sexta-feira, 5 de abril de 2013

Rotting Christ – Kata Ton Daimona Eaytoy (2013)


01. In Yumen - Xibalba
02. P'unchaw Kachun - Tuta Kachun
03. Grandis Spiritus Diavolos
04. Κατά τον δαίμονα του εαυτού (Kata Ton Daimona Eaytoy)
05. Cine Iubeste Si Lasa
06. Iwa Voodoo
07. Gilgameš
08. Русалка
09. Ahura Mazda-Azra Mainiuu
10. Χ ξ ς (666)
11. Welcome To Hell (Bonus Track)

Bem, sejamos sinceros, desde Triarchy of The Lost Lovers (96), que o Rotting Christ já vinha deixando de ser uma banda puramente de Black metal Tradicional. Mas independente disso, a reinvenção pela qual passaram em seus dois últimos trabalhos é algo surpreendente. Theogonia (07) e Aealo(10) marcaram o surgimento de uma nova sonoridade, com a inclusão de melodias e elementos típicos da cultura grega. Isso é ruim? Negativo! Esses elementos tornaram a música do Rotting Christ não só mais sombria, como deram a banda uma das sonoridades mais originais do meio metálico, os tornando difíceis de serem rotulados e únicos dentro de seu estilo.

Kata Ton Daimona Eaytoy é mais pesado e sombrio que o trabalho anterior, Aealo, e mostra a banda em seu auge criativo. É um trabalho recheado de riffs melódicos, agressivos e soturnos, com grande riqueza de arranjos e um excelente trabalho de vozes e coros, que dão uma aura macabra a audição. A faixa de abertura, “In Yumen-Xibalba” foge do lugar comum, iniciando bem arrastada e pesada para desembocar num Black típico do RC. Sombria, rápida e empolgante. Elementos de outras culturas também surgem durante a audição, como na tétrica e soturna “P'unchaw Kachun- Tuta Kachun” (Inca), na vigorosa e melhor música do álbum “Gilgames” (Suméria) e na agressiva e climática “Ahura Mazda-Azra Mainiuu” (Pérsia). Em “Grandis Spiritus Diavolos” os belos coros e a aura sombria nos fazem ter a impressão de estarmos participando de uma cerimônia de magia negra. Simplesmente arrepiante.

Curiosamente, a maior virtude da banda também é seu maior problema, pois é justamente essa sonoridade única que alcançaram que os acaba prendendo e limitando um pouco musicalmente, fazendo com que em alguns poucos momentos sua musica soe cansativa e maçante. Mas nada que afete a qualidade inquestionável do trabalho como um todo. É indiscutível que essa amplitude sonora vai acabar por afastar aqueles fãs mais antigos, que apreciam um Black mais tradicional, mas aqueles que se permitirem escutar esse trabalho, certamente terão uma experiência única e agradável.

NOTA: 8,5



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