quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Mortifer Rage - Fall of Gods (2017)


Mortifer Rage - Fall of Gods (2017)
(Vários - Nacional)


01. Intro
02. Ethnocentrism
03. Religious Necrosis
04. The Hammer
05. Immolation
06. Tunisian Storm (Instrumental)
07. No Masters, No God
08. Doctrines of Death
09. Hate, My Offer
10. Redeption Blade
11. Genocide of Minds
12. Sword and Blood

Dificuldades não faltam para quem resolve viver o underground de corpo e alma. O Mortifer Rage surgiu em Santa Luzia/MG, no ano de 1999 (ainda com o nome de Mortifer), apostando firmemente no Death Metal, e de lá para cá veio trilhando com firmeza o tortuoso e sinuoso caminho da música pesada em nosso país. Nesses 18 anos, os lançamentos foram esparsos. Primeiro veio seu debut, em 2001, Legacy of Obsessions, e seu segundo álbum veio 7 anos depois, Murderous Ritual. Agora, após um hiato de 9 anos (onde chegaram a lançar 2 singles), finalmente nos apresentam seu terceiro álbum, Fall of Gods.

Quando falamos aqui de Death Metal, estamos nos referindo àquela sonoridade mais tradicional, típica do final dos anos 80 e início dos 90, com foco em nomes como Deicide, Immolation e Morbid Angel. O Mortifer Rage não brinca em serviço e nem abre espaço para experimentos e inovações, pois seu DNA é old school até a medula. É bruto, é agressivo, é violento e sua música, forjada para destruir os pescoços mesmos dos deathbangers mais resistentes.

Ok, não temos absolutamente nada de novo aqui, e você pode até argumentar, com razão, que o que escutamos aqui já foi feito com muito mais brilhantismo por nomes consagrados do estilo, tanto no exterior como no Brasil. Mas e daí? O que importa é que ela é muito bem feita e transpira honestidade. É nítido que Carlos Pira (vocal/baixo), R. Amon (guitarra), Robert Aender (guitarra) e Wesley Adrian (bateria) amam o que fazem.

Quem teve a oportunidade de escutar os trabalhos anteriores da banda, vai notar de cara a evolução do quarteto desde o lançamento de Murderous Ritual. Sua música soa mais madura, coesa e bem trabalhada. Os vocais guturais são muito bons, enquanto as guitarras despejam riffs agressivos e de muita qualidade. A parte rítmica destrói tudo, mostrando boa técnica e variedade. Aliás, vale destacar que aqui o Mortifer Rage não padece daquele mal que vemos em alguns trabalhos do estilo, onde todas as músicas soam meio parecidas. Mostram uma diversidade bem interessante, já que alternam passagens mais cadenciadas com outras mais velozes. Ponto para o quarteto.


Descontando a introdução e uma faixa intrumental, temos 10 verdadeiras odes ao Death Metal. Aponto como destaques “Ethnocentrism”, faixa que prima pela agressividade e pelo belo trabalho da dupla baixo/bateria, a raivosa “The Hammer”, com boas mudanças de andamento que acabam por lhe dar grande variedade, “No Masters, No God”, pesada, bruta e com ótimo trabalho das guitarras, a insana “Doctrines of Death”, que se destaca por seus momentos velozes, e a impiedosa “Hate, My Offer”.

Gravado no Maçonaria do Áudio Studios (Nova Lima/MG), foi produzido, masterizado e mixado por André Damian. Está claro e audível, além de bem direto e com uma boa dose de crueza, que até cai bem para tal proposta sonora. Claro que ainda não está ideal e é algo que pode ser mais bem trabalhado no futuro, mas não compromete o resultado final. A capa é obra de Marlon Lima, com o design do encarte feito por Marco Túlio Alves. O resultado final ficou bem legal e condizente com a proposta da banda.

Sem inventar e investindo pesado naquele bom e velho Death Metal Tradicional, o Mortifer Rage presenteia a todos os fãs de música mais extrema com um trabalho técnico, agressivo, cru e bruto, feito sob medida para moer os pescoços alheios. Se for sua praia, vale a pena conhecer.

NOTA: 7,5

Mortifer Rage é:
- Carlos Pira (vocal/baixo);
- R. Amon (guitarra);
- Robert Aender (guitarra);
- Wesley Adrian (bateria).

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