Amorphis- Queen of Time (2018)
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)
01. The Bee
02. Message in the Amber
03. Daughter of Hate
04. The Golden Elk
05. Wrong Direction
06. Heart of the Giant
07. We Accursed
08. Grain of Sand
09. Amongst Stars
10. Pyres on the Coast
11. As Mountains Crumble (Bônus)
12. Brother and Sister (Bônus)
O que fazer quando você chega ao ponto máximo da sua carreira e lança um trabalho que beira a perfeição? Essa é a pergunta que muitos devem ter feito após o Amorphis lançar o magistral Under the Red Cloud (15). Mas então você percebe que essa é a mesma banda que lançou Elegy (96), Tuonela (99) e Eclipse (06), trabalhos que suscitaram o mesmo tipo de questionamento, e que, ainda assim, conseguiu ir além em trabalhos posteriores, sempre se superando em matéria de criatividade e qualidade. Talvez na esperança de seu antecessor não ter sido o auge estivesse a justificativa para a minha ansiedade em escutar Queen of Time, o 13º trabalho de estúdio do sexteto finlandês.
Bem, antes de tudo, vale citar que Queen of Time marca o retorno ao Amorphis do seu baixista original, Olli-Pekka Laine, que havia saído da banda após Tuonela, sendo substituído por Niclas Etelävuori. Com a saída do mesmo ano passado, ele retornou ao seu posto, fazendo com que hoje os finlandeses tenham em sua formação o quarteto original que gravou o debut do grupo, The Karelian Isthmus (92). É algo no mínimo curioso, pois quando você coloca os dois trabalhos frente a frente, eles parecem díspares, por mais que os músicos envolvidos sejam praticamente os mesmos. É como se tivéssemos duas bandas completamente diferentes. Mas sabe o que é mais legal? É que apesar de tudo isso, ambas soam como o Amorphis.
Quem acompanha a carreira dos finlandeses desde o início sabe bem que nunca se acomodaram. O Amorphis é aquela banda que sempre procurou dar um passo à frente no que tange sua sonoridade, transformando radicalmente aquele Death Metal apresentado no debut em uma música que desafia rótulos. Além do já citado estilo, sua música apresenta elementos de Folk, Progressivo, Música Oriental, além de coros e partes sinfônicas. Toda essa diversidade os torna únicos, já que não existe um nome que pareça com eles no cenário atual. A verdade é que só o Amorphis soa como Amorphis, e convenhamos, personalidade musical é coisa cada vez mais rara nos dias de hoje.
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)
01. The Bee
02. Message in the Amber
03. Daughter of Hate
04. The Golden Elk
05. Wrong Direction
06. Heart of the Giant
07. We Accursed
08. Grain of Sand
09. Amongst Stars
10. Pyres on the Coast
11. As Mountains Crumble (Bônus)
12. Brother and Sister (Bônus)
O que fazer quando você chega ao ponto máximo da sua carreira e lança um trabalho que beira a perfeição? Essa é a pergunta que muitos devem ter feito após o Amorphis lançar o magistral Under the Red Cloud (15). Mas então você percebe que essa é a mesma banda que lançou Elegy (96), Tuonela (99) e Eclipse (06), trabalhos que suscitaram o mesmo tipo de questionamento, e que, ainda assim, conseguiu ir além em trabalhos posteriores, sempre se superando em matéria de criatividade e qualidade. Talvez na esperança de seu antecessor não ter sido o auge estivesse a justificativa para a minha ansiedade em escutar Queen of Time, o 13º trabalho de estúdio do sexteto finlandês.
Bem, antes de tudo, vale citar que Queen of Time marca o retorno ao Amorphis do seu baixista original, Olli-Pekka Laine, que havia saído da banda após Tuonela, sendo substituído por Niclas Etelävuori. Com a saída do mesmo ano passado, ele retornou ao seu posto, fazendo com que hoje os finlandeses tenham em sua formação o quarteto original que gravou o debut do grupo, The Karelian Isthmus (92). É algo no mínimo curioso, pois quando você coloca os dois trabalhos frente a frente, eles parecem díspares, por mais que os músicos envolvidos sejam praticamente os mesmos. É como se tivéssemos duas bandas completamente diferentes. Mas sabe o que é mais legal? É que apesar de tudo isso, ambas soam como o Amorphis.
Quem acompanha a carreira dos finlandeses desde o início sabe bem que nunca se acomodaram. O Amorphis é aquela banda que sempre procurou dar um passo à frente no que tange sua sonoridade, transformando radicalmente aquele Death Metal apresentado no debut em uma música que desafia rótulos. Além do já citado estilo, sua música apresenta elementos de Folk, Progressivo, Música Oriental, além de coros e partes sinfônicas. Toda essa diversidade os torna únicos, já que não existe um nome que pareça com eles no cenário atual. A verdade é que só o Amorphis soa como Amorphis, e convenhamos, personalidade musical é coisa cada vez mais rara nos dias de hoje.
Criatividade, eis a palavra-chave para entender Queen of Time. Se você, como eu, achava que Under the Red Cloud havia sido o auge do Amorphis, se prepare para rever seus conceitos, pois aqui eles elevaram ainda mais o nível do sarrafo. Não é exagero dizer que refinaram ainda mais o resultado do trabalho anterior, e um exemplo claro disso se dá quanto aos elementos orquestrais e aos coros. Pela primeira vez utilizaram instrumentos e coral reais, com as orquestrações elaboradas por Francesco Ferrini, do Fleshgod Apocalypse, e os coros pelo Hellscore Choir. Além disso, temos diversas outras participações especias, com destaques para as vocalistas Noa Gruman (Scardust) e Anneke van Giersbergen, Jørgen Munkeby (Shining) e a dupla do Eluveitie, Chrigel Glanzmann (que dessa vez participou de todo álbum) e Matteo Sisti.
Os vocais de Tomi Joutsen, como de praxe, são um diferencial imenso para o resultado do álbum, já que a forma como ele trafega entre o gutural e o limpo é simplesmente incrível. E toda essa parte de vocalização ainda é enriquecida com os belos coros e vocais adicionais femininos que surgem em algumas canções. Aliás, sobre isso, eu não me incomodaria em nada se estivessem presentes em todas, pois se encaixam com perfeição na proposta atual do Amorphis. As guitarras de Esa Holopainen e Tomi Koivusaari nos entregam ótimos riffs e aquelas melodias inconfundíveis e grudentas, além de claro, bastante peso. Elas são muitíssimo bem acompanhadas pelos teclados de Santeri Kallio, responsável por criar atmosferas incríveis. Sua capacidade criativa deve ser estudada pela ciência. Quanto à parte rítmica, com Olli e Jan, o trabalho se aproxima da perfeição, tamanha a coesão e a diversidade que imprimem.
De cara, já abrem com uma dessas canções destinadas a se tornarem clássicas. “The Bee” é tudo aquilo você espera de uma canção do Amorphis, já que esbanja peso, tem algumas das melodias mais grudentas de todo o álbum, um refrão que fica na sua cabeça por dias e mais dias, atmosferas que remetem ao Oriente e ótimas vocalizações, tanto de Tomi quanto de Noa Gruman, que adiciona alguns vocais adicionais femininos à música e Albert Kuvezin, com alguns cantos harmônicos que ficam de fundo na canção (saca aqueles vocais que você encontra nos álbuns do Tengger Cavalry?). A bateria também está ótima, pesada e precisa. “Message in the Amber” é uma dessas canções onde o lado Folk fala um pouco mais alto, com belas vocalizações limpas de Joutsen, boa utilização de instrumentos de sopro e riffs marcantes. Os coros também ficaram belíssimos, e tem um forte impacto quando surgem. “Daughter of Hate” tem alguns riffs muito bons, e claro, melodias que cativam. Possui peso de sobra, ótimos guturais e em determinado momento, um solo de saxofone, cortesia de Jørgen Munkeby, do Shining. Os coros novamente surgem impactantes aqui.
“The Golden Elk” é outra que já nasceu clássica, e por algum motivo me remeteu a “Sacrifice”, do álbum anterior. Possivelmente a culpa é do refrão cativante e grudento, que já está há semanas na minha cabeça. As belíssimas orquestrações, a participação de Affif Merhej tocando oud (instrumento oriental semelhante ao alaúde) e o vocal feminino adicional de Noa certamente vão remeter o ouvinte ao Orphaned Land. Vale citar que as partes orquestradas do álbum são tocadas pela The Orphaned Land String Orchestra, e que Gruman fez os vocais femininos e cuidou dos arranjos e condução dos coros de Unsung Prophets & Dead Messiahs, último trabalho dos israelenses.“Wrong Direction” é dessas canções bem diretas e que gruda na cabeça, muito disso devido às melodias de guitarras e teclado, que são ótimas. Orquestrações e coros surgem discretamente de fundo, muito bem encaixados. “Heart of the Giant” tem os teclados de Santeri se destacando, ótimo trabalho das guitarras, além de um forte clima oriental e lindos coros que elevam a música a outro patamar. “We Accursed” traz o lado Folk à tona novamente, com elementos orquestrais sendo muitíssimo bem usados. O teclado novamente entrega boas melodias em parceria com as guitarras.
O clima oriental novamente dá as caras na ótima “Grain of Sand”, bem pesada e com uma ótima participação do baixo. O que dizer de “Amongst Stars”? Essa música tem algo de mágico, e isso não se dá apenas pela encantadora participação de Anneke van Giersbergen. Aliás, a respeito disso, é incrível como ela e Joutsen se completam, e como isso acrescenta muito à canção. Sério, dá até para ficar imaginando como seria se ela se tornasse parte do Amorphis. Mas isso é claro, é um desses sonhos completamente improváveis. Os elementos de Folk surgem muito bem em determinado momento, além de a canção possuir uma pegada que remete à fase mais Prog da banda (The Beginning of Times (11) e Circle (13)). Já é clássica! Encerrando a versão padrão do álbum, temos a ótima “Pyres on the Coast”, que talvez seja o retrato perfeito de tudo que escutamos anteriormente. Ótimos guturais, melodias cativantes oriundas das guitarras e teclados, orquestrações simplesmente grandiosas, belíssimas harmonias e muita energia, apesar da aparente suavidade da canção. Na versão nacional, ainda temos duas faixas bônus que conseguem manter o alto padrão de qualidade do álbum, a belíssima “As Mountains Crumble” e “Brother and Sister”.
A produção mais uma vez ficou por conta do onisciente, onipresente e onipotente Jens Bogren, que a essa altura já dispensa qualquer tipo de apresentação. O seu entrosamento com a banda é tão bom, que eles já deixaram claro que não pretendem trabalhar com outro produtor no futuro. Ele também é o responsável pela mixagem. Já a masterização foi feita por Tony Lindgren (Kreator, Angra, Enslaved, Dimmu Borgir, Paradise Lost). Não é necessário então falar da qualidade final da produção, pois todos já imaginam. A capa é obra de Jean “Valnoir” Simoulin, o mesmo responsável pela de Under the Red Cloud, e que também trabalhou com nomes como Alcest, Behemoth, Paradise Lost, Morbid Angel e Orphaned Land. Passando longe da previsibilidade dos dias atuais, mais uma vez o Amorphis se mostra um dos nomes mais criativos, originais e fascinantes do cenário metálico atual, e nos entrega com Queen of Time, um fortíssimo candidato a melhor álbum de 2018.
NOTA: 94
Amorphis é:
- Tomi Joutsen (vocal);
- Esa Holopainen (guitarra);
- Tomi Koivusaari (guitarra);
- Olli-Pekka Laine (baixo);
- Jan Rechberger (bateria);
- Santeri Kallio (teclado).
Participações especiais:
- Noa Gruman (vocal adicional nas faixas 1, 2 e 4)
- Albert Kuvezin (Throat singing na faixa 1)
- André Alvinzi (teclados adicionais na faixa 1)
- Pekka Kainulainen (narração na faixa 2)
- Jørgen Munkeby (saxofone na faixa 3)
- Affif Merhej (Oud na faixa 4)
- René Merkelbach (vocal adicional na faixa 9)
- Anneke van Giersbergen (vocal adicional na faixa 9)
- Chrigel Glanzmann (flautas)
- Matteo Sisti (flautas)
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