terça-feira, 27 de agosto de 2013

Carcass – Surgical Steel (2013)




Carcass – Surgical Steel (2013)
(Nuclear Blast - Importado)

01. 1985
02. Thrasher’s Abbatoir
03. Cadaver Pounch Conveyor System
04. A Congealed Clot of Blood
05. The Master Butcher’s Apron
06. Noncompliance to ASTM F899-12 Standard
07. The Granulating Dark Satanic Mills
08. Unfit for Human Consumption
09. 316L Grade Surgical Steel
10.
Captive Bolt Pistol
11. Mount of Execution

Há 17 anos o Carcass lançava Swansong e encerrava sua brilhante carreira com um trabalho que apesar de não ser ruim, estava longe de ter o mesmo nível de seus álbuns anteriores. A partir de então, muito se comentou sobre uma possível volta, sonho de 10 entre 10 fãs de metal extremo, até que há alguns anos atrás se reuniram para shows. Mas faltava o principal, que era um novo álbum. E bem, aqui está ele. Uma das dúvidas que pairavam era de como soaria o Carcass sem Michael Amott em uma das guitarras. A banda possui duas fases muito bem definidas em sua carreira. Uma vai de 1987 até 1990, onde se encaixavam no rótulo de Grindcore, com um som brutal e inacessível e a outra de 1991 até seu fim em 1996, onde praticavam um Death Metal Melódico e que gerou aqueles que para mim são os dois maiores clássicos do estilo: Necroticism – Descanting the Insalubrious e Heartwork. Não é mistério algum o fato de que os fãs ligam essa segunda fase a presença de Amott na banda e com sua ausência, muitos perguntavam se não teríamos um retorno às raízes do Carcass.
A resposta para essa pergunta é Surgical Steel, um álbum que consegue fundir as duas fases da banda com perfeição. Aqui uniram aquele Death Melódico da fase Heartwork com o peso e a brutalidade de sua fase mais extrema, conseguindo equilibrar tudo de forma muito natural, deixando claro para todos que Michael Amott não faz falta alguma ao Carcass e que a alma da banda é a dupla Jeff Walker (Vocal/Baixo) e Bill Steer (Guitarra). Por sinal o trabalho de guitarras aqui é sensacional, com guitarras gêmeas surgindo em diversos momentos, riffs simplesmente matadores e muito peso. E vale frisar aqui que Steer gravou tudo sozinho já que o novo guitarrista, Bem Ash, só entrou após a gravação do álbum.
Musicalmente falando, esse é um trabalho infinitamente superior a Swansong e o parâmetro de comparação aqui é o clássico Heartwork. E quer saber, tenho que dar o braço a torcer e admitir que ele não faz nada feio. Não nego que nas primeiras audições estava meio que com um pé atrás e até questionei as afirmações de amigos que diziam que esse era o CD do ano, mas à medida que o fui escutando ele foi crescendo mais e mais e se tornando um de meus álbuns favoritos de 2013. Não existe uma música sequer descartável em Surgical Steel, o que não significa que não possamos destacar algumas sobre as demais. “Thrasher’s Abbatoir” é um soco no pé do ouvido com toda a sua brutalidade e talvez seja sua música mais pesada pós 1991. “The Master Apron” é outra que vai te remeter a primeira fase da banda. Já “Cadaver Pouch Conveyor System”, brutal e melodiosa, “The Granulating Dark Satanic Mills” e “Unfit for Human Consumption” vão fazer você pensar estar escutando o Heartwork. Por sinal, os títulos continuam de uma singeleza impar. Deve-se citar aqui também o belo trabalho de produção, a cargo de Colin Richardson, e de mixagem e masterização, a cargo de Andy Sneap. Seguindo a linha cada vez mais adotada pelas bandas de Death atuais (vide últimos trabalhos de Nile ou Suffocation), o som que se ouve aqui é cristalino e muitíssimo bem produzido, mas sem perder um pingo de peso, agressividade e brutalidade.
Ao contrário de muitas bandas por ai que retornam e lançam álbuns apenas para constar na discografia, o Carcass surge com um trabalho altamente relevante e que faz juz a toda a sua carreira. Com ótimas melodias, músicas muito bem construídas e muita variedade, entra tanto no hall de clássicos da banda como no do Death Melódico. Certamente um dos grandes destaques de 2013. E eu que me vire para fazer um top 10 no final do ano.

NOTA: 9,5

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