terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Anvil - Legal at Last (2020)


Anvil - Legal at Last (2020)
(AFM Records - Importado)


01. Legal at Last
02. Nabbed in Nebraska
03. Chemtrails
04. Gasoline
05. I'm Alive
06. Taking to the Wall
07. Glass House
08. Plastic in Paradise
09. Bottom Line
10. Food for the Vulture
11. When All's Been Said and Done
12. No Time (bonus track)

Lá se vão 42 anos de história – desde que surgiram com o nome de Lips, em 1978 –, e uma carreira marcada pela resiliência. Forjado no fogo do Hard’n’Heavy, através das mãos de Steve "Lips" Kudlow (vocal/guitarra) e Robb Reiner (bateria), o canadense Anvil lutou contra todas as adversidades possíveis, e forte como o aço, nunca renunciou a suas convicções musicais. O documentário Anvil! The Story of Anvil, de 2009, mostrou a todos que a vida nunca foi um mar de rosas para a banda, mas, ao mesmo tempo, ajudou a popularizar o seu nome, os colocando finalmente na posição de destaque que sempre mereceram. Desde então, o trio – completado atualmente pelo baixista Chris Robertson -, lançou quase um álbum a cada 2 anos.

Inevitavelmente, dado o curto espaço entre os lançamentos, e ao fato de dificilmente o Anvil mudar sua sonoridade, uma variação de qualidade acabou ocorrendo entre os trabalhos, e por mais que nenhum deles tenha sido efetivamente fraco, alguns não empolgaram tanto os fãs. Agora, com seu 18º álbum de estúdio, Legal at Last, o trio canadense quer mostrar que ainda continua forte, e que as décadas de carreira não foram o suficiente para arrefecer a paixão que possuem pelo Metal. Como já dito, não se trata de uma banda de ousar muito em sua sonoridade, então espere apenas o Anvil sendo Anvil, apresentando um Hard/Heavy com pitadas de Speed, pesado, básico e muito bem-feito. É mais do mesmo? Sim, mas não é exatamente isso que seus fãs esperam escutar?

O álbum abre a velocidade do som, com a rápida e pesada “Legal at Last”, onde flertam fortemente com o Speed e o Motörhead. Na sequência, a pesada e cativante “Nabbed in Nebraska”, dessas canções moldadas para você cerrar o punho e cantar junto o refrão. Destaque para o ótimo trabalho da parte rítmica. Com as guitarras permanentemente plugadas no talo, voltam a acelerar com a forte “Chemtrails”, sendo seguida pela cadenciada “Gasoline”, onde a guitarra de Lips não nega a influência de Black Sabbath em momento algum. Um álbum do Anvil não é um álbum do Anvil, se não tiver uma daquelas músicas que escancara tanto as influências da banda que chega a soar como um plágio. Sendo assim, tente não pensar em “Cat Scratch Fever'”, de Ted Nugent, ao escutar o riff da rocker e divertida “I'm Alive”. Lips deveria pagar royalties por essa. 



“Taking to the Wall” é uma das canções mais pesadas do álbum, e chega com a força de um juggernaut, passando por cima de tudo; “Glass House” possui um dos melhores riffs de todo trabalho e um ótimo refrão, mas falta um pouco de força nos vocais, enquanto “Plastic in Paradise” é outra a contar com riffs sabbathicos. “Bottom Line” esbanja energia, e tem alguns ecos de Motörhead aqui e ali, algo que também podemos observar na ótima “Food for the Vulture”, uma dessas canções 100% Anvil, e que deixa escancarado o DNA da banda. A idolatria pelo Black Sabbath se mostra mais forte do que nunca em “When All's Been Said and Done”, penúltima faixa do trabalho, que encerra com uma faixa bônus, “No Time”, veloz, rápida e verdadeiramente empolgante.

No quesito produção, mais uma vez a banda voltou a trabalhar com a dupla Martin "Mattes" Pfeiffer e Jörg Uken (responsável pela mixagem), com resultados muito bons, já que tudo ficou muito claro e audível. Alguns fãs mais antigos se incomodam com tamanha polidez, e certamente preferiam um som um pouco mais sujo, mas sinceramente, não penso que esse seja um fator comprometedor. A capa, em parte inspirada no fato do Canadá ter modificado a sua legislação com relação a maconha, em parte querendo dizer que hoje em dia não tem mais nada de errado em gostar de Anvil, é obra de W. Cliff Knese. Sem inventar, Lips e cia entregam o esperado, através de um Heavy Metal básico, pesado, simples e enérgico. Se você é fã, não tem erro, pode quebrar seu cofre, contar libra por libra, e adquirir esse trabalho para sua coleção, mas se você faz parte daquela turma que reclama do trio lançar sempre o mesmo álbum, não existe absolutamente nenhuma alternativa que não seja passar longe de Legal at Last. É o Anvil sendo Anvil, e isso já basta!


NOTA: 85

Anvil é:
- Steve "Lips" Kudlow (vocal/guitarra)
- Chris Robertson (baixo)
- Robb Reiner (bateria)


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