quarta-feira, 4 de julho de 2018

Funeratus - Accept the Death (2018)


Funeratus - Accept the Death (2018)
(Distro Rock Records/Extreme Sound Records  - Nacional)


01. Accept the Death    
02. Rise and Fall Again   
03. Asphalt Eaters
04. Lost Souls
05. Indian Healing
06. Follow the Track
07. Victory
08. Vision from Hell
09. Endless Battle

O Brasil sempre gerou grandes nomes quando se trata das vertentes mais extremas do Metal, e convenhamos, falar disso é quase como chover no molhado. Fica até parecendo que é fácil fazer música pesada no Brasil, o que passa longe de ser uma verdade. A vida no underground não é fácil e muito menos justa, e uma prova disso são os paulistas do Funeratus. Surgido em 1993, o trio hoje formado por Fernando (Vocal/Baixo), André Nálio (Guitarra) e Guru Reis (Bateria), angariou nesses 25 anos de carreira o respeito daqueles que acompanham a cena nacional, mas isso não se refletiu em popularidade e quantidade de lançamentos. Uma injustiça.

Para os que não conhecem, o que temos aqui é aquele bom e velho Death Metal bruto, agressivo e pesado que se popularizou nos anos 90 e que em muitos momentos vai remeter o ouvinte a grandes nomes do estilo nesse período, como Morbid Angel e Krisiun, duas das influências mais perceptíveis. Mas veja bem, estou falando aqui de influência e não de simples emulação. Apesar dos 25 anos de estrada, Accept the Death é apenas o terceiro álbum completo de estúdio da banda, e surge 14 anos após seu antecessor, Echoes in Eternity (04), e 9 anos depois do EP Vision from Hell (09).

Esse grande intervalo de tempo acabou sendo positivo para o Funeratus, fazendo de Accept the Death indiscutivelmente seu melhor álbum até então. Aqui vemos o trio mais amadurecido e coeso, reflexo de uma formação que toca junta desde 2001. Os vocais de Fernando soam brutos (com algo de Morbid Angel antigo neles), e seu desempenho no baixo é não menos que excelente, já que o instrumento se faz bem presente durante toda a audição. André se destaca com riffs afiadíssimos e solos de qualidade, enquanto a bateria de Guru nos entrega muita precisão e uma avalanche de blast beats. Musicalmente a velocidade dá o tom da música do trio, mas passagens cadenciadas são inteligentemente inseridas, o que dá mais variedade às canções e evita aquele sentimento incômodo de que você está escutando a mesma música ad eternum. 


Sem perder tempo, o álbum abre com a faixa título, pesada, com ótimos riffs e levemente mais cadenciada (mas, ainda assim, veloz). Uma abertura perfeita, que é seguida da variada “Rise and Fall Again”, que alterna muito bem velocidade e cadência, com destaque para a dupla Fernando/Guru. “Asphalt Eaters” não alivia na agressividade e tem pitadas de HC e Thrash Metal que ajudam ainda mais nesse sentido. “Lost Souls” é simplesmente esmagadora, abusando da velocidade e contando com um bom solo, enquanto “Indian Healing” se mostra curta e grossa, com a força de um murro no pé da orelha. “Follow the Track” se mostra bruta e técnica, com uma influência saudável de Thrash Metal que faz dela um dos grandes destaques de todo o trabalho. “Victory” é outra que se destaca pelo peso absurdo, muito disso devido à sua cadência. A sequência final não abranda em nada a fúria, com “Vision from Hell” e a instrumental “Endless Battle”.

A produção coube à banda, em parceria com Joca Street, com a mixagem e masterização sendo realizadas na Alemanha, por Andy Classen (Rotting Christ, Tankard, Krisiun, Belphegor, Destruction). O resultado final é muito bom, já que conseguiu deixar tudo muito claro e audível, mas sem perder a agressividade que é necessária ao estilo. Já a capa e parte gráfica são mais um belo trabalho de Alcides Burn. Apresentando um trabalho forte, com boa técnica e muita coesão e precisão, o Funeratus mostra porque é um dos grandes nomes do Death Metal nacional e chega para ocupar de vez o espaço que lhe é de direito. Indiscutivelmente, um dos grandes álbuns do estilo que você irá escutar por aqui nesse ano de 2018.

NOTA: 86

Funeratus é:
- Fernando (Vocal/Baixo);
- André Nálio (Guitarra);
- Guru Reis (Bateria).

Facebook
YouTube
Instagram

Nenhum comentário:

Postar um comentário