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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Esdras – Mais Próximo do Fim (2014) (Cd Demo)




Esdras – Mais Próximo do Fim (2014) (Cd Demo)
(Independente – Nacional)

01. Snake
02. Chuva de Fogo
03. Espinhos
04. Interlude
05. Maria da Penha
06. Pote de Ouro

Sempre achei absurdamente estranho o conservadorismo que impera entre uma parte considerável dos fãs de Metal. Logo eles, tratados muitas vezes como párias pelos setores dominantes, tradicionalistas e conservadores da sociedade, devido à música que escutam ou pela forma de se comportar e se vestir, acabam sendo os primeiros a replicar esse tipo de atitude (da qual reclamam muito) quando o assunto é o Heavy Metal em si. Sempre que novas tendências musicais surgem no meio, suas bandas e seus fãs são taxados de “modinhas” e vistos de forma pejorativa, apenas por não optarem por sonoridades mais “tradicionais”. Clamam contra o preconceito que sofrem, fazem um discurso muito bonito contra tal fato, mas o repetem ipsis literis quando algo não os agrada. Uma total incongruência entre discurso e prática.

Hoje o grande vilão do meio é sem dúvida alguma o Metalcore. Basta a simples menção ao estilo ou a bandas que o adotam para uma série de impropérios serem destilados pelos fãs de setores dominantes, tradicionalistas e conservadores do Metal. Esses certamente não irão aprovar o som do Esdras, quinteto oriundo de Sorocaba/SP, já que os mesmos apostam justamente na mescla do Hardcore com Metal. Sua música une a fúria e atitude do primeiro com as melodias e técnica do segundo, mas de uma forma muito interessante, coesa e equilibrada, algo que não é tão simples de se fazer como parece. Os vocais, como não poderiam deixar de ser, são bem agressivos e com a vantagem de não optar por passagens mais limpas, como muitas outras bandas do gênero fazem. As guitarras aqui despejam riffs pesados e a parte rítmica faz um excelente trabalho. É uma música intensa, além de carregada de ótimas melodias e claro, breakdowns. Já as letras são em português e são tão densas quanto a música do grupo sorocabano. Os maiores destaques aqui ficam por conta de “Chuva de Fogo”, “Espinhos” e “Pote de Ouro” (minha preferida aqui).

A produção tem boa qualidade e foi realizada pelo guitarrista do Worst, Tiago Hóspede. Tudo limpo, audível e principalmente, pesado. Praticando uma música de muita qualidade e que vai agradar em cheios aos fãs de sonoridades mais modernas do Metal, o Esdras mostra muito potencial de crescimento e se credencia a estar entre os principais nomes do estilo no Brasil em curto espaço de tempo. E que venha logo o primeiro álbum completo. Aos interessados, Mais Próximo do Fim esta disponível no Soundcloud da banda.

NOTA: 8,0



quinta-feira, 26 de março de 2015

Nuestro Odio – Terra de Santa Cruz (2015)



Nuestro Odio – Terra de Santa Cruz (2015)
(Independente - Nacional)

01. Terra de Santa Cruz
02. Desordem e Caos 
03. Sagaz
04. Interlúdio
05. Ópio do Povo 
06. Hipocrisia Hereditária 
07. Alma Corrompida 
08. Sangue no Olho 
09. Por um Deus

Desde o momento que tive contato com o excelente vídeo de “Alma Corrompida” (não indicado para menores de 18 anos e pessoas sensíveis), passei a esperar com ansiedade o álbum de estreia do Nuestro Odio. Em apenas uma música, era possível observar todo potencial e fúria da mesma, com sua mistura de Metal com Hardcore e letras pesadas, que tratam do cotidiano brasileiro, ou se preferirem, da Terra de Santa Cruz (se você não fugia das aulas de História, certamente sabe o que está por de trás desse nome).
Se você é desses tradicionalistas que abominam sonoridades mais modernas, sinto muito lhe informar, mas vai perder a oportunidade de escutar mais um grande trabalho oriundo de bandas nacionais nesse ano de 2015. Musicalmente, esse é um trabalho bem atual e acima de tudo, pesado e brutal. Os vocais aqui são bem variados (como tudo no álbum), indo desde o gritado até o gutural, sempre de forma muito natural e competente. Os riffs despejados em nossos ouvidos são fortes, pesados e podem causar uma infecção nos canais auditivos daqueles mais sensíveis (quiçá, até mesmo perfurar o tímpano) e a parte rítmica se mostra bastante técnica e diversificada. Não se deixe enganar pelo sambinha maroto da introdução (que possui uma letra que manda a real sobre nosso país), porque depois que “Desordem e Caos” explode nos falantes, você será exposto a músicas e letras (em português) ríspidas e furiosas, executadas por uma banda que se encontra “na ponta dos cascos”. Vale resaltar que o Nuestro Odio não aposta exclusivamente na velocidade, pois são diversos os momentos em que alternam a mesma com passagens mais cadenciadas. Além das já citadas “Desordem e Caos” e “Alma Corrompida”, podemos destacar “Ópio do Povo”, “Hipocrisia Hereditária”, ambas com uma pegada bem Hardcore e “Por um Deus”, que bate pesado no discurso da Teoria da Prosperidade adotado por muitos “Pastores” por ai.
A produção é boa e foi capaz de deixar tudo 100% audível, mas sem tirar um pingo da rispidez existente e necessária para a música aqui presente. Se você curte uma sonoridade mais moderna e pesada, Terra de Santa Cruz é um álbum altamente recomendado. Guardem bem o nome do Nuestro Odio, pois ainda o irão ouvir muito nos próximos anos. Para os interessados, o trabalho está disponibilizado para download legal no site da banda e para audição no YouTube.

NOTA: 8,5





terça-feira, 24 de março de 2015

Puritan – Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu (2014)




Puritan – Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu (2014)
(Independente - Nacional)

01. Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu
02. Bandido Bom é Bandido Morto
03. Punição
04. Desgraça Pouca é Bobagem
05. Periferia é Periferia
06. Doa em quem Doer
07. Aqui se faz, Aqui se paga
08. Elite de Merda
09. Se quer Respeito, Conquiste!
10. Manipulado
Bônus
11. Sentença de Fogo [Nova versão]

Apesar de ser relativamente nova (surgiu em 2008), a capixaba Puritan já possui dois ótimos álbuns, O Firme Fundamento do Desespero Incessante (09) e Faixa de Gaza (11). Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu é seu trabalho mais recente e aqui o ouvinte irá encontrar e mesma mescla de Metal e Hardcore que vêm marcando a carreira da banda.
É possível observarmos um maior amadurecimento do grupo, o que não significa que tenham arrefecido em sua fúria. Aliás, justamente o contrário, pois a sensação que se têm é a de que estão cada vez mais raivosos com seu “Metal Favela”. Sua música é de uma brutalidade impar, chegando a resvalar no Death Metal em alguns momentos, mas conseguem passar um ar de modernidade, seja pela escolha dos timbres, pela afinação ou pelos breakdowns, que aqui aparecem em menor quantidade se comparado com os álbuns anteriores. Ótimos riffs dão o tom, transmitindo muita agressividade e a parte rítmica é de uma precisão incrível, além dos vocais serem simplesmente doentios. Vale aqui uma menção as letras do Puritan, absurdamente fortes e que tratam diretamente de questões sociais e políticas de nosso país. Não é exagero dizer que letra e música casam perfeitamente aqui no que tange agressividade. A junção é perfeita. Destaques? Missão difícil, já que o trabalho e de uma homogeneidade absurda e está nivelado por cima. Mas se quer ter uma ideia do poder de fogo da música desses capixabas, experimente começar a audição pelas polêmicas “Bandido Bom é Bandido Morto” e “Elite de Merda”. Depois dê uma passada por “Nesse Chiqueiro Ninguém Vai pro Céu”, “Periferia é Periferia”, “Aqui se faz, Aqui se paga”, “Manipulado” e a regravação de “Sentença de Fogo”. Mas tome cuidado, pois as mesmas podem causar graves danos a sua cervical.
A produção está boa e totalmente adequada à sonoridade do Puritan, já que deixa tudo audível, mas com o peso e sujeira necessários as músicas apresentadas aqui. Soando mais madura, mas transbordando intensidade e fúria por todos os poros, o Puritan lançou um dos álbuns mais odiosos (no melhor sentido da palavra) de 2014. É para moer o pescoço até mesmo do banger mais experiente.

NOTA: 8,5