terça-feira, 11 de junho de 2019

Eluveitie – Ategnatos (2019)


Eluveitie – Ategnatos (2019)
(Nuclear Blast Records/Shinigami Records – Nacional)


01. Ategnatos
02. Ancus - interludio
03. Deathwalker
04. Black Water Dawn
05. A Cry In The Wilderness
06. The Raven Hill
07. The Silvern Glow
08. Ambiramus
09. Mine Is The Fury
10. The Slumber
11. Worship
12. Trinoxtion
13. Threefold Death
14. Breathe
15. Rebirth
16. Eclipse

Apesar de uma passagem um tanto tumultuada pelo Brasil em fevereiro desse ano, com shows cancelados e trocas de acusações entre banda e produtores, com direito a virarem meme, devida a suposta exigência de chá no camarim, é inegável que o Eluveitie possui uma forte base de fãs no Brasil. Seu nome foi forjado não só a base de uma sonoridade que mescla de forma muito equilibrada, o Death Metal Melódico e o Folk Metal, como também se diferenciando da concorrência por uma abordagem mais séria nas letras, com foco na história e mitologia célticas, e claro, bons lançamentos.

Após passar por uma drástica mudança em 2016, com a saída de Anna Murphy (vocal e hurdy gurdy), Ivo Henzi (guitarra) e Merlin Sutter (bateria) – que acabaram formando o Cellar Darling –,  Chrigel Glanzmann optou por estrear a nova formação com uma continuação de Evocation I – The Arcane Dominion (09), intitulado Evocation II – Pantheon (17), algo que era prometido a alguns anos. Assim como o primeiro, o enfoque foi totalmente acústico, e mais uma vez se aprofundando na cultura e panteão de deuses célticos. Fechado o ciclo aberto em 2009, o Eluveitie volta a sua programação normal, fincando novamente seus pés de forma bem firme na fórmula que os consagrou.

Aos apreciadores de trabalhos como Spirit (06), Slania (08) e Origins (14), possivelmente os preferidos por boa parte dos fãs, posso afirmar sem medo que finalmente estes foram superados. Ategnatos é sem dúvida alguma, seu trabalho mais consistente, e mostra o Eluveitie em seu melhor momento, soando mais coeso, enérgico e criativo do que nunca. Esbanjando peso e boas melodias, e se utilizando muito bem dos elementos folclóricos, acabam por entregar um álbum bem diversificado. Os vocais de Chrigel continuam sendo um belo diferencial, mas Fabienne Erni prova de forma definitiva que é uma substituta mais do que à altura para Anna Murphy. A dinâmica entre as vozes de ambos funciona com perfeição. O trabalho das guitarras também se destaca pela qualidade dos riffs e pelo peso, assim como também a parte rítmica. Quanto aos instrumentos folclóricos, como sempre estão bem encaixados, e em momento algum suplantam o lado Metal da banda, enriquecendo demais o resultado.


O álbum já abre com uma porrada, “Ategnatos”, que mescla com perfeição as melodias folclóricas com a ferocidade do Death Melódico. Após um breve interlúdio – são 3 no total durante todo o trabalho, e que nada acrescentam –, “Deathwalker” surge com um ótimo groove, agressividade e boas melodias, assim como “Black Water Dawn” e “A Cry In The Wilderness”, ambas nesse mesmo padrão já conhecido pelos fãs. O álbum então dá uma breve acalmada, com a sequência formada por “The Raven Hill”, com as partes Folks um pouco mais afloradas, e “Ambiramus”, que possui uma melodia pop um pouco mais aflorada. O peso e agressividade retornam com “Mine Is The Fury” e se mantêm presentes na ótima e sombria “The Slumber”, onde o trabalho vocal da dupla Glanzmann/Erni se destaca. “Worship” é a faixa mais pesada do álbum, feroz, agressiva, com uma parte folclórica bem encaixada e participação do vocalista Randy Blythe (Lamb of God), enquanto “Threefold Death” apresenta não só bons riffs, como se equilibra muito bem entre as partes mais calmas e as mais brutas. Na sequência final, “Breathe” destaca ainda mais a voz de Erni, além de possuir boas guitarras; “Rebirth”, originalmente lançada em 2017, reaparece um pouco mais bruta, enquanto “Eclipse”, suave e tranquila, soa quase como um interlúdio, graças mais uma vez ao desempenho de Fabienne.

Quanto a produção, a gravação e engenharia de som ficaram a cargo do velho conhecido da banda, Tommy Vetterli (Coroner, Kreator), com a mixagem dividida entre Linus Corneliusson (Amorphis, Dimmu Borgir, Moonspell), em 4 faixas, e o onipresente, onipotente e onisciente Jens Bogren no restante do álbum. Já a masterização foi realizada pelo quase onipotente, onipresente e onisciente Tony Lindgren (Angra, Enslaved, Paradise Lost, Rotting Christ, Sepultura). O resultado não é menos que ótimo. Já a capa foi obra de Travis Smith (Anathema, Death, Fleshgod Apocalypse, King Diamond). Com uma consistência que não apresentava já a algum tempo, e maximizando ainda mais suas qualidades, como o peso e as melodias folclóricas, o Eluveitie acertou em cheio com Ategnatos, mostrando o porquê de se manter a tanto tempo entre os grandes nomes da cena. Bote o CD para tocar, pegue sua xícara de chá, e se divirta!

NOTA: 84

Eluveitie é:
- Chrigel Glanzmann (Vocal, Flauta Tin Whistle, Mandola, Gaita de foles, Bodhran)
- Fabienne Erni (Vocal, Harpa Celta, Mandola)
- Rafael Salzmann (Guitarra)
- Jonas Wolf (Guitarra)
- Kay Brem (Baixo)
- Alain Ackermann (Bateria)
- Michalina Malisz (Sanfona)
- Matteo Sisti (Flauta Tin Whistle, Gaita de foles, Mandola)
- Nicole Ansperger (Violinos)

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