimento de novas bandas que apostam naquela sonoridade típica dos anos 70. Nomes como Rival Sons, Blues Pills, Horisont, Graveyard e mais recentemente, Greta Van Fleet, revisitam muito bem o período, nos apresentando uma música de qualidade inquestionável. Mas uma coisa sempre me incomodou um pouco nesses nomes, por mais que eu até goste da proposta: a necessidade de emular desesperadamente o som de 40 anos atrás.

O The Gard surgiu em Campinas/SP, no ano de 2010, é mais um nome a apostar nessa proposta de revisitar os anos 70. Mas existe um diferencial na música do trio formado por Beck Norder (vocal/guitarra/baixo), Allan Oliveira (guitarra) e Lucas Mandelo (bateria): os caras não tentam soar como as bandas clássicas do passado. Sua música tem aquela pegada forte e vigorosa do período em questão, tem aquela organicidade tão bem-vinda atualmente, mas tem personalidade. O The Gard soa como o The Gard, e não como o Led Zeppelin ou o Deep Purple.


Isso já fica bem óbvio na abertura, com uma versão muito legal para “Immigrant Song”, carregada de personalidade e onde Beck não tenta emular Robert Plant, até porque convenhamos, só existe um Plant na face da terra, e ele se chama Josh Kiszka. Brincadeiras a parte, na sequência temos “Play of Gods”, que mescla muito bem Blues com Progressivo. “Madhouse” é enérgica, pesada e com uma pegada bem Hard. “The Gard Song”, com seus mais de 10 minutos, trafega com uma naturalidade absurda entre os mais diversos estilos, e é um dos pontos altos aqui. “Music Box” soa como uma mistura bem legal de beatles com Queen, e “Back to Rock” faz jus ao nome. “Kaiser of the Sea” tem peso e um ar bem sombrio, enquanto “Panem At Circenses” encerra o álbum com uma pegada bem Blues Rock.

A produção ficou em um nível muito bom, e conseguiu deixar tudo bem claro, mas sem tirar a organicidade, com a mixagem e masterização divididas entre André Diniz nas 4 primeiras faixas, e Lucas e Beck nas demais músicas. Já a parte gráfica, que ficou bem legal e com um ar psicodélico, foi obra de Samir Monroe. Mostrando uma maturidade impressionante para um debut, e com uma música que transborda não só qualidade, como também muita energia e vibração, o The Gard mostra que é possível sim, fazer Classic Rock com cara de século XXI. Uma banda para se observar de muito perto daqui para frente.

NOTA: 85

The Gard é:
- Beck Norder (vocal/guitarra/baixo);
- Allan Oliveira (guitarra);
- Lucas Mandelo (bateria).

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