segunda-feira, 23 de março de 2015

Manilla Road – The Blessed Curse (2015)



Manilla Road – The Blessed Curse (2015)
(Golden Core Records - Importado)

01. The Blessed Curse
02. Truth In The Ash
03. Tomes Of Clay
04. The Dead Still Speak
05. Falling
06. Kings Of Invention
07. Reign Of Dreams
08. Luxiferia's Light
09. Sword Of Hate
10. The Muses Kiss
Bonus CD After The Muse
01. After The Muse
02. Life Goes On
03. All Hallows Eve 1981 Rehearsal
04. In Search Of The Lost Chord
05. Reach
06. All Hallows Eve 2014

Quase 40 anos de história, um dos pais do Epic Metal e certamente uma das bandas mais cults do Heavy Metal. Mesmo tendo em seu currículo clássicos do porte de Cristal Logic (83), Open the Gates (85) e The Deluge (86) e obtendo o respeito de muitos grandes nomes, a realidade é que o Manilla Road nunca transpôs a fronteira do underground. Os motivos? Talvez os vocais do lendário de Mark “The Shark” Shelton, que possui seus amantes e detratores, talvez a fixação por produções fracas para seus álbuns, ou apenas falta de sorte mesmo. Vá saber. A verdade é que com o Manilla Road não existe meio termo, ou se cultua a banda ou se odeia a mesma e ponto final.
Cultuando ou não, a verdade é que os dois últimos trabalhos lançados pelos americanos, Playground of the Damned (11) e Mysterium (13), me soaram apáticos, cansativos e padecendo de criatividade.  Sendo assim, fui escutar The Blessed Curse extremamente reticente quanto a encontrar algo de qualidade. Felizmente, já nos primeiros momentos da abertura, com a faixa título, pude perceber que o bom e velho Manilla Road estava de volta. Alternando momentos mais pesados com outros acústicos, ela é um retrato perfeito da diversidade e criatividade que encontramos durante toda a audição. Destacam-se nesse modelo de alternância entre partes pesadas e acústicas, “Falling” e a épica “Tomes Of Clay”, com influências de música oriental que irão prender o ouvinte. Fora isso, temos aquele bom e velho Epic Power Metal carregados de ótimos riffs e solos cheios de técnica e melodia. Entre essas faixas mais diretas, os destaques inegáveis vão para a pesada “The Dead Still Speak”, “Kings Of Invention”, “Reign Of Dreams”, com um riff simplesmente brutal e a agressiva “Luxiferia's Light” (quero ver você não bater cabeça nessa). De bônus temos o Cd After The Muse, composto basicamente por músicas acústicas de muitíssimo bom gosto, além de “All Hallows Eve”, faixa perdida retirada de um ensaio de 1981 que aqui entra em duas versões. A original e a regravação da mesma, que acabou ganhando quase 5 minutos a mais, sendo o grande destaque do CD.
Agora, vamos ao ponto em que o bicho realmente pega, a produção. Essa fixação que Shelton possui por produções fracas é digna de ser estudada por uma junta de psicanalistas. Beleza, conseguimos escutar todos os instrumentos e tal e aqui a produção está superior aos dos dois últimos álbuns, mas custava dar uma caprichada maior? Estamos em 2015 e é totalmente desnecessário um trabalho gravado hoje em dia ter a mesma produção que um gravado em meados dos anos 80. Ah, ok, você pode argumentar que isso faz parte da aura cult do Manilla Road, mas eu ainda sonho em escutar um álbum deles bem produzido. The Blessed Curse possui ótimas composições que mereciam um tratamento melhor.
Bem, não estamos aqui diante de um clássico do mesmo porte que os já citados álbuns oitentistas da banda e, mesmo se comparado com trabalhos mais recentes como Gates of Fire (05) e Voyager (08), The Blessed Curse ainda perde em qualidade, o que não significa de forma alguma que não seja um belíssimo álbum de Heavy Metal. É meu amigo, o Manilla Road voltou aos trilhos novamente e ao que parece, com muita lenha para queimar.

NOTA: 8,0
 




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