segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Deep Purple - Graz 1975 (2014/2018)


Deep Purple - Graz 1975 (2014/2018)
(earMUSIC/Shinigami Records - Nacional)


01. Burn
02. Stormbringer
03. The Gypsy
04. Lady Double Dealer
05. Mistreated
06. Smoke On The Water
07. You Fool No One
08. Space Truckin’

Algumas coisas nessa vida nunca são demais. Eu poderia listar algumas destas aqui, mas certamente iriamos divergir sobre o conteúdo dessa lista, algo normal, já que cada um tem suas preferências. Mas existe uma coisa que eu cravaria sem um pingo de medo na minha lista: álbuns ao vivo do Deep Purple. Entre Cds, VHS e DVDs, lá se vão 64 lançamentos feitos de forma oficial em um espaço de 50 anos, o que matematicamente falando, dá 1,28 por ano de vida. Um exagero? Amigos, nada é exagero se te faz feliz, e sim, álbuns ao vivo do Deep Purple fazem o coração de qualquer fã irradiar felicidade. Mas vejam bem, esse não é qualquer álbum ao vivo do Deep Purple. Gravado em 03 de Abril de 1975, em Graz, na Austria, temos em mãos um dos últimos shows da MKIII antes da saída de Blackmore para formar o Rainbow.

Ao serem comunicados pelo guitarrista de que estava para partir, o gerenciamento da banda tratou de trazer o Estúdio Móvel do Rolling Stones para registrar os últimos momentos daquela formação. Em um espaço de 5 dias, 3 apresentações foram gravadas: Graz, Saarbrücken (Alemanha) e Paris (França), todas históricas e que de alguma forma, haviam chegado quase em sua totalidade aos ouvidos dos fãs através dos álbuns Made in Europe (76) e MK III The Final Concerts (96), e no caso de Paris, em um lançamento posterior no ano de 2003 (com relançamento remasterizado em 2012). Ainda sim, o show de Graz nunca havia sido lançado de forma integral (por mais que exista controvérsia sobre a execução ou não de Highway Star no encore neste dia) até o lançamento deste CD. Cortesia da The Official Deep Purple (Overseas) Live Series, que prestou um grande serviço aos fãs nesse sentido, com o lançamento de algumas apresentações históricas dos anos 70.

Quem estava na plateia naquele dia de abril de 1975, nem poderia imaginar que o quinteto formado por David Coverdale (vocal), Ritchie Blackmore (guitarra), Glenn Hughes (baixo/vocal), Jon Lord (teclado) e Ian Paice (bateria) estava nas últimas. E isso porque tiveram a oportunidade de presenciar uma banda afiadíssima e que parecia viver seu melhor momento, estando mais entrosada do que nunca. Não é por menos que muitos entendidos por ai afirmam que o show de Graz apresentou a melhor performance da MK III em um palco. O nível de energia que emanava da banda era algo único, sendo impossível você não se empolgar. A interação entre Coverdale e Hughes beira a perfeição, e Blackmore soa simplesmente espetacular, furioso. Nem parecia estar desencantado com os rumos tomados pela banda. Quanto a Lord e Paice, bem, são Lord e Paice. Acho isso mais do que suficiente para falar sobre o desempenho de ambos.


São 8 canções simplesmente matadoras, e que vão valer cada centavo da aquisição desse CD. De cara temos possivelmente a melhor versão de “Burn” de todos os tempos, e aqui incluo a de estúdio. Fabulosa, explosiva e única. Na sequência, 3 faixas retiradas de Stormbringer, a faixa título, “The Gypsy” e “Lady Double Dealer”, que com todo respeito ao álbum em questão, que adoro, soam superiores as suas versões de estúdio. Acho que isso já dá uma noção muito boa do quanto brilharam nessas canções. “Mistreated” mostra Blackmore brilhando, enquanto “Smoke On The Water” segue aquela sina de não ter ao vivo, uma versão tão clássica quanto a de estúdio. Ainda sim, é impossível não se empolgar com a mesma, afinal, estamos falando de uma das mais icônicas canções da história do Rock. “You Fool No One” simplesmente arrebenta com tudo que encontra pela frente, tamanho o nível de energia da mesma em seus 12 minutos de duração. Reza a lenda que existe uma lei que proíbe um álbum ao vivo do Deep Purple gravado nos anos 70, de não possuir uma versão para “Space Truckin’” que possua menos de 20 minutos. Diz a mesma também que não existem 2 versões iguais da música em questão. E bem, no encerramento do álbum a lei é seguida a risca, goste você ou não. Reparem como Paice brilha aqui.

Originalmente produzido pelo lendário Martin Birch, Graz 1975 teve sua masterização e mixagem realizados por Martin Pullan, o que ajudou ainda mais no brilhante resultado que temos aqui. Seguindo o padrão da The Official Deep Purple (Overseas) Live Series, a capa e o layout foram mais uma vez obras de Alexander Mertsch, com liner notes a cargo de Geoff Barton (jornalista inglês que foi editor da Sounds e da Kerrang! E um dos responsáveis pela popularização da NWOBHM). Você pode idolatrar a MK II, e não existe nada de errado nisso, afinal, ela nos presenteou com os grandes clássicos da banda. Mas a MK III não deve ser subestimada, e mesmo tendo tido uma vida curtíssima, foi uma das melhores bandas a pisar sobre um palco na história do Rock. Um show obrigatório para todo e qualquer fã do Deep Purple.

NOTA: 92

Deep Purple (gravação):
David Coverdale (vocal);
Ritchie Blackmore (guitarra);
Glenn Hughes (baixo/vocal);
Jon Lord (teclado);
Ian Paice (bateria).

Homepage
Facebook
Twitter
YouTube

Nenhum comentário:

Postar um comentário