01.
Consequence
02.
Hands Of Dust
03. Spectre
04. Reflections
05. Wolf Sun
06. The Black Sound
07. Walking The Crowpath
03. Spectre
04. Reflections
05. Wolf Sun
06. The Black Sound
07. Walking The Crowpath
Se nos anos 90 observamos uma profusão
de subgêneros surgindo dentro do Heavy Metal, nos dias de hoje vemos um
fenômeno ainda mais inusitado. O surgimento de subgêneros dentro dos
subgêneros. Isso se aplica ao cenário do Black Metal atual, onde bandas e mais
bandas vêm adicionando novas sonoridades ao estilo, demonstrando muita
criatividade, mas também resultando em algumas pequenas catástrofes.
Felizmente, os britânicos do Fen se encaixam no primeiro grupo, com sua mistura
de Black com altas doses de Progressivo, Post Metal, Folk e Shoegaze.
A primeira reação a se ouvir Dustwalker,
3º álbum do Fen, é de estranhamento, muito estranhamento. A variedade de
gêneros e conceitos aqui é muito grande, as faixas vão fluindo de um lado para
o outro, com foco principal até mais no Post Metal e Shoegaze do que no Black,
por mais que a agressividade deste em muitos momentos surja na música dos
britânicos. Longos interlúdios instrumentais, vocais que alternam tons suaves
com rosnados frustrados, usos um tanto excessivos de tempos lentos (e que as
vezes cansam um pouco), passagens ríspidas se alternando com outras totalmente
atmosféricas e acústicas poderiam tornar esse álbum um verdadeiro equívoco, mas
a forma coerente e criativa com que misturam essas diversas influências faz com
que estejamos diante de um trabalho de alto nível.
Como já disse, não é um álbum fácil e o
ouvinte vai necessitar de muitas audições para alcançar a proposta da banda.
“Consequence”, faixa que abre o álbum, tem um ar misantropo. Já “Hands Of Dust”
ilustra de forma perfeita Dustwalker, com uma mistura de Black e Progressivo,
melancolia e fúria. “Spectre” soa totalmente datada e poderia estar em qualquer
trabalho do Pink Floyd nos anos 70 e “Wolf Sun” surge com uma proposta
absurdamente inusitada de misturar Rock Alternativo com Black Metal, soando de
forma surpreendentemente harmônica.
Esse é um álbum bem heterogêneo,
intricado, viajante e nada convencional, que te desperta sentimentos como
isolamento e desapego, remetendo a uma paisagem infernal, escura e devastada.
Se o ouvinte tiver a cabeça aberta a novas sonoridades e se permitir uma
audição atenta, vai se deparar com um trabalho criativo. Indicado a fãs de
bandas como Agalloch, Wodensthrone e Winterfylleth.
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