sexta-feira, 17 de maio de 2019

Rotten Filthy - The Hierophant (2018)


Rotten Filthy - The Hierophant (2018)
(Independente - Nacional)


01. Freezing Desolation
02. Monarchy of Bliss
03. The Wise and His Servants
04. Into a Sacred Rite
05. Principle of Pain
06. Tyet
07. Lady of Sword
08. V
09. At the Depths of Your Realm
10. Ancient Pray

A Rotten Filthy surgiu no ano de 2010, na cidade gaúcha de Cachoeira do Sul, e seguindo a tradição de muitas bandas do Estado, tratou de se enveredar pelas vertentes mais extremas do Metal, no caso aqui, o Thrash/Death. No ano de 2012 estrearam com o EP Empires Will Fall, e 3 anos depois lançaram seu debut, o bom Inhuman Sovereign, onde ficou bem claro para todos que o ouviram, que estávamos diante de uma formação muito promissora. Dessa forma, iniciei a audição de The Hierophant com a melhor das expectativas.

A primeira coisa que me chamou a atenção, foi que quarteto formado pelo vocalista James Pugens (estreando em estúdio com a banda), o guitarrista Alex Mentx, o baixista Marcelo Caminha Filho e o baterista Guilherme Machine, trouxe novos elementos para a sua música, mas sem abandonar a sonoridade que caracterizou seu debut. Ao Thrash/Death apresentado na estreia, adicionaram elementos de Hardcore, Metal Tradicional e até mesmo influências de Jazz podem ser observadas, dado os tempos mais quebrados e as variações que observamos nas canções. Isso deu uma riqueza muito maior ao trabalho, além de mostrar toda a criatividade de uma banda que procura sair do lugar-comum.

Mas nem tudo são flores. A qualidade da gravação retrocedeu em comparação com o debut. Por mais que sua música seja criativa, e que você consiga distinguir todos os instrumentos – a mixagem e masterização foram bem-feitas -, a banda optou por fazer algo que se aproximasse mais de como soariam ao vivo, e isso não funcionou bem, ao menos da forma como executaram em The Hierophant. A crueza excessiva tirou parte da força das composições e te faz lamentar a falta de algo um pouco mais trabalhado e encorpado. Isso gera uma bizarra contradição. The Hierophant é um álbum superior a Inhuman Sovereign, se abordado dos pontos de vista da música e da criatividade, mas a audição do trabalho anterior me soa mais agradável.


“Freezing Desolation” tem boas mudanças de ritmo e um solo muito bonito e melodioso, mas a falta de uma guitarra base nesse último – olha a tentativa de soar ao vivo aqui -, simplesmente não funcionou. Na sequência, “Monarchy of Bliss” traz mais cadência ao álbum, e um ótimo desempenho da parte rítmica, mas os vocais guturais não se encaixaram tão bem na canção, pelo menos aos meus ouvidos. “The Wise and His Servants” entrega bons riffs e um ótimo trabalho de baixo; “Into a Sacred Rite” é enérgica e bem variada; “Principle of Pain” mostra não só boa técnica, como também um bom groove. Na segunda metade, “Tyet” tem peso e cadência; “Lady of Sword” tem algo “sabbathico” nas guitarras; “V” é uma instrumental bem técnica; “At the Depths of Your Realm” se destaca pelo bom trabalho de guitarra, enquanto “Ancient Pray” encerra o álbum de uma forma bem densa e diversificada.

Gravado no estúdio Betel, em Cachoeira do Sul/RS, o álbum teve sua mixagem e masterização realizadas por Bollet, no Civil Alien Studios, em Los Angeles, Estados Unidos. Como já dito antes nessa resenha, a falha aqui ocorreu na gravação, na forma como optaram soar. Já a capa é obra do baterista Guilherme Machine, e consegue soar ao mesmo tempo, simples, e cheia de significados. Muito boa! É indiscutível que o Rotten Filthy se mostra criativo e diferenciado em seu segundo álbum, nos apresentando uma música bem técnica, variada e que agrega novas e boas influências. Falta agora dar a produção merecida ao seu trabalho, porque competência para voos mais altos, inclusive eem nível internacional, eles possuem.

NOTA: 78

Rotten Filthy (gravação):
- James Pugens (vocal)
- Alex Mentz (guitarra)
- Marcello Caminha Filho (baixo)
- Guilherme Machine (bateria)

Participações especiais:
- Marcello Caminha (violão nas faixas Freezing Desolation e Ancient Pray)
- Bollet (vocal em Principle of Pain)

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