quarta-feira, 21 de março de 2018

Killepsia – Killepsia (EP) (2017)


Killepsia – Killepsia (EP) (2017)
(Independente – Nacional)


01. Role Model
02. Bordado
03. Império
04. Incertezas

O Killepsia surgiu no ano de 2013, em Porto Alegre/RS, tendo lançado já no ano seguinte seu primeiro EP, Kronophobia. Passados 3 anos e algumas mudanças de formação, soltaram no ano passado seu segundo trabalho do mesmo tipo, autointitulado. E o que temos aqui é uma mistura bem interessante de Heavy Metal, Rock Progressivo, MPB e Jazz, fazendo da sonoridade do quarteto algo diversificado e diferenciado.

Sua música se mostra bem coesa e equilibrada, o que é um ponto positivo. Apesar de técnicos, conseguem fazer sua música de uma forma bem simples, sem exageros, fazendo com que suas canções soem agradáveis, mesmo para aqueles que não são tão fãs de Progressivo. Chama também a atenção o fato de que, apesar de ótimas melodias, não abrem mão do peso, com direito a algumas passagens bem agressivas aqui e ali.

O trabalho de guitarras de Vicente Queiroz e Giuseppe Oppelt é muito bom, com destaque principalmente para os solos. Na parte rítmica, Ian Ge Eff imprime algumas linhas bem fortes de baixo, enquanto Rafael Severo se mostra um baterista altamente técnico e diversificado. O único senão, a meu ver, fica no que tange o trabalho vocal, dividido por Vicente e Ian. Não que ele seja ruim, mas fica aquém do que a música do Killepsia pede. Senti um pouco de insegurança em alguns momentos, e falta alcance a voz de ambos. Isso faz com que, em alguns momentos, os vocais não correspondam ao que o instrumental pede (e acreditem, nessa parte eles são ótimos).

 

São 4 canções, todas muito bem arranjadas, e com boas variações de tempo. Destaca-se o fato também de que uma delas é cantada em inglês, e as demais em português. “Role Model” abre o trabalho com uma forte linha de baixo e possui boa agressividade, mas achei a mais fraca do EP, principalmente no que diz respeito ao trabalho vocal. “Bordado” tem uma pegada mais acessível, com algo de Pop/Rock aqui e ali, mas sem abrir mão do peso (principalmente nas bases). E aqui constatamos que o Killepsia se sai melhor cantando em português do que em inglês (fica aí a dica para trabalhos futuros). “Império” é a mais diversificada de todas as canções aqui presentes, com seus quase 8 minutos de duração. Enérgica, passeia entre o Metal e o Progressivo, com ótimos resultados. Encerrando, temos a forte “Incertezas”, densa, técnica e, certamente, a mais pesada de todo o trabalho.

Produzido e mixado por Vicente Telles, com coprodução de Ian Ge Eff e masterização realizada por Marcos Abreu. O resultado final é razoável: está tudo bem claro e audível, com boa timbragem e um clima mais orgânico, mas em um ou outro momento a crueza acaba soando um pouco além da conta, levando em conta a proposta do quarteto. Ainda assim, está longe de comprometer. Já a capa, simples e funcional, é obra de Pedro Valadão. Mostrando muita personalidade e diversidade, o Killepsia surpreende pela ótima música aqui apresentada. Acertando esses pequenos detalhes apontados aqui e ali, estarão mais do que prontos para voos muito mais altos.

NOTA: 81

Killepsia é:
- Vicente Queiroz (Guitarra/Vocal);
- Ian Ge Eff (Baixo/Vocal);
- Giuseppe Oppelt (Guitarra);
- Rafael Severo (Bateria).

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