terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Coletânea O Subsolo (2016)


Coletânea O Subsolo (2016)
(Independente - Nacional)


01. In Soulitary - Hollow
02. Demolition - Manipulation
03. Texas Funeral - Hoje Eu Vou Beber
04. Dust Commando - No Grudge
05. Divago - Difícil
06. Bad Gnomo - Nada Vai Me Derrubar
07. Decolle - Vento
08. Tourette - Prisoner
09. V8 Corporation - The Pocket Man
10. Spidrax - Spidrax
11. Box 47 - Fechando Cortinas
12. Doctor Jimmy - Não Tenho Pressa
13. Mandíbula - Nossa História
14. Holiday Nice - Minacalot
15. Incerto HC - Mariah
16. N.O.A.R.F. - Don''t Tell Me
17. Dest_Lado - Mais Bebida
18. Fault Line - Isis
19. Crossed Crow - Unfold Paths
20. Red Razor - Napalm Pizza
21. Tribal - The Age of Frustration
22. Deadpan - Unmasked Living

Eis que o ótimo site O Subsolo lança sua primeira coletânea, com o intuito de ajudar a fortalecer mais a cena nacional. Aqui temos 22 nomes, de diversos estilos, alguns já mais consolidados e a grande maioria buscando seu lugar ao sol. Como boa parte desses tipos de trabalho, temos dois pequenos problemas: a grande variação de estilos, o que atrapalha um pouco a coesão do material e a produção, já que infelizmente, boa parte dos nomes aqui presentes falha miseravelmente nesse quesito. Nesse quesito, todos já sabem bem qual é meu pensamento. É muito mais negócio demorar um pouco mais, mas gravar algo bem produzido, do que lançar um material feito “nas coxas”. Mas vamos ao que realmente interessa, que é a iniciativa.

De cara, já temos alguns nomes que se destacam e que já possuem um bom nome dentro da cena brasileira. In Soulitary (SP) (resenha), com seu Death Melódico e diversificado (a música aqui presente conta inclusive com a participação de Mario Pastore), Demolition (MG) (resenha) e Red Razor (resenha), que apostam em um Thrash Metal de muita qualidade, Tribal (PR) (resenha), com seu Djent altamente complexo e Deadpan (SC), com seu Death técnico e muito bem trabalhado, estão definitivamente um nível acima dos demais participantes. São realidades da cena nacional.

A já dita variedade de estilos incomoda um pouco, principalmente pela distribuição das faixas no CD. Uma hora você está lá, escutando Rock com apelo mais pop e bem agradável (Divago) e de repente, entra um Hardcore daqueles furiosos e diretos (Bad Gnomo). Ou então está rolando um bom Rock, como o do Doctor Jimmy, que mostra bem que uma música de qualidade não precisa ser absurdamente complexa e que existe muita beleza na simplicidade, para de repente entrar um Reggae (Mandíbula, que apesar de ser bem-feito e bem produzido, me abstenho de opinar, pois não curto nada do estilo) e já logo em seguida emendar com um Punk/Hardcore bem melódico, como o do Holiday Nice. Essa montanha-russa acaba causando um pouco de falta de coesão ao trabalho, mas como o foco aqui é divulgar novos nomes, segue o enterro.


Falando um pouco mais dos demais nomes presentes, temos o Texas Funeral (SC), que apresenta um rock carregado de guitarras distorcidas e bem agradável. Já o Dust Commando (RS) (resenha) apresenta seu já conhecido Stoner de muita qualidade, mas que acaba um pouco prejudicado pela produção. O Decolle (SC) apresenta um Pop/Rock bem simples e com bom potencial, mas que precisa ser um pouco mais trabalhado para sair do lugar-comum do estilo, enquanto o Tourette (SP), mostra bastante competência em um Rock simples e com pegada acústica. Outro que aposta no Rock, com bom acento Pop, é o Dest_lado (SP), que apresenta uma música agradável e tem a particularidade de não possuir guitarras, já que além da vocalista, temos dois baixos e duas baterias. No mínimo curioso. O V8 Corporation (SC) é outro nome que mostra potencial com seu Metal moderno e agressivo, mas que acaba um pouco prejudicado pela produção. Outra banda que acaba prejudicada nesse sentido, mas com potencial visível é o Crossed Crow (SP). Na área do Metal Alternativo, temos o Fault Line (SP), que faz um New Metal um tanto datado, apesar de bem-feito. Tem potencial, mas precisa urgentemente encontrar um diferencial para sua música, que a torne um pouco mais atual. Já na turma do Punk/Hardcore, temos o Spidrax (SP), que faz um som que tem tudo para agradar fãs de Motörhead e Misfits, o Box 47 (SP), que se envereda por aquele Hardcore Melódico que esteve em voga anos atrás, soando datado e com uma produção que não ajuda, o que ocorre também com o Incerto HC (PE), com a diferença que seu som soa simples e agradável e o N.O.A.R.F. (SP), com um som enérgico e que empolga.

No final, o que fica mesmo é a grande iniciativa do O Subsolo em prol da nossa cena. Entre as bandas presentes, algumas se encontram mais prontas do que outras, mas todas possuem potencial de crescimento, bastando a algumas delas apenas mais tempo para amadurecer musicalmente, um processo que vem naturalmente através de ensaios e shows. Que tenhamos muito mais iniciativas como essa, pois são importantes para o fortalecimento do cenário.

NOTA: 8,0

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