terça-feira, 27 de setembro de 2016

Moby Jam - Sem Juízo (2014)


Moby Jam - Sem Juízo (2014)
(Independente - Nacional)


01. Purpurina
02. Sol
03. Chuva Ácida
04. Descalabro
05. Homem de Gelo
06. Brilhar a minha estrela (Da mais um)
07. O voo
08. Sem juízo

Quando falamos em Rock nacional nos dias atuais, no sentido de presença nas grandes mídias mais tradicionais (TV/Rádio), notamos uma falta de renovação, já que o espaço nas mesmas é em sua maioria ocupado por nomes sobreviventes dos anos 80 e alguns poucos surgidos no início dos anos 2000. Ainda assim, com uma presença muito, mas muito tímida.

Em uma cena que, desde os anos 60, sempre gerou nomes de qualidade como Raul Seixas, Mutantes, Made in Brazil, Camisa de Vênus, Barão Vermelho, dentre diversos outros, tal falta de renovação pode parecer sinal de que a fonte secou. Mas não é bem assim, já que quem acompanha o cenário, se depara o tempo todo com bandas de qualidade. O fato de não aparecerem em programas de TV, tocarem em rádios e estarem entre as “mais pedidas do dia” não afeta em nada o aspecto da renovação.

O Power Trio fluminense Moby Jam, com seu rock básico e despojado, se mostra um legítimo discípulo dos grandes nomes do Rock nacional. Com letras em português e bem interessantes, sua música se mostra capaz de cativar o ouvinte sem qualquer esforço, com boas melodias, um vocalista afinado e com um timbre muito agradável, que também é responsável pelas guitarras (Marcelo Vargas) e um belo trabalho da dupla baixo/bateria (Elson Braga e Augusto Borges). Ainda ganham em algumas faixas o reforço de Marcio Pombo, tocando piano, Hammond e Fender Rhodes.

São 8 músicas que primam pela variedade e que trafegam com muita naturalidade entre o Rock dos anos 70 e 80, com um toque de acessibilidade discreto, que não tira em momento algum o peso das músicas. Podemos ver bons exemplos disso em “Purpurina”, com uma pegada setentista, “Chuva Ácida”, que me remeteu levemente ao Barão Vermelho e as acessíveis, agradáveis e melodiosas “Sol” e “O voo”, que poderiam estar tocando tranquilamente nas rádios Brasil afora, devido à grande qualidade.

Gravado no Estúdio Pombo, com produção da própria banda, o resultado final ficou muito bom, deixando tudo claro, bem audível e bem timbrado. Já a capa foi obra de Felipe Mazza, vindo tudo embalado em um papersleeve simples, mas muito funcional. Mostrando criatividade e sabendo usar suas influências em prol da boa música, o Moby Jam mostra que o Rock nacional está bem vivo e honrando sua história.

NOTA: 8,0

Moby Jam é:
- Marcelo Vargas (vocal/guitarra/violão);
- Elson Braga (baixo);
- Augusto Borges (bateria).
Convidado:
- Marcio Pombo (piano nas faixas 3 e 4, Hammond nas faixas 3, 6 e 7 e Fender Rhodes nas faixas 6 e 7)

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