sábado, 8 de junho de 2013

Paradise Lost - Discografia Comentada parte 3


Bem, aqui está a última parte da Discogradia comentada do Paradise Lost. Deixo claro por opção de abordar apenas material de estúdio, resolvi deixar de fora os 2 trabalhos ao vivo, At BBC e o excelente The Anatomy Of Melancholy, Além disso, o álbum Drown In Darkness, The Early Demos, que como o nome deixa claro, reune o material lançado no período das demos, ou seja, pré Lost Paradise, também não foi resenhado aqui.


PARADISE LOST (2005)

Se Symbol of Life representou a volta da banda ao Metal e pode ser considerado uma continuação natural de One Second, Paradise Lost vai além e marca o retorno da banda ao Doom Metal, território do qual nunca deveriam ter saido. Claro, não estamos falando de um retorno radical a suas raízes, até porque ainda temos alguns pouquíssimos elementos eletronicos aqui e ali, mas o que dá o mote desse álbum, sem sombra alguma de dúvida, é o peso das guitarras de Greg e Aaron. Finalmente, após 10 longos anos, o Paradise Lost começa a se reencontrar com sua verdadeira sonoridade.

Obviamente que não ocorre um descarte de tudo que adquiriram em matéria de sonoridade pós One Second, afinal de contas, um amadurecimento musical é mais do que natural e, principalmente, saudável. E inegavelmente, é muito bom poder escutar novamente o peso e a agressividade nos riffs de Mackintosh e Aedy. O álbum como um todo é bem homogêneo e pesado e destacaria aqui “Don’t Belong”, “Grey”, “Redshift” (a melhor do álbum), “Forever After” e “Over de Madness”.  


NOTA: 8,5 


IN REQUIEM (2007)

Sem exageros, In Requiem é o verdadeiro e legítimo sucessor  do clássico Draconian Times. Tudo que se esperava de One Second está presente nele, peso, vocais agressivos de Nick Holmes, intensidade, atmosfera sombria, guitarras fortes e ótimos solos, algo raro nos trabalhos anteriores da banda.  Experimentos eletrônicos? Esqueçam isso, o que temos aqui é o bom é ótimo Paradise Lost fazendo o que sabe, Metal puro e simples.
Destacar faixas no álbum? Poderia citar TODAS sem me sentir minimamente culpado, mas “The Enemy” é sem dúvida um clássico instantâneo e do meu ponto de vista, está entre as 5 melhores múscias do Paradise Lost. “Requiem” é outra que remete diretamente aos anos 90 e “Prelude To Descent” é um doom daqueles que que a banda não fazia a tempos. É um ábum que não possui faixas desnecessárias.
O bom filho a casa retornou. Esse é um álbum essencial na coleção de qualquer headbanger fã de Gothic/Doom e que nesse momento, em matéria de qualidade, ficaria só abaixo de Icon e Draconian Times. Aqui o Paradise Lost voltou a ser Paradise Lost em sua essência.

NOTA: 9,0



 Faith Divides Us - Death Unites Us (2009)

O que esperar de uma banda que nunca se repetiu de um trabalho para o outro, e se caracterizou por supreender seus fãs a cada lançamento (para o bem ou para o mal), ainda mais após um álbum excelente como o anterior, In Requiem? A resposta? Simples, um álbum ainda mais pesado e se aprofundando mais ainda nas raízes do Paradise Lost. Faith Divide Us – Death Unite Us é o disco mais agressivo do Paradise Lost desde Draconian Times, com direito a um Nick Holmes cantando de forma bem menos limpa que nos trabalhos anteriores. E apesar de gostar de suas vocalizações mais limpas, devo admitir que é bom, mais muito bom ver ele imprimindo vocais mais agressivos as músicas da banda.

Continuação natural do álbum anterior, temos aqui aquela palavra mágica que define todos os álbuns do Paradise Lost: homogeneidade. Não existe uma grande variação de qualidade entre as faixas e todas estão niveladas por cima. Se sobressaindo um pouco, temos “I Remain”, com um dos refrões mais cativantes da carreira da banda, “The Rise of Denial”, que une com perfeição agressividade e melódia, já nascendo clássica e “Living With Scars”, onde talvez tenhamos os riffs mais complexos já escritos pelo Paradise Lost.

Faith Divide Us – Death Unite Us é um registro sólido, pesado, agressivo e competente. Mais um ótimo álbum em uma discografia repleta de destaques dessa, que é uma das bandas mais influentes do cenário do Metal. Não acredita? Não concorda? Quantas bandas você conhece capazes de receber aclamações efusivas de nomes tão dispares como Lacuna Coil, Napalm Death, Cathedral, Kreator e System Of A Down? Pois é....


NOTA: 9,0


TRAGIC IDOL (2012)

Estaria mentindo se negasse que após o ótimo Faith Divide Us..., eu não estava ansioso ao extremo pelo lançamento desse álbum. Valeu a pena a espera? E como valeu. Em Icon, eles deixaram definitvamente seu passado Death para traz. Em Draconian Times, definiram o que viria a ser o Gothic Metal. Com Tragic Idol o Paradise Lost retorna a esse passado, fazendo uma releitura do período Icon/Draconian, justamente o melhor da banda, e disso simplesmente surgiu o melhor trabalho deles desde 1995.

Esse álbum é uma evolução do anterior. Faith tinha mais peso, mas indiscutivelmente Tragic Idol tem um potencial incrível para o surgimento de novos clássicos da banda. É um album que mistura perfeitamente o peso do Metal com a melancolia do Rock Gótico (alguém aqui lembrou do Draconian Times?), encontrando um equilibrio perfeito dentro dessa fórmula. O trio formado por Adrian Erlandsson (bateria)e os guitarristas Mackintosh e Aedy demonstra um ótimo entrosamento e os vocais de Nick Holmes estão bem próximos do seu trabalho em Icon.

Tragic Idol é um trabalho cativante e poderoso e uma atmosfera de melancolia paira sobre cada canção do álbum. Aliás, aqui temos músicas mais fortes que no álbum anterior. Greg Mackintosh está em seu auge, misturando perfeitamente riffs tipicamente Doom com aquela melodia característica do Paradise Lost, além de solos inspiradíssimos. As compisições presentes aqui são indiscutivelmente as melhores desde Icon/Draconian Times e os destaques vão para "Fear Of  Impending Hell", melhor do álbum, com um refrão grudento (não sai da minha cabeça por nada) e uma influência mais do que saudável de The Sisters Of Mercy, "Crucify", "To The Darkness", "Theories From Another World", "In This We Dwell" e a ótima "Honesty In Death" (com um belíssimo solo de guitarra). Simplesmente essencial!



NOTA: 9,5


 


2 comentários:

  1. (...)''Paradise Lost vai além e marca o retorno da banda ao Doom Metal, território do qual nunca deveriam ter saido''(...) dscordo plenament...pois amo BELIEVE IN NOTHING...pra mim mais uma das obras de arte da banda e é assim q a banda faz historia...Paradise Lost marcou e continua marcando a minha vida com os albuns...Gothic,Shades of God,Icon,Draconian Times,One Second,Believe in Nothing,Symbol of Life,Paradise Lost,In Requiem,Faith Divides Us Death Unites Us,Tragic Idol e Tragic Illusion...q as considero obras de arte...

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    1. Bem, isso no final acaba sendo algo muito pessoal. Eu realmente não consigo gostar do Believe In Nothing, acho um álbum muito sem sal, sem graça. Para a minha surpresa própria banda, em entrevista na época do lançamento do último álbum (ou do anterior, não recordo agora), detonou esse trabalho, chegando ao ponto de desconsiderar ele por completo e dizer que é um álbum da gravadora e não do Paradise Lost. Assim como com vc, o Paradise Lost foi uma banda que me marcou, minha banda preferida em todos os tempos e a escuto desde o início da carreira. Gosto é algo muito pessoal e é claro que cada um terá seus álbuns preferidos, os que mais gostam e os que desgostam. Eu por exemplo, por muito tempo odiei o Host e hj o considero um álbum fantástico....

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