segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Wintersun - The Forest Seasons (2017)


Wintersun - The Forest Seasons (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Awaken From The Dark Slumber (Spring)
    I - The Dark Slumber
    II - The Awakening
02. The Forest That Weeps (Summer)
03. Eternal Darkness (Autumn)
    I - Haunting Darkness
    II - The Call of the Dark Dream
    III - Beyond the Infinite Universe
    IV - Death
04. Loneliness (Winter)
05. Loneliness (Winter) (acústico) *Bônus Track

Originalmente, o Wintersun surgiu no ano de 2003, como um projeto paralelo do então vocalista e guitarrista do Ensiferum, Jari Mäenpää, mas antes mesmo do lançamento do autointitulado debut em 2004, tornou-se sua banda principal. Após uma elogiada estreia, deu-se um hiato de 8 anos, durante o qual o perfeccionista Jari trabalhou duro para lançar o igualmente aclamado pelos fãs Time I (12), gerando assim uma grande expectativa por parte do público pela continuação da obra. Mas após outro longo hiato, agora de 5 anos, não foi bem isso o que aconteceu.

No primeiro semestre deste ano, Jari Mäenpää anunciou que, apesar de ter a composição de Time II bem adiantada, não poderia lançá-lo, pois não possuía os recursos necessários para finalizar a obra sem comprometer a visão integral da mesma. Além disso, afirmou que lançaria uma série de ambiciosas campanhas de crowdfunding, com a intenção de arrecadar dinheiro para a construção de um estúdio para a banda, ou como ele se refere, o quartel-general do Wintersun, permitindo assim que não só finalizassem Time II com a liberdade necessária, como também os demais trabalhos futuros do grupo. O valor pretendido? 750 mil euros.


Na primeira das campanhas, buscaram bater a meta de 150 mil euros, disponibilizando um único pacote no valor de 50 euros, que continha uma cópia em WAV de The Forest Seasons para download, um booklet 5K de 17 páginas criado pelo próprio Jari, uma versão instrumental do mesmo The Forest Seasons, versões remasterizadas dos 2 álbuns de estúdio da banda, o álbum ao vivo Live At Tuska 2013 em Mp3 de 320 kbps e uma versão acústica para a música “Loneliness”. O resultado final? 464 mil e 330 euros! Impressionante.

Mas no final disso tudo, o que esperar de The Forest Seasons, o 3º trabalho de estúdio do Wintersun? Bem, o que posso dizer é que estamos definitivamente diante de um álbum capaz de dividir opiniões. O conceito aqui fica bem óbvio - as 4 estações do ano - tomando como base uma floresta e as transformações nela ocorridas. Musicalmente, temos o esperado, ou seja, Melodic Death Metal, com grandes coros, orquestrações fartas e bombásticas, um clima épico e bastante complexidade. Tudo o que um fã da banda realmente espera. Mas ao mesmo tempo, quando se faz algo assim, corre-se o risco de se esbarrar na pretensão e na indulgência, o que não deixa de ocorrer aqui em alguns momentos. Cabe então ao ouvinte decidir se aprova ou não. Não é sem motivos que The Forest Seasons vem despertando reações de amor e ódio no exterior.

A variedade é o mote aqui, em todos os sentidos. As linhas vocais são bem fortes e as guitarras são responsáveis por riffs marcantes. Vale dizer que, apesar de a banda ter uma formação fixa, tudo aqui foi gravado por Mäenpää, exceto algumas partes vocais, que contaram com o apoio de Teemu Mäntysaari (guitarra) e Jukka Koskinen (baixo). As orquestrações soam grandiosas e os sintetizadores são muito bem utilizados. A parte rítmica também soa muito bem e todo o trabalho tem aquela complexidade típica do Wintersun. Talvez seja por isso que alguns não consigam absorver a grande quantidade de detalhes aqui presentes.


A abertura se dá com a primavera, “Awaken From The Dark Slumber”. Jari consegue criar um belo clima aqui. Conseguimos sentir o inverno chegando ao fim e a vida voltando à floresta, com o seu despertar. As orquestrações estão muito boas e, em alguns momentos, os sintetizadores nos remetem ao Dimmu Borgir de trabalhos como Enthrone Darkness Triumphant (97) e Godless Savage Garden (98). Aliás, isso ocorre em diversos outros momentos durante os 54 minutos de duração do trabalho. Em seguida chega o verão, com “The Forest That Weeps”, que possui bons riffs, um clima épico e melodias verdadeiramente agradáveis, além de ótima variedade vocal e coros realmente grandiosos. Eis que então a escuridão começa a se aproximar com o outono, em “Eternal Darkness”. Fazendo jus ao nome, começa ríspida e brutal, com forte influência de Black Metal. Possui um clima melancólico e sombrio, bem outonal, graças às ótimas orquestrações, e prepara muito bem o terreno para o inverno, que está chegando. E ele chega com a fria e triste “Loneliness”, que faz valer seu nome. O ponto alto são os vocais de Mäenpää, bem emocionais e que conseguem transmitir a sensação de solidão e escuridão que o tema pede. De bônus, temos a versão acústica da mesma, que foi incluída como recompensa na campanha de crowdfunding da banda.

Toda a parte de produção, mixagem e masterização ficou por conta de Jari Mäenpää, que fez um trabalho muito bom. Você consegue perceber cada pequeno detalhe do trabalho, e olha que são muitos. A capa foi obra de Gyula Havancsák (Accept, Grave Digger, Destruction, Stratovarius), tendo ficado muito bonita. Já o encarte foi obra mais uma vez de Jari. The Forest Seasons é um bom trabalho? Aos meus olhos sim, já que mesmo que não chegue no mesmo nível dos 2 primeiros álbuns, ainda assim impõe muito respeito, sendo capaz de despertar reações variadas nos ouvintes. Um dos melhores trabalhos do ano para os apreciadores de Metal Sinfônico.

NOTA: 8,5

Wintersun (gravação)
-  Jari Mäenpää (vocal/todos os instrumentos)

Wintersun é:
- Jari Mäenpää (vocal/guitarra);
- Teemu Mäntysaari (guitarra);
- Asim Searah (guitarra);
- Jukka Koskinen (baixo);
- Kai Hahto (bateria).

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