quarta-feira, 31 de julho de 2019

Death Angel - Humanicide (2019)


Death Angel - Humanicide (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)

01. Humanicide
02. Divine Perfector
03. Aggressor
04. I Came For Blood
05. Immortal Behated
06. Alive And Screaming
07. The Pack
08. Ghost Of Me
09. Revelation Song
10. On Rats And Men
11. The Day I Walked Away [bonus]

Daquela geração de bandas Thrash surgidas nos anos 80 nos Estados Unidos – com foco maior na Bay Area -, poucas foram as que, em algum momento da carreira, não decepcionaram uma parte de sua base de fãs. Mas existe um pequeno grupo que sempre apresentou trabalhos acima da média, e é dele que o Death Angel faz parte. Ok, você pode alegar que Frolic Through the Park (88) e Killing Season (08) não são trabalhos brilhantes, mas ainda sim passam longe de serem decepções propriamente ditas. São álbuns que, apesar de não soarem tão inspirados quanto outros na discografia dos californianos, possuem suas qualidades.

Humanicide é o 9º álbum de estúdio da banda, e tem a difícil missão de dar continuidade a uma sequência simplesmente matadora, formada por Relentless Retribution (10), The Dream Calls for Blood (13) e The Evil Divide (16). Podemos falar, sem exageros, que no caso do Death Angel, missão dada é missão cumprida, já que ao fim da audição, ficamos com a sensação que estamos diante de um dos melhores álbuns da carreira da banda. Entregando um trabalho que ainda consegue ser realmente relevante musicalmente, Mark Osegueda (vocal), Rob Cavestany (guitarra), Ted Aguilar (guitarra), Damien Sisson (baixo) e Will Carroll (bateria), mantém a pegada que vem desde Relentless Retribution, e que tem funcionado muito bem.


Se você por acaso não acompanhou a banda na última década, basicamente o que o quinteto entrega é um equilíbrio perfeito entre aquela sonoridade típica dos anos 80, respeitando suas raízes, com uma pegada mais moderna e muito bem trabalhada, que traz sua música para os dias atuais e evita que soem datados, ou simplesmente como um pastiche dos seus dias de glória. Como já dito, sua música mantém a relevância do passado, mas faz isso sem precisar ficar se copiando. Os vocais de Osegueda estão fenomenais, e são como um bom vinho, que fica cada vez melhor com o passar dos anos. De nada adiantaria se o restante da banda não estivesse nesse mesmo nível, e felizmente, eles conseguem. As guitarras de Rob e Ted soam ótimas, não só no que tange os riffs, simplesmente absurdos, como também no que se refere aos solos. Quanto a parte rítmica, Damien Sisson e Will Carroll esbanjam técnica, diversidade, e coesão, sendo mais um diferencial no trabalho.

De cara, já temos a apocalíptica “Humanicide”, um exemplo perfeito de como as bandas da Bay Area soariam se surgissem nos dias atuais, aliando peso, velocidade, energia, riffs afiados e elementos da NWOBHM para temperar a mistura. “Divine Perfector” se mostra ainda mais feroz, com suas guitarras cortantes, ótimas partes percussivas, e uma aura de raiva de emana de cada nota tocada. É dessas canções moldadas para quebrar pescoços. “Agressor” é um exemplo perfeito da citada mistura entre a sonoridade clássica da banda e uma pegada mais atual, com destaque para o peso das guitarras, enquanto “I Came For Blood” tem uma aura “motörheadiana” que cativa qualquer um. “Immortal Behated” é outro exemplo de como essa mistura entre o tradicional e o moderno pode funcionar muito bem. Com uma levada mais mid-tempo, soa escura e intensa, com destaque para a dupla Cavestany/Aguilar, e as linhas de piano no final.


Veloz e com bom groove, “Alive And Screaming” é dessas canções moldadas para quebrar pescoços, e que deixa bem clara as raízes do Death Angel, enquanto “The Pack” se destaca não só pelo ótimo vocal, como pelas ótimas guitarras e o belíssimo trabalho percussivo. Difícil não se empolgar. “Ghost Of Me” mantém a pegada da faixa anterior, com bons riffs e um trabalho de guitarra cativante, apesar de ser a canção mais óbvia de todo o álbum. Cabe dizer que isso não tem nada de negativo. “Revelation Song” tem aquela aura mais moderna, mas sem abdicar do clássico, com destaque para as melodias “priestianas” presentes nas guitarras. Essas referências ao Metal Clássico deixam a faixa matadora. “On Rats And Men” se destaca principalmente pelas boas melodias, harmonias e riffs, que dão a mesma um ar um tanto diabólico. Encerrando o álbum, temos a faixa bônus “The Day I Walked Away”, que se destaca principalmente pelo seu trabalho de guitarras.

Diz o ditado, que em time que está ganhando não se mexe. Sendo assim, como ocorre desde Relentless Retribution, a produção e mixagem foram realizadas por Jason Suecof, com masterização de Ted Jensen. Como esperado, o resultado é ótimo, já que consegue aliar clareza com peso, energia e agressividade. A capa – após o breve intervalo de The Evil Divide –, voltou a ser feita por Brent Elliott White, trazendo novamente a luz os furiosos lobos pós-apocalípticos, que conseguem representar bem o que é um álbum do quinteto. Com canções que primam pela diversidade e agressividade, Humanicide consegue fugir da armadilha de soar cansativo com o passar dos minutos, já que graças a sua coesão, empolga do começo ao fim, fazendo dele um dos melhores álbuns lançados até o momento em 2019. Um massacre impiedoso, pois, a matilha não faz prisioneiros.

NOTA: 88

Death Angel é:
Mark Osegueda (vocal);
Rob Cavestany (guitarra);
Ted Aguilar (guitarra);
Damien Sisson (baixo);
Will Carroll (bateria).

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