quarta-feira, 19 de julho de 2017

Patria - Magna Adversia (2017)


Patria - Magna Adversia (2017)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. Infidels
02. Axis
03. Heartless
04. A Two-Way Path
05. Communion
06. Now I Bleed
07. Arsonist
08. The Oath
09. Porcelain Idols
10. Magna Adversia

Não nego, quando soube que o Patria estava para lançar um novo álbum, fiquei ansioso pelo mesmo. Vindo de uma ótima sequência, com Liturgia Haeresis (11), Nihil Est Monastica (13) e Individualism (14), ficava cada vez mais nítido que o grupo, formado por Mantus (Mysteriis, Darkest Hate Warfront), responsável pela guitarra, baixo e bateria, e o vocalista Triumphsword (Land of Fog, Thorns of Evil, Cold Mist) seguia a passos largos rumo ao seu auge criativo. Bem, não podemos dizer que já o tenham alcançado, mas se isso não ocorreu, imagino que estejam muito perto depois de Magna Adversia, seu 6º trabalho de estúdio.

A palavra evolução sempre assusta quando utilizada dentro do contexto do Metal, e mais ainda quando falamos de Black Metal, mas não soa exagerada se a inserirmos dentro dessa resenha. Mas calma, o Patria não aderiu às correntes mais modernas do estilo, pois sua música continua umbilicalmente ligada à segunda geração do Black Metal. Contudo, ao terminar a audição de Magna Adversia, é inevitável a sensação de que a banda evoluiu em muito dentro de sua proposta, mostrando que é possível sim, soar atual mesmo sendo tradicional.

Um dos aspectos que mais me chamou a atenção foi a forma como conseguiram equilibrar precisão, brutalidade e melodia, já que esta se faz presente em meio à rispidez e à agressividade das músicas. Muito disso se dá devido ao belo trabalho das guitarras e aos teclados que, encaixados de forma discreta, conseguem dar um discreto ar sinfônico às canções. Mas friso desde já que, quando falo de melodia e elementos sinfônicos, o paralelo a ser traçado aqui é com nomes como Dissection, Emperor, Limbonic Art ou Enslaved, e não com um Dimmu Borgir, um Cradle of Filth ou um Carach Angren. Como já falei acima, são atuais, sendo tradicionais.

Tudo aqui está um nível acima. Os vocais de Triumphsword soam melhores que nunca, mais variados que nos trabalhos anteriores. As canções também estão mais bem-arranjadas, mais trabalhadas, sendo perceptível o maior esmero nas composições. O nível das mesmas aqui é elevado. As orquestrações, quando surgem, têm a função de criar um clima soturno, épico, mas sem qualquer tipo de excesso, o que é muito positivo. Já o trabalho das guitarras é simplesmente fenomenal, despejando alguns riffs frios e marcantes, daqueles que ficam grudados na cabeça por horas. A bateria é um caso à parte e está fenomenal, tendo ficado por conta de Asgeir Mickelson, que já tocou com nomes do porte do Borknagar, Ihsahn, Sarke, Vintersorg (em estúdio) e atualmente comanda o projeto God of Atheists, ao lado de nomes como ICS Vortex, Vibeke Stene e Ihsahn, dentre outros.


A abertura, com “Infidels”, já deixa claro que o Patria não está para brincadeiras. Partes velozes se alternam com outras mais cadenciadas, muita energia, riffs cortantes e sintetizadores dando um clima sinfônico, mostram o passo à frente dado pela banda. A sequência, com a ótima “Axis” mantém o nível lá no alto, com um clima mais sombrio, boas melodias e riffs marcantes, fórmula bem parecida com a que encontramos em “Heartless”. “A Two-Way Path” soa bem intensa, com riffs fortes e bateria bombástica, enquanto “Communion” começa com uma bela introdução acústica, antes de explodir em peso e boas melodias. “Now I Bleed” conta com uma belíssima introdução orquestrada, composta por Fabiano Penna, do Rebaelliun, e é uma das melhores músicas de todo o álbum, com sua intensidade e violência. Já “Arsonist” é aquele Black Metal tipicamente escandinavo, que vai te transportar de volta aos anos 90, algo que se repete mais à frente, na ótima “Porcelain Idols”, uma das mais brutas e enérgicas aqui presentes. “The Oath” tem início com uma curta introdução sinfônica e possui alguns dos riffs mais frios e cortantes de todo o trabalho. Simplesmente épica. A faixa-título encerra o trabalho de forma surpreendente, com sua mescla de partes acústicas, sinfônicas e climáticas.

A produção foi realizada pela própria banda, com co-produção, mixagem e masterização realizadas no Crosound Studio (Garnes/Noruega), por ninguém menos que Øystein G. Brun, do Borknagar. O resultado final ficou incrível e muito equilibrado, já que apesar de ter deixado tudo limpo e claro, com uma cara atual, não abriu mão da agressividade, do peso e da rispidez. Uma das melhores produções de Black Metal que escutei neste ano. Já a belíssima parte gráfica ficou por conta do próprio Mantus (ou, se preferir, Marcelo Vasco), repetindo os tons utilizados em Liturgia Haeresis, e ficou ainda mais incrível no digipack caprichado feito pela Heavy Metal Rock.

Magna Adversia é, sem dúvida alguma, um divisor de águas na carreira do Patria. Mostrando que é possível, sim, evoluir sem perder suas características próprias, e moldando uma personalidade sem precisar abrir mãos de suas referências e influências, conseguiram lançar um dos principais álbuns de Black Metal deste ano de 2017. Obrigatório!

NOTA: 9,0

Patria é:
- Triumphsword (vocal);
- Mantus (guitarra, baixo, bateria).

Participações Especiais:
- Fabiano Penna (orquestrações nas faixas 06 e 10);
- Ristow (guitarra na faixa 10);
- Øystein G. Brun (bateria e programação na faixa 10).

Patria ao vivo é:
- Triumphsword (vocal);
- Mantus (guitarra);
- Ristow (guitarra);
- Vulkan (baixo);
- Abyssius (bateria).

Facebook
Merchandise (Mundo)
Merchandise (Brasil)
Twitter
Instagram
YouTube
Heavy Metal Rock


Nenhum comentário:

Postar um comentário