quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Gamma Ray - Land Of The Free (Anniversary Edition) (1995/2017)


Gamma Ray - Land Of The Free (Anniversary Edition) (1995/2017)
(earMUSIC/Shinigami Records - Nacional)


CD1
01. Rebellion In Dreamland
02. Man On A Mission
03. Fairytale
04. All Of The Damned
05. Rising Of The Damned
06. Gods Of Deliverance
07. Farewell
08. Salvation’s Calling
09. Land Of The Free
10. The Saviour
11. Abyss Of The Void
12. Time To Break Free
13. Afterlife

CD2
01. Heavy Metal Mania (Holocaust Cover)
02. As Time Goes By (Pre-Production Version)
03. The Silence ’95
04. Dream Healer (Instrumental – Live At Chameleon Studios 2017)
05. Tribute To The Past (Instrumental – Live At Chameleon Studios 2017)
06. Heaven Can Wait (Instrumental – Live At Chameleon Studios 2016)
07. Valley Of The King (Instrumental – Live At Chameleon Studios 2016)

Os fãs estavam com um pé atrás. Após gravar os icônicos Keeper of the Seven Keys I e II com o Helloween, Kai Hansen partiu e formou o Gamma Ray. Apesar uma elogiada estreia, com Heading for Tomorrow (90), seus dois trabalhos seguintes, Sigh No More (91) e Insanity and Genius (93), não foram tão bem recebidos, pelo simples fato de não serem trabalhos que mergulhavam puramente no Power Metal, já que as influências de Metal Tradicional se faziam fortes em ambos. E para completar, após esse último, Ralf Scheepers saiu da banda, já que estava entre os principais cotados para assumir a vaga de Rob Halford no Judas Priest. Some-se a isso o fato de nos meados dos anos 90, o Heavy Metal ter sido declarado morto por muitos, já que sua popularidade andava em baixa.

E foi justamente em um momento onde tudo conspirava não só contra o Gamma Ray, como também contra o Metal em si, que surgiu Land Of The Free, um dos maiores trabalhos da história do Power Metal, e que pode ser colocado em pé de igualdade com clássicos do estilo como os Keeper of the Seven Keys I e II (87/88) do Helloween, Somewhere Far Beyond (92) e Nightfall in Middle-Earth (98), do Blind Guardian, Death or Glory (89) do Running Wild, Perfect Man (88) do Rage, Hypertrace (88) do Scanner ou Livin' in Hysteria (91) do Heavens Gate, só para ficar no círculo de bandas alemãs. A forma como Kai Hansen (Vocal/Guitarra), Dirk Schlächter (Guitarra/Teclado), Jan Rubach (Baixo) e Thomas Nack (Bateria) conseguiram mesclar elementos como simplicidade, peso, agressividade, velocidade e melodia, foi simplesmente única, fazendo desse um trabalho mais do que especial.

De cara, temos aquela que não só é a melhor música da carreira do Gamma Ray, como uma das melhores de toda a história do Power Metal, a épica “Rebellion In Dreamland”, majestosa em seus quase 9 minutos de duração. Dinâmica, com um refrão icônico e solos incríveis de Kai e Dirk Schlächter (que te faz lamentar ele ter trocado a guitarra pelo baixo), é uma canção que beira a perfeição. “Man On A Mission” vem em seguida apresentando o melhor do Power Metal. Veloz, pesada e melódica, é uma espécie de elo perdido entre Walls of Jericho (85) e Keeper of the Seven Keys I (87), com referências ao Queen aqui e ali. Após o interlúdio “Fairytale”, que é praticamente uma continuação da faixa anterior, “All Of The Damned” se destaca não só pelo ótimo refrão, como também pelo trabalho de guitarra. Após novo interlúdio, com “Rising Of The Damned”, temos uma nova aula de Power Metal, com a ótima “Gods Of Deliverance”, veloz e com refrão grudento. “Farewell” é uma boa balada, e conta com a participação de Hansi Kürsch (Blind Guardian), mas talvez seja a canção mais comum de todo o álbum.


A segunda metade do trabalho abre com “Salvation’s Calling”, outra paulada Power Metal, com um ótimo riffs e algo do Helloween da fase Walls of Jericho. “Land Of The Free” é outra que beira a perfeição, rápida, com um trabalho de guitarra simplesmente fenomenal, além de ser outra que possui um refrão simplesmente icônico (com direito a ninguém menos que Michael Kiske fazendo vocais adicionais). “The Saviour” é o terceiro interlúdio presente no trabalho, e sinceramente, dispensável, sendo seguido pela épica “Abyss Of The Void”, com uma levada mais mid-tempo. Na sequência final, temos o retorno de Kiske, agora cantando “Time To Break Free”, talvez a faixa menos pesada de todo o trabalho, mas ainda sim um “rockão” de primeiríssima categoria (e convenhamos, Kiske é Kiske), e a lúgubre e emocionante “Afterlife”, dedicada por Kai ao saudoso Ingo Schwichtenberg, que havia cometido suicídio naquele ano, em virtude da depressão, do vício em drogas e álcool e de uma esquizofrenia.

Para completar, o pacote inclui um cd bônus onde, além de um cover para “Heavy Metal Mania”, do Holocaust, temos a versão da pré-produção de “As Time Goes By” (presente em Sigh No More), uma regravação da época para “The Silence” (originalmente no Heading for Tomorrow) e versões instrumentais atuais para “Dream Healer” (Sigh No More), “Tribute To The Past” (Insanity and Genius), “Heaven Can Wait” (Heading for Tomorrow) e “Valley Of The King” (Somewhere Out in Space (97)). Originalmente, Land Of The Free foi produzido e mixado por Hansen e Charlie Bauerfeind, com masterização de Ralf Lindner. Para esse relançamento, assim como os anteriores, recebeu remasterização pelas mãos de Eike Freese. A capa, de Eike R. Gall, foi retrabalhada por Hervé Monjeaud (como todos os relançamentos dessa série). Um trabalho clássico e obrigatório para qualquer fã de Metal, desses que ficam marcados na história do estilo por todo o sempre.

NOTA: 9,5

Gamma Ray (gravação):
- Kai Hansen (Vocal/Guitarra);
- Dirk Schlächter (Guitarra);
- Jan Rubach (Baixo);
- Thomas Nack (Bateria).

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