terça-feira, 11 de junho de 2019

Cellar Darling – The Spell


Cellar Darling – The Spell
(Nuclear Blast Records/Shinigami Records – Nacional)


01. Pain
02. Death
03. Love
04. The Spell
05. Burn
06. Hang
07. Sleep
08. Insomnia
09. Freeze
10. Fall
11. Drown
12. Love Pt. II
13. Death Pt. II

Após a saída do Eluveitie, o trio formado por Anna Murphy (vocal, hurdy gurdy, flauta e teclados), Ivo Henzi (guitarra e baixo) e Merlin Sutter (bateria) não perdeu tempo, fundando o Cellar Darling. Em 2017 lançaram seu debut, This Is the Sound, onde mostraram uma agradável mescla de Rock Progressivo e Folk, com alguns elementos mais Pop e Atmosféricos aqui e ali. O resultado foi muito positivo, mostrando um potencial de crescimento imenso e gerando expectativa quanto ao segundo álbum. Pois bem! Pouco mais de 1 ano e meio depois, ele chegou.

A primeira coisa que me chamou a atenção em The Spell foi o fato do mesmo se tratar de um álbum conceitual. Ele conta a história de uma garota sem nome, nascida através da dor em um mundo carregado de dor. Na sua busca por um sentido na vida, a jovem acaba conhecendo e se apaixonando pela morte, sofrendo com seu amor não correspondido, e concluindo toda a história com um final ambíguo, que deixa o ouvinte pensativo. Esse conceito se reflete no Prog/Folk da banda, já que música do trio está soando mais pesada e intensa que no álbum anterior. Você tem a sensação de que todo o potencial que demonstraram no debut começa a ser explorado. Por Sucellus, como canta Anna Murphy! Acredito que aqui ela tenha seu melhor trabalho vocal, já que sua voz é a principal responsável pelo jogo de luz e sombras que observamos durante todo o tempo.

“Pain” abre o álbum de forma enérgica, mesclando bem Progressivo com elementos tribais, e destacando o bom trabalho das guitarras e o refrão que cativa já de cara. “Death” faz jus ao nome, e surge obscura e melancólica, com os vocais de Anna hipnotizando o ouvinte, e sua flauta magistralmente encaixada na canção, dando o clima necessário a mesma. Ouso dizer que se você é fã de Doom Metal, vai se afeiçoar e essa faixa. A pesada “Love” traz um pouco de luz ao CD, e possivelmente é a faixa que mais remete ao debut, sendo seguida pela ótima “The Spell”, que carrega a escuridão de volta ao trabalho. “”Burn” se mostra uma faixa pesada e técnica, sendo mais um dos momentos onde Anna brilha com sua voz. É interessante notar como os títulos se encaixam com perfeição no clima que cada faixa passa ao ouvinte, e aqui não é diferente.


“Hang” se destaca pelas belas melodias, e por um clima que consegue ser bucólico e assustador ao mesmo tempo, enquanto “Sleep”, conduzida por um piano e pela bela voz de Anna, se mostra altamente emocional e profunda. “Insomnia” se mostra pesada, intensa, e tem boa utilização de elementos Folk; “Freeze” tem ótimo trabalho percussivo, além de uma melodia que te prende e passagens mais atmosféricas e transcendentais. Excelente! Com o álbum se encaminhando para o final, temos a curta “Fall”, quase como um interlúdio, a densa “Drown”, e  uma sequência fortíssima, composta por “Love Pt. II”, outra onde a percussão destaca, e “Death Pt. II”, onde o piano e a voz de Anna provam que o peso de uma canção não está apenas em suas guitarras. Possivelmente é a faixa mais emocional de todo o trabalho.

Produzido e mixado por Tommy Vetterli (Coroner, Eluveitie, Kreator, 69 Chambers), e com a masterização sendo feita por ele, o onipotente, onisciente e onipresente Jens Bogren, The Spell tem uma produção fantástica, já que você consegue escutar todos os instrumentos aqui presentes com uma clareza absurda, mas sem que isso tire o peso das canções. Já a parte gráfica ficou por conta de Costin Chioreanu (Arch Enemy, Carach Angren, Mayhem, At the Gates, Darkthrone). Mostrando a evolução esperada, soando mais forte, pesado e intenso, o Cellar Darling vai agradar não só quem já havia gostado do debut, como também tem potencial para conquistar novos fãs. Um dos álbuns mais legais que escutei nesse 1º semestre de 2019.

NOTA: 86

Cellar Darling é:
- Anna Murphy (vocal, hurdy gurdy, flauta e teclados)
- Ivo Henzi (guitarra e baixo)
- Merlin Sutter (bateria)

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