A Sound Of Thunder - It Was Metal (2018)
(Mad Neptune Records – Importado)
01. Phantom Flight (Feat. Mark Tornillo)
02. Lifebringer
03. Atlacatl
04. The Crossroads Deal
05. It Was Metal
06. Obsidian & Gold (Desdinova Returns) (Feat. Tony Carey)
07. Second Lives
08. Els Segadors (The Reapers)
09. Tomyris
10. Charles II
11. Fortress of the Future Race
Se você ainda não conhece os americanos do A Sound Of Thunder, está perdendo um tempo precioso. Surgido no ano de 2008, e com a formação estável desde 2010, que conta com Nina Osegueda (Vocal), Josh Schwartz (Guitarra), Chris Haren (Baixo) e Jesse Keen (Bateria/Teclado), estrearam em 2009 com um EP autointitulado, que foi seguido 2 anos depois pelo seu debut, Metal Renaissance. De lá para cá, foram mais 3 EP's, Queen of Hell (12), Tales from the B-side (Pleasure Slave) (15), Second Lives (17), 4 excelentes trabalhos de estúdio, Out of the Darkness (12), Time's Arrow (13), The Lesser Key of Solomon (14), Tales from the Deadside (15) e 1 álbum de covers, Who Do You Think We Are? (16).
Em uma época onde bandas produzem em intervalos cada vez maiores, o quarteto originário de Washington deixa claro que passa longe do comodismo, enfileirando lançamentos e apresentando um crescimento e amadurecimento constantes, sem que isso em momento algum signifique abrir mão de sua identidade. Sim amigos, nem sempre evolução vem acompanhada de descaracterização musical. E agora, com It Was Metal, seu 6º álbum de estúdio, deixam mais do que claro que não pretendem tirar o pé do acelerador. Aliás, mais uma vez financiaram o trabalho através de campanha no Kickstarter, já que possuem uma base de fãs muito fiel e que confia na capacidade do ASOT de forjar músicas de qualidade. E vale dizer que, como de praxe, oferecem um produto diferenciado, pois além do álbum, produziram uma graphic novel (vendida separadamente), com histórias originais baseadas nas canções e produzidas por artistas da Marvel, DC e Valiant Entertainment.
(Mad Neptune Records – Importado)
01. Phantom Flight (Feat. Mark Tornillo)
02. Lifebringer
03. Atlacatl
04. The Crossroads Deal
05. It Was Metal
06. Obsidian & Gold (Desdinova Returns) (Feat. Tony Carey)
07. Second Lives
08. Els Segadors (The Reapers)
09. Tomyris
10. Charles II
11. Fortress of the Future Race
Se você ainda não conhece os americanos do A Sound Of Thunder, está perdendo um tempo precioso. Surgido no ano de 2008, e com a formação estável desde 2010, que conta com Nina Osegueda (Vocal), Josh Schwartz (Guitarra), Chris Haren (Baixo) e Jesse Keen (Bateria/Teclado), estrearam em 2009 com um EP autointitulado, que foi seguido 2 anos depois pelo seu debut, Metal Renaissance. De lá para cá, foram mais 3 EP's, Queen of Hell (12), Tales from the B-side (Pleasure Slave) (15), Second Lives (17), 4 excelentes trabalhos de estúdio, Out of the Darkness (12), Time's Arrow (13), The Lesser Key of Solomon (14), Tales from the Deadside (15) e 1 álbum de covers, Who Do You Think We Are? (16).
Em uma época onde bandas produzem em intervalos cada vez maiores, o quarteto originário de Washington deixa claro que passa longe do comodismo, enfileirando lançamentos e apresentando um crescimento e amadurecimento constantes, sem que isso em momento algum signifique abrir mão de sua identidade. Sim amigos, nem sempre evolução vem acompanhada de descaracterização musical. E agora, com It Was Metal, seu 6º álbum de estúdio, deixam mais do que claro que não pretendem tirar o pé do acelerador. Aliás, mais uma vez financiaram o trabalho através de campanha no Kickstarter, já que possuem uma base de fãs muito fiel e que confia na capacidade do ASOT de forjar músicas de qualidade. E vale dizer que, como de praxe, oferecem um produto diferenciado, pois além do álbum, produziram uma graphic novel (vendida separadamente), com histórias originais baseadas nas canções e produzidas por artistas da Marvel, DC e Valiant Entertainment.
Para quem acompanha o quarteto, a qualidade de It Was Metal não chega a surpreender. Mas aqui, curiosamente, para evoluir deram um passo atrás, já que musicalmente é um álbum mais direto e um pouco menos diversificado que os anteriores, uma espécie de retorno ao Heavy Metal Clássico de outrora. A influência de nomes como Iron Maiden, Saxon, Dio, Rush, Deep Purple, Rainbow e outros é latente, mas temperada com muita personalidade. Apesar da menor diversidade, esse é um trabalho com um ar mais grandioso do que, por exemplo, The Lesser Key of Solomon e Tales from the Deadside, com canções bem fortes, enérgicas e rápidas. A guitarra de Josh está simplesmente soberba, com muito peso, riffs grudentos, além de solos e melodias que são capazes de cativar qualquer amante do estilo. A parte rítmica não fica atrás, com o baixo de Chris apresentando aquelas linhas sólidas com as quais os fãs se acostumaram, fazendo uma bela dupla com Jesse e sua bateria, aqui simplesmente bombástica. Vale citar também o seu trabalho com os teclados, já que mesmo que os mesmos não se façam presentes em 100% das músicas, quando surgem acabam dando mais profundidade às mesmas.
Claro que o forte do A Sound Of Thunder é a coesão e o entrosamento de seus integrantes, que funcionam como uma máquina muito bem azeitada de fazer Heavy Metal. Mas, ainda assim, precisamos falar sobre Nina Osegueda. Apesar de ter formação clássica, tendo até mesmo cantado na Ópera Nacional de Washington entre 2000 e 2002, e de ter sido influenciada em sua juventude por algumas das maiores vozes femininas da história, como a espetacular Aretha Franklin e Whitney Houston (segundo a própria Nina, por causa de seus pais, ela não tinha muito contato com Metal na época, e o mesmo se limitava à trilha sonora do filme “Quanto Mais Idiota Melhor”), sua voz cai como uma luva no estilo da banda. Sem querer comparar, mas é como se fosse uma mistura de Rob Halford como Ronnie James Dio, mas em versão feminina. Para mim, está no mesmo nível de importância de outras vocalistas que, ao menos para mim, são lendárias para o estilo, como Leather Leone, Doro Pesch, Ann Boleyn, Lee Aaron, Betsy Bitch, Kim McAuliffe e Wendy O. Williams. Aliás, fica aí a dica de pesquisa, caso não conheça os nomes citados. Seria exagero fazer o trocadilho dizendo que sua voz é o próprio som do trovão?
Assim que os primeiros acordes de “Phantom Flight” começam, sua primeira reação é pensar que está diante de alguma faixa oitentista perdida do Saxon. Ótimas guitarras, que despejam riffs fortes e melodias grudentas, além de solos primorosos e uma participação mais do especial de Mark Tornillo (Accept), que divide os vocais com Nina (que canta de maneira primorosa). É Heavy Metal em estado puro. “Lifebringer” é o retrato perfeito do que é o A Sound Of Thunder. Tem aquele Classic Rock com uma pegada Progressiva, mesclado com Metal Tradicional bem na veia do Iron Maiden, e pitadas de Power Metal. Simplesmente empolgante. A faixa seguinte, “Atlacatl”, trata da história do mítico governante de mesmo nome, que reinou em um estado indígena baseado na cidade de Cuzcatlan (em território hoje pertencente a El Salvador), e que resistiu bravamente às forças invasoras espanholas por alguns anos. Segundo a lenda, ao ser finalmente derrotado, para não ser capturado, teria saltado em um vulcão, se tornando dessa forma uma lenda inconquistada. A parte rítmica se destaca, sendo responsável por dar um forte clima tribal à canção, que casa perfeitamente com o tema. Somado aos vocais agressivos de Osegueda, temos aqui uma das faixas mais pesadas e densas de todo trabalho. Vale dizer que Nina tem descendência salvadorenha por parte de pai. Após todo esse peso, temos uma breve faixa instrumental, intitulada “The Crossroads Deal”. E como o nome deixa bem claro, tem forte influência de Blues.
Se prepare então para o murro no meio da cara que é “It Was Metal”. Repare nos riffs, afiadíssimos e certeiros (e que não escondem a influência de Blackmore), e nas ótimas linhas de baixo. Os vocais também se destacam pela agressividade. Uma verdadeira ode ao Heavy Metal. Bem, recuperar um pouco do fôlego se faz necessário, e para isso surge a épica e maravilhosa “Obsidian & Gold (Desdinova Returns)”, que não esconde a influência de Classic Rock e de nomes como Deep Purple e Rainbow. Por falar neste último, seu ex-tecladista Tony Carey participa (e brilha) na faixa. São quase 10 minutos de uma música simplesmente brilhante. Não se deixe enganar pela aparente calma da introdução de “Second Lives”, pois quando você menos esperar, ela vai simplesmente explodir em peso e energia. Forte, traz à tona as influências de Hard Rock da banda, perceptíveis aos mais atentos no trabalho das guitarras. Você é desses que acha que Metal e política não podem se misturar? Além de estar equivocado, certamente vai precisar pular a próxima faixa. Ela é nada menos do que uma versão metálica para o hino da Catalunha, “Els Segadors (The Reapers)”. E antes que você se pergunte o porque da banda ter gravado o mesmo, saiba de antemão que a mãe de Nina é catalã, e que parte de sua família reside lá. E no fim, o que era para ser uma homenagem da vocalista à sua mãe, tomou outro vulto com a declaração de autonomia da Catalunha no ano passado (que diga-se, não foi reconhecida pela Espanha). Apenas escute, e duvido que você não cante o refrão a todos pulmões, levantando o punho para o alto.
Então chega a hora de mais um pouco de história, com “Tomyris”, rainha que governou os Masságetas (com território localizado hoje em partes do moderno Turcomenistão, Afeganistão, Uzbequistão, e sul do Cazaquistão.), e que foi a responsável pela morte de Ciro, o Grande, rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C. Conta-se que após este morrer, ela decapitou o mesmo e jogou sua cabeça em um jarro com sangue humano, cumprindo assim a promessa que havia feito ao mesmo, de o afogar em sangue humano (Ciro havia assassinado seu filho, após capturá-lo em batalha). Mais Heavy Metal que isso, só mesmo a música em si, que se destaca pelas ótimas guitarras, pelo refrão cativante, pelo brilhante uso dos teclados (aqui a veia setentista vem à tona novamente) e pelos vocais viscerais de Nina. A sequência final mantém o nível primoroso das canções anteriores, com “Charles II” (mais um pouco de história, agora tratando do rei inglês Carlos II), com riffs que parecem ter sido forjados pela dupla Tipton/Downing. Veloz, certeira e tem uma melodia que contagia qualquer um e vai agradar em cheio aos fãs de Judas Priest e afins. É Metal em seu estado mais clássico, assim como a ótima “Fortress of the Future Race”, uma dessas canções que parecem ter sido forjadas pelo próprio Deus Metal. Duvido você não se empolgar com os ótimos riffs e solos aqui presentes.
Como de praxe na carreira da banda, a produção ficou nas mãos de Kevin Gutierrez (algo que ocorre desde Out of the Darkness), que ouso dizer, é quase como um quinto integrante, já que é homem de confiança do quarteto nesse sentido. Mais uma vez ele acerta em cheio, pois a produção ficou em um nível altíssimo. Clara, límpida e cristalina, mas sem soar artificializada. Não consigo imaginá-los trabalhando com outro nome nesse sentido. A capa é mais um trabalho fora do comum de Dusan Markovic, responsável pelas mesmas desde o EP Queen of Hell. Dizer que esse é o melhor trabalho da banda pode ser um pouco prematuro, já que The Lesser Key of Solomon está facilmente entre os 10 melhores álbuns de Metal dessa década, mas é inegável que It Was Metal tem tudo para colocá-los em um patamar mais alto dentro da cena. Você é desses que fica aí, lamurioso e queixoso quanto ao fato de nomes tradicionais do estilo estarem pendurando as chuteiras? Pois saiba que temos toda uma nova geração de excelentes bandas, e o A Sound Of Thunder é certamente um dos melhores nomes desta. Basta você deixar o comodismo de lado e acordar para a vida. Existe sim muita vida e qualidade no Heavy Metal, sem que a banda precise se chamar Iron Maiden, Metallica ou Black Sabbath. It Was Metal é mais uma das provas disso! Um dos melhores álbuns de 2018!
OBS: Bem que alguma gravadora nacional podia se dignar a lançar a discografia da banda no Brasil, hein!
NOTA: 92
A Sound Of Thunder é:
- Nina Osegueda (Vocal);
- Josh Schwartz (Guitarra);
- Chris Haren (Baixo);
- Jesse Keen (Bateria/Teclado).
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