Bem, aqui está a última parte da Discogradia comentada do Paradise Lost.
Deixo claro por opção de abordar apenas material de estúdio, resolvi deixar de
fora os 2 trabalhos ao vivo, At BBC e o excelente The Anatomy Of
Melancholy, Além disso, o álbum Drown In Darkness, The Early Demos,
que como o nome deixa claro, reune o material lançado no período das demos, ou
seja, pré Lost Paradise, também não foi resenhado aqui.
PARADISE
LOST (2005)
Se
Symbol of Life representou a volta da banda ao Metal e pode ser
considerado uma continuação natural de One Second, Paradise Lost
vai além e marca o retorno da banda ao Doom Metal, território do qual nunca
deveriam ter saido. Claro, não estamos falando de um retorno radical a suas
raízes, até porque ainda temos alguns pouquíssimos elementos eletronicos aqui e
ali, mas o que dá o mote desse álbum, sem sombra alguma de dúvida, é o peso das
guitarras de Greg e Aaron. Finalmente, após 10 longos anos, o Paradise Lost
começa a se reencontrar com sua verdadeira sonoridade.
Obviamente
que não ocorre um descarte de tudo que adquiriram em matéria de sonoridade pós One
Second, afinal de contas, um amadurecimento musical é mais do que natural
e, principalmente, saudável. E inegavelmente, é muito bom poder escutar
novamente o peso e a agressividade nos riffs de Mackintosh e Aedy. O álbum como
um todo é bem homogêneo e pesado e destacaria aqui “Don’t Belong”, “Grey”,
“Redshift” (a melhor do álbum), “Forever After” e “Over de Madness”.
IN
REQUIEM (2007)
Sem
exageros, In Requiem é o verdadeiro e legítimo sucessor do
clássico Draconian Times. Tudo que se esperava de One Second está
presente nele, peso, vocais agressivos de Nick Holmes, intensidade, atmosfera sombria,
guitarras fortes e ótimos solos, algo raro nos trabalhos anteriores da
banda. Experimentos eletrônicos? Esqueçam isso, o que temos aqui é o bom
é ótimo Paradise Lost fazendo o que sabe, Metal puro e simples.
Destacar
faixas no álbum? Poderia citar TODAS sem me sentir minimamente culpado, mas “The
Enemy” é sem dúvida um clássico instantâneo e do meu ponto de vista, está
entre as 5 melhores múscias do Paradise Lost. “Requiem” é outra que
remete diretamente aos anos 90 e “Prelude To Descent” é um doom daqueles
que que a banda não fazia a tempos. É um ábum que não possui faixas
desnecessárias.
O
bom filho a casa retornou. Esse é um álbum essencial na coleção de qualquer
headbanger fã de Gothic/Doom e que nesse momento, em matéria de qualidade,
ficaria só abaixo de Icon e Draconian Times. Aqui o Paradise Lost
voltou a ser Paradise Lost em sua essência.
Faith Divides Us - Death Unites Us
(2009)
O
que esperar de uma banda que nunca se repetiu de um trabalho para o outro, e se
caracterizou por supreender seus fãs a cada lançamento (para o bem ou para o
mal), ainda mais após um álbum excelente como o anterior, In Requiem? A
resposta? Simples, um álbum ainda mais pesado e se aprofundando mais ainda nas
raízes do Paradise Lost. Faith Divide Us – Death Unite Us é o disco mais
agressivo do Paradise Lost desde Draconian Times, com direito a um Nick
Holmes cantando de forma bem menos limpa que nos trabalhos anteriores. E apesar
de gostar de suas vocalizações mais limpas, devo admitir que é bom, mais muito
bom ver ele imprimindo vocais mais agressivos as músicas da banda.
Continuação
natural do álbum anterior, temos aqui aquela palavra mágica que define todos os
álbuns do Paradise Lost: homogeneidade. Não existe uma grande variação de
qualidade entre as faixas e todas estão niveladas por cima. Se sobressaindo um
pouco, temos “I Remain”, com um dos refrões mais cativantes da carreira
da banda, “The Rise of Denial”, que une com perfeição agressividade e
melódia, já nascendo clássica e “Living With Scars”, onde talvez
tenhamos os riffs mais complexos já escritos pelo Paradise Lost.
Faith
Divide Us – Death Unite Us
é um registro sólido, pesado, agressivo e competente. Mais um ótimo álbum em
uma discografia repleta de destaques dessa, que é uma das bandas mais influentes
do cenário do Metal. Não acredita? Não concorda? Quantas bandas você conhece
capazes de receber aclamações efusivas de nomes tão dispares como Lacuna Coil,
Napalm Death, Cathedral, Kreator e System Of A Down? Pois é....
TRAGIC
IDOL (2012)
Estaria
mentindo se negasse que após o ótimo Faith Divide Us..., eu não estava
ansioso ao extremo pelo lançamento desse álbum. Valeu a pena a espera? E como
valeu. Em Icon, eles deixaram definitvamente seu passado Death para
traz. Em Draconian Times, definiram o que viria a ser o Gothic Metal.
Com Tragic Idol o Paradise Lost retorna a esse passado, fazendo uma
releitura do período Icon/Draconian, justamente o melhor da banda, e
disso simplesmente surgiu o melhor trabalho deles desde 1995.
Esse
álbum é uma evolução do anterior. Faith tinha mais peso, mas
indiscutivelmente Tragic Idol tem um potencial incrível para o
surgimento de novos clássicos da banda. É um album que mistura perfeitamente o
peso do Metal com a melancolia do Rock Gótico (alguém aqui lembrou do Draconian
Times?), encontrando um equilibrio perfeito dentro dessa fórmula. O trio
formado por Adrian Erlandsson (bateria)e os guitarristas Mackintosh e Aedy
demonstra um ótimo entrosamento e os vocais de Nick Holmes estão bem próximos
do seu trabalho em Icon.
Tragic
Idol é um trabalho
cativante e poderoso e uma atmosfera de melancolia paira sobre cada canção do
álbum. Aliás, aqui temos músicas mais fortes que no álbum anterior. Greg
Mackintosh está em seu auge, misturando perfeitamente riffs tipicamente Doom
com aquela melodia característica do Paradise Lost, além de solos
inspiradíssimos. As compisições presentes aqui são indiscutivelmente as
melhores desde Icon/Draconian Times e os destaques vão para "Fear
Of Impending Hell", melhor do álbum, com um refrão grudento (não
sai da minha cabeça por nada) e uma influência mais do que saudável de The
Sisters Of Mercy, "Crucify", "To The Darkness",
"Theories From Another World", "In This We Dwell" e a
ótima "Honesty In Death" (com um belíssimo solo de guitarra).
Simplesmente essencial!
NOTA:
9,5
(...)''Paradise Lost vai além e marca o retorno da banda ao Doom Metal, território do qual nunca deveriam ter saido''(...) dscordo plenament...pois amo BELIEVE IN NOTHING...pra mim mais uma das obras de arte da banda e é assim q a banda faz historia...Paradise Lost marcou e continua marcando a minha vida com os albuns...Gothic,Shades of God,Icon,Draconian Times,One Second,Believe in Nothing,Symbol of Life,Paradise Lost,In Requiem,Faith Divides Us Death Unites Us,Tragic Idol e Tragic Illusion...q as considero obras de arte...
ResponderExcluirBem, isso no final acaba sendo algo muito pessoal. Eu realmente não consigo gostar do Believe In Nothing, acho um álbum muito sem sal, sem graça. Para a minha surpresa própria banda, em entrevista na época do lançamento do último álbum (ou do anterior, não recordo agora), detonou esse trabalho, chegando ao ponto de desconsiderar ele por completo e dizer que é um álbum da gravadora e não do Paradise Lost. Assim como com vc, o Paradise Lost foi uma banda que me marcou, minha banda preferida em todos os tempos e a escuto desde o início da carreira. Gosto é algo muito pessoal e é claro que cada um terá seus álbuns preferidos, os que mais gostam e os que desgostam. Eu por exemplo, por muito tempo odiei o Host e hj o considero um álbum fantástico....
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