terça-feira, 17 de setembro de 2019

Fifth Angel - The Third Secret (2018)


Fifth Angel - The Third Secret (2018) 
(Nuclear Blast Records/Shinigami Records - Nacional)
 
01. Stars are Falling
02. We Will Rise
03. Queen of Thieves
04. Dust to Dust
05. Can You Hear Me
06. This is War
07. Fatima
08. The Third Secret
09. Shame on You
10. Hearts of Stone

Pode ser que você, prezado leitor, nunca tenha ouvido falar do Fifth Angel, mas para aqueles mais íntimos dos porões do Metal oitentista, se trata de um nome de muito valor. Surgida no ano de 1984, na cidade de Seattle – que posteriormente se popularizou pelo movimento grunge –, lançaram dois excelentes álbuns, Fifth Angel (86) e Time Will Tell (89), que fizeram a alegria dos fãs daquele Power Metal tipicamente americano. Infelizmente, após isso, a banda implodiu, e um longo hiato se seguiu. É nesse ponto da história que entra o festival alemão Keep it True. No ano de 2010, após um convite, ocorreu um breve retorno para participação no mesmo, fato que veio a se repetir em 2017. A diferença é que, dessa última vez, a banda recebeu uma oferta da Nuclear Blast para um novo álbum, e bem, aqui estamos nós agora, tratando de The Third Secret.

A primeira coisa que chama a atenção aqui, é que o Fifth Angel gravou como um trio. Da formação oriunda de Time Will Tell, o vocalista Ted Pilot se afastou da música, se tornando cirurgião-dentista, restando os guitarristas Ed Archer e Kendall Bechtel, o baixista John Macko e o baterista Ken Mary (Flotsam and Jetsam, ex-Alice Cooper, ex-Chastain, ex-Impellitteri), sendo que Ed, por questões particulares, não pode participar da gravação. Dessa forma, terminaram reduzidos a um Power Trio, já que Kendall assumiu os vocais. Tudo isso gerou uma série de questionamentos. Como Bechtel se sairia como vocalista? A banda conseguiria manter a pegada dos anos 80, ou o tempo cobraria a fatura? Após a audição, posso garantir sem medo, que os fãs das antigas ficarão satisfeitos com o resultado, e os que ainda não conhecem a banda, terão uma oportunidade de ouro para isso.

Confesso que para mim, o desempenho de Kendall Bechtel é surpreendente. Seus vocais são poderosos, fortes, e vão remeter diretamente a ninguém menos que Ronnie James Dio, mas com alguns toques de Bruce Dickinson aqui e ali. Ele também foi o responsável por cuidar das guitarras, e elas não estão menos que primorosas, com destaque para os riffs, marcantes, e os belíssimos solos. Na parte rítmica, John Macko e Ken Mary conseguem manter o altíssimo nível, com muita solidez, técnica e peso. Musicalmente, temos aquele Power Metal tipicamente americano, que privilegia mais o peso e a agressividade, mas sem deixar as melodias de lado. A identidade sonora da banda se mantêm bem forte, mas soando um pouco mais pesado, o que dá um ar mais atual a suas canções e evita que soam datados. Vale dizer que Kendall saiu da banda, após o lançamento, sendo substituído pelo vocalista Steven Carlson e pelo guitarrista Ethan Brosh. De qualquer forma, que já teve a oportunidade de ver vídeos das apresentações do Fifth nos festivais de verão da Europa nesse ano, sabe que isso não afetou em nada a qualidade, ao menos ao vivo.


De cara, temos a excelente “Stars are Falling”, com seus ótimos riffs, muito equilíbrio entre peso e melodia, além de um refrão muito bom. Por sinal, esse último quesito se repete em todo o álbum. “We Will Rise” é outra que se destaca pelo belo trabalho de guitarras, e tem ótimas melodias vocais. Duvido você não cantar o refrão com o punho erguido e batendo cabeça. A cadenciada e pesada “Queen of Thieves” tem uma vibração meio oriental nas melodias vocais e de guitarra, enquanto “Dust to Dust” é aquele clássico Power Metal da escola americana do estilo, com peso, bons vocais e um ótimo trabalho de bateria. O ritmo cai um pouco com a balada “Can You Hear Me”, que se destaca pelas melodias e pelo refrão forte e marcante, mas volta a subir com a ótima “This is War”, pesada, e com ótimos riffs. Não podemos negar a beleza e qualidade da semi-balada “Fátima”, mas também não dá para discutir que é a canção que menos empolga em todo álbum. “The Third Secret” tem boa cadência, uma linha de baixo forte e teclados muito bem encaixados, além de trazer novamente uma certa vibração oriental em suas melodias. A sequência final abre com o Power “Shame on You”, rápido, cheio de energia e com um ótimo solo, e encerra com “Hearts of Stone”, onde as guitarras e melodias se destacam.

A produção e mixagem ficaram a cargo de Ken Mary, com masterização realizada por Brad Balckwood (Lamb of God, Soulfly, Trivium), com resultados muito bons. Está tudo claro, limpo, audível, mas ainda sim pesado e agressivo. A arte da capa foi obra de Zsofia Dankova (Elvenking, Powerwolf), e o layout foi feito por Marcelo Vasco (Slayer, Borknagar, Dimmu Borgir, Kreator, Testament). Não poderia ter ficado menos do que ótimo. Equilibrando muito bem o novo e o antigo, o Fifth Angel entrega aos seus fãs um álbum enérgico, forte e que honra as tradições da banda, e vai agradar em cheio os que apreciam um Power Metal de qualidade. Resta agora esperar pelos passos futuros da banda.

NOTA: 86

Fifth Angel (gravação):
- Kendall Bechtel (vocal, guitarra, teclado)
- John Macko (baixo)
- Ken Mary (bateria/teclado)

Fifth Angel é:
- Steven Carlson (vocal);
- Ed Archer (guitarra);
- Ethan Brosh (guitarra);
- John Macko (baixo)
- Ken Mary (bateria/teclado)

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