quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Die Apokalyptischen Reiter - Der Rote Reiter (2017)


Die Apokalyptischen Reiter - Der rote Reiter (2017)
(Nuclear Blast Records/Shinigami Records – Nacional)


01. Wir sind zurück
02. Der rote Reiter
03. Auf und nieder
04. Folgt uns
05. Hört mich an!
06. The Great Experience of Ecstasy
07. Franz Weiss
08. Die Freiheit ist eine Pflicht
09. Herz in Flammen
10. Brüder auf Leben und Tod
11. Ich bin weg!
12. Ich nehm' dir deine Welt
13. Ich werd' bleiben

Como tudo nesse mundo, o Heavy Metal também foi afetado de diversas formas pela popularização da internet. Uma delas, foi como a música se tornou global, já que hoje, com um simples clique, você consegue ter acesso a bandas dos mais diversos países, mesmo aqueles mais obscuros em se tratando do estilo. Ainda sim, ou talvez por toda essa facilidade, muita coisa acaba passando batida. Esse é o caso dos Cavaleiros do Apocalipse alemães, o Die Apokalyptischen Reiter, que mesmo estando na estrada a quase 25 anos, é quase uma desconhecida fora de seu país de origem. Sendo assim, cabe uma breve apresentação aos leitores que ainda não tiveram contato com a horda.

Surgido no ano de 1995, no estado da Thuringia, o Die Apokalyptischen Reiter – nome alemão para os 4 Cavaleiros do Apocalipse –, lançou seu debut, Soft & Stronger, em 1997. Na sequência, emplacaram mais 2 álbuns, Allegro Barbaro (99) e All You Need Is Love (00). Sua música tinha os pés bem fincados no Death Metal Melódico, mas abria espaço para elementos Folk que ajudavam a diferenciar a banda. Com a boa repercussão, assinaram um contrato com a Nuclear Blast, fato que marcou uma virada em sua história, já que as mudanças foram muito mais profundas do que uma simples troca de gravadora. Sua estreia na nova casa, Have I Nice Trip (03), deu início a um processo de evolução sonora, onde outros estilos foram sendo agregados a sua base Death, gerando algo que hoje é difícil de rotular. Os lançamentos seguintes, Samurai (04), Riders on the Storm (06), Licht (08), Moral & Wahnsinn (11) e Tief. Tiefer (14), não só consolidaram tal sonoridade, como também os colocaram entre os maiores nomes da música pesada alemã.

Musicalmente falando, gosto de chamar o Die Apokalyptischen Reiter – em tom de brincadeira, vale dizer – de Caos Metal. O termo caos pode soar um tanto negativo para quem lê, mas vejo como algo positivo, pois disse Nietzsche, “é preciso ter um caos dentro de si para dar à luz a uma estrela cintilante.”. É exatamente isso que o quinteto formado por Fuchs (vocal/guitarra), Ady (guitarra), Volk-Man (baixo), Dr. Pest (teclado) e Sir G. (bateria) faz. Misturando elementos de Heavy, Death, Folk, Power, Thrash, Neu Deutsche Harte, Metal Sinfônico, e até mesmo Jazz, criam uma música criativa, melódica, cativante e que prima pela versatilidade. Vindo de um álbum que preocupou os fãs, não por ser propriamente fraco, mas por ser irregular, precisavam provar que não haviam perdido a mão. Der rote Reiter prova que continuam afiados, já que mesmo com uma pequena queda de qualidade no final, conseguem manter um nível muito alto nas composições.


De cara, temos a rápida e cativante “Wir sind zurück”, com boas melodias e um refrão marcante, sendo seguida pela sombria “Der rote Reiter”, que soa, sem brincadeira, como se o Amon Amarth estivesse fazendo uma jam com o Rammstein. Aqui elementos de Death se misturam com NDH gerando uma canção pesada, bruta e densa. “Auf und nieder” tem uma pegada mais Rock, cercada por uma certa aura Folk e um refrão que cativa com facilidade; “Folgt uns” remete ao passado Death da banda, com ótimas melodias e riffs, além de possuir um belo solo, enquanto “Hört mich an!” volta a misturar elementos mais extremos com aquele Metal Industrial tipicamente alemão, e os vocais de Fuchs remetendo aos de Till Lindemann em alguns momentos. “The Great Experience of Ecstasy” mistura brutalidade com alguns elementos sinfônicos nos vocais e no instrumental, que a tornam um dos pontos altos de todo o trabalho. “Franz Weiss” carrega mais no Folk Metal, assim como “Die Freiheit ist eine Pflicht”, mas essa trazendo para si alguns elementos de NDH. “Herz in Flammen” apresenta guitarras com riffs típicos do Death Melódico; “Brüder auf Leben und Tod” esbanja peso e agressividade, e “Ich bin weg!” tem guitarras cativantes e um pé no Punk. Na sequência final, duas faixas bem sombrias e melancólicas, “Ich nehm' dir deine Welt” e “Ich werd' bleiben”.

A produção ficou a cargo do trio composto por Fuchs, Alexander Dietz (Deep Purple, Gamma Ray, Heaven Shall Burn) e Eike Freese (Dark Age, Hansen & Friends, Myrath), sendo que os dois últimos também foram responsáveis pela mixagem e masterização. Tudo claro, limpo, agressivo e audível, já que apesar de muita coisa acontecer ao mesmo tempo, o ouvinte consegue distinguir tudo com clareza. Já a capa foi obra de Fuchs e Patrick Wittstock (Deadlock, Heaven Shall Burn, Scar Symmetry). É o melhor trabalho dos alemães? Ainda penso que esse título pertence dobradinha formada por Samurai (04) e Riders on the Storm (06), mas Der rote Reiter recoloca o Die Apokalyptischen Reiter no caminho certo, e se apresenta como uma ótima porta de entrada para quem ainda não conhece a banda.

NOTA: 84

Die Apokalyptischen Reiter é:
- Fuchs (vocal/guitarra)
- Ady (guitarra)
- Volk-Man (baixo)
- Dr. Pest (teclado)
- Sir G. (bateria)

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