Helloween - Giants & Monsters (2025)
(Reigning Phoenix Music)
01. Giants On The Run
02. Savior Of The World
03. A Little Is A Little Too Much
04. We Can Be Gods
05. Into The Sun
06. This Is Tokyo
07. Universe (Gravity For Hearts)
08. Hand Of God
09. Under The Moonlight
10.Majestic
Admito que não fiquei muito animado quando o Helloween anunciou a “Pumpkins United”. Embora a banda viesse de bons álbuns, era um material que passava longe de seu material clássico, o que me levou a um certo afastamento com relação ao seu trabalho. A única coisa que consegui pensar é que aquilo me cheirava a uma tentativa de arrancar uns trocados de fãs mais saudosistas antes de se aposentarem. Os shows ocorreram, anunciaram um álbum de estúdio e, mais uma vez, a minha empolgação foi zero.
Então veio Helloween (2021) e eu, de certa forma, quebrei a cara. Ok, pode não ser um trabalho que vá entrar para o hall de clássicos da banda, tem suas ressalvas, mas ainda assim é um grande álbum, desses que empolga e diverte o fã. Estava ali a prova de que a “Pumpkins United” tinha muito ainda a acrescentar à história dos alemães. Sendo assim, não vou negar, fiquei na expectativa por “Giants & Monsters” quando soube do seu futuro lançamento, mesmo que ainda estivesse com um pé atrás, afinal, quem poderia garantir que acertariam novamente.
Completando 40 anos desde o lançamento do clássico “Walls of Jericho”, ouso dizer que o Helloween se encontra em seu auge criativo, mesmo que não tenham voltado a entregar um novo Keeper. Dito isso, “Giants & Monsters” consegue, ao menos para mim, superar o seu antecessor em qualidade, o que, convenhamos, não é pouca coisa.
O álbum já abre em grande estilo, nos presenteando com o bom e velho Helloween do qual tanto gostamos. “Giants On The Run” é variada, melódica, tem um refrão forte e uma dinâmica vocal absurda, algo óbvio quando você tem na sua formação 3 dos melhores vocalistas da história do Metal (goste você ou não, Deris é sim um dos grandes). É uma música que poderia estar nos primeiros álbuns da banda, algo que também podemos dizer de “Savior Of The World”, que vem logo na sequência. É aquela sonoridade clássica, que, se fosse feita por outra banda, talvez chamássemos de clichê. Mas, meu querido, isso aqui é o Helloween, foram eles que criaram tudo isso, é óbvio que eles iriam conseguir escapar de qualquer armadilha nesse sentido. Ótima música!
“A Little Is A Little Too Much” é uma canção com pegada mais Hard Rock, mais simples que as antecessoras, teclados bem encaixados, boas melodias, mas que, pessoalmente, não me empolgou tanto. É ruim? Não, afinal, com os nomes aqui envolvidos, é óbvio que vai ter qualidade, mas achei um pouco abaixo. Felizmente, na sequência, nos presenteiam com mais uma faixa clássica, “We Can Be Gods”. Veloz, pesada, melódica, guitarras fortes e refrão que te pega de primeira, tem tudo para agradar os fãs e fazer parte das apresentações da banda. Fechando a primeira metade do álbum, temos “Into The Sun”, aquela balada dramática e marota que não poderia faltar. Originalmente gravada para o álbum anterior, mas descartada, foi retrabalhada, regravada e agora finalmente “vê a luz do dia”.
Não vou mentir, das músicas apresentadas antes do lançamento, “This Is Tokyo” foi a que menos me empolgou. Depois de ouvi-la dentro do contexto do álbum, continuo com a mesma sensação, por mais que sim, ela tenha suas qualidades com sua pegada mais Hard e boas melodias. Indo da que menos empolgou para a que mais me empolgou, temos a maravilhosa “Universe (Gravity For Hearts)”. Explosiva, nos presenteia com ótimos vocais, riffs fortes, velocidade, melodia, bateria pulsante e refrão moldado para ser cantado junto. São 8 minutos que passam em 4, o que já mostra toda a sua qualidade.
A sequência final começa dando uma leve caída com “Hand Of God”, que remete diretamente ao Helloween fase Andi Deris, com um ar mais “obscuro”, sintetizadores bem encaixados e refrão que chama a atenção, sendo seguida por “Under The Moonlight”, possivelmente a mais “comum” de todo o álbum, mas ainda longe de ser descartável. Entrega boas melodias e mais um bom refrão. Eis que então surge a majestosa “Majestic”, provavelmente a melhor música do Helloween nessa volta. Curiosamente, ela foi originalmente composta por Kai Hansen para o Gamma Ray e deveria ter saído no álbum de mesmo título, de 2005, mas não havia sido finalizada e estava guardada em um HD. Seria uma injustiça não ter sido lançada, pois temos aqui Heavy Metal da melhor qualidade, épico, pesado, mas sem abrir mão das melodias, com ótimos riffs e solos e espaço para todos brilharem. Tem todos os elementos para se tornar um novo clássico da banda.
Durante toda a audição, fica muito evidente que todos estão se divertindo muito com essa reunião, já que as músicas conseguem passar isso. É um álbum variado, dinâmico, que passeia com naturalidade pelas fases da banda, mantendo um alto nível de qualidade na maior parte do tempo. Algumas coisas me chamaram a atenção positivamente, como, por exemplo, a duração do álbum. Com 10 músicas, mas da metade delas com 4 minutos ou menos, dura exatamente o que deveria durar, sem faixas desnecessárias, apenas para “encher linguiça” e completar o tempo de um CD. São cerca de 50 minutos com músicas que vão direto ao ponto; só entraram as que realmente eram boas.
A forma como tudo aqui foi muito bem dividido também é um destaque. Com 3 vocalistas de alto nível, souberam explorar o que cada um tem de melhor, com Kiske, Deris e Hansen brilhando em suas aparições. O mesmo vale para os 3 guitarristas, que têm aqui todo o seu potencial explorado, dando uma aula de como isso deve ser feito. Ao final, o Helloween consegue mostrar toda a sua força e prova de uma vez por todas que, ao contrário de alguns medalhões por aí, ainda tem muita lenha para queimar em futuros lançamentos.
Helloween é:
Michael Kiske (Vocal)
Andi Deris (Vocal)
Kai Hansen (Guitarra/Vocal)
Michael Weikath (Guitarra)
Sascha Gerstner (Guitarra)
Michael Großkopf (Baixo)
Dani Loeble (Bateria)
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