quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nervosa - Agony (2016)


Nervosa - Agony (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Arrogance
02. Theory of Conspiracy
03. Deception
04. Intolerance Means War
05. Guerra Santa
06. Failed System
07. Hostages
08. Surrounded by Serpents
09. CyberWar
10. Hypocrisy
11. Devastation
12. Wayfarer (bônus)

O Nervosa foi sem dúvida alguma, a banda nacional que mais ganhou espaço na cena nos últimos anos. Desde o lançamento de Victim of Yourself (14), rodaram o Brasil e o mundo, tocando onde era possível tocarem e sempre com muito profissionalismo. Sempre trabalharam duro e isso é inegável. Mas na esteira disso, despertaram reações extremadas, no estilo ame ou odeie, sendo que na grande parte das vezes, os últimos apelaram para criticas tipicamente machistas, mostrando que o meio do Metal (ao menos o nacional), ao contrário do que se gaba por ai, tem muito a avançar nesse sentido.

Bem, não vou ficar aqui fazendo média e mentindo para meus prezados leitores. O Nervosa nunca esteve no meu grupo de bandas de Thrash nacionais favoritas. Seu trabalho de estreia nunca me empolgou e sempre achei que o mesmo pecava em dois pontos muito importantes, diversidade e técnica. E me desculpem, mas nem mesmo o fã mais fervoroso do trio pode negar esses dois quesitos. Sendo assim, confesso que peguei Agony para escutar sem grandes expectativas.

Bem, o que posso dizer? Ao que parece a estrada fez muito bem ao trio, pois vemos aqui uma banda muito mais madura e que melhorou visivelmente nos dois aspectos que citei acima. Trazendo para dentro de seu Thrash furioso e visceral, influências de Death e Hardcore, as músicas soam muito mais diversificadas que em seu debut, em todos os sentidos. A técnica individual também melhorou muito, vide por exemplo, a maior diversidade vocal apresentada por Fernanda Lira, que também mostra um trabalho muito superior no baixo e ao lado de Pitchu Ferraz, conseguem dar uma variedade bem interessante a parte rítmica. Já Prika Amaral, se mostra capaz de ótimas bases e despeja riffs bem interessantes, mostrando grande crescimento. Basta agora melhorar na questão dos solos, já que mostra certa deficiência nesse sentido. Em muitos momentos as músicas pedem um solo mais elaborado e o mesmo não está ali presente. Fica aquela sensação de que faltou algo à música.

Ainda assim, sou obrigado a admitir que em momento algum isso prejudica de forma profunda o resultado final de Agony, já que a garra com que o trio aqui toca, faz compensar qualquer deficiência que possam ter. A energia que emana de cada canção é algo que definitivamente impressiona. Dentre as 12 faixas aqui presentes, aponto como minhas preferidas, "Arrogance", "Theory of Conspiracy", "Intolerance Means War", "Guerra Santa" (cantada em português com uma pegada bem Hardcore), "Failed System", "Surrounded by Serpents" e "Hypocrisy".

A produção ficou a cargo do sempre competente Brendan Duffey, com mixagem e masterização realizadas por Andy Classen (Destruction, Belphegor, Dew-Scented, Holy Moses, Tankard, Krisiun, Rotting Christ). O nível é altíssimo, como não poderia deixar de ser, com tudo claro, audível, mas sem perder o peso e a agressividade. Agony vem embalado em um digipack caprichadíssimo, com capa feita pelo inglês Godmachine e design de Rafael Romanelli.

Mostrando clara e grande evolução em comparação com seu debut e cada vez mais dando uma cara própria a sua música, confesso que Agony me surpreendeu de forma muito positiva. Existem pontos a serem aprimorados? Certamente, mas se formos analisar friamente e sem paixões, que banda não os tem? Quem gostou da estreia, irá aprovar, que não gostou por motivos puramente musicais, vale a pena dar uma oportunidade e, quem sabe, mudar alguns conceitos. Agora, se o seu problema é mimimi machista misturado a dor de cotovelo, bem, aí já recomendo continuar chorando na cama, que é lugar mais quente, pois o Nervosa vai continuar fazendo muito barulho por ai.

NOTA: 8,0

Nervosa é:
- Fernanda Lira (vocal/baixo)
- Prika Amaral (guitarra)
- Pitchu Ferraz (bateria)

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