sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Therion – Theli (1996)


Therion – Theli (1996)
(Nuclear Blast/Shinigami Records)


01. Preludium
02. To Mega Therion
03. Cults of the Shadow
04. In the Desert of Set
05. Interludium
06. Nightside of Eden
07. Opus Eclipse
08. Invocation of Naamah
09. The Siren of the Woods
10. Grand Finale / Postludium
11. In Remembrance (bônus)
12. Black Fairy (bônus)
13. Fly to the Rainbow (bônus)

No início, com as demos e o seu debut, Of Darkness… (91), tudo era puramente Death Metal. Com Beyond Sanctorum (92), os primeiros vocais femininos surgiram, de forma discreta, sinalizando que algo de diferente estava sendo gerado. Foi a partir do lançamento de Symphony Masses: Ho Drakon Ho Megas (93), que o ovo do dragão começou a eclodir, com teclados e partes sinfônicas se fazendo mais presentes, algo que se reforçou ainda mais com o ótimo Lepaca Kliffoth (95). Mesmo assim, nenhum fã do Therion estava preparado para Theli, um dos trabalhos mais inspirados de toda cena Metal dos anos 90, e responsável não só por fazer a banda crescer em popularidade, como também por dar origem a todo um subgênero, o Metal Sinfônico.

Após a boa repercussão de Lepaca Kliffoth, o Therion tratou de entrar em estúdio em janeiro de 1996, para aproveitar o bom momento. Apesar disso, Christofer Johnsson, não queria mais um trabalho que estivesse focado nas guitarras e na sua voz, e então disse a Nuclear Blast que gostaria de fazer um álbum totalmente sinfônico. Por mais que a ideia fosse extremamente arriscada e extravagante, a gravadora deu o sinal verde, e lá foi o quarteto, na época, formado por Christofer, Jonas Mellberg (guitarra), Lars Rosenberg (baixo) e Piotr "Docent" Wawrzeniuk (bateria/vocal), dar seu passo mais ousado.


Em Theli, os teclados e partes sinfônicas que já haviam dado as caras em trabalhos anteriores, foram trazidos para o centro do palco, e se tornaram um elemento essencial da música do Therion. Nos vocais, além de Christofer Johnsson, trouxeram para estúdio ninguém menos de Dan Swanö (Edge of Sanity, Nightingale, Witherscape), a soprano Anjs Krenz e o baixo-barítono Axel Patz, além de pela primeira vez, contar com o apoio de coros de ópera, nesse caso, o The North German Radio Choir e o The Siren Choir. O resultado é fabuloso, com um trabalho vocal variadíssimo e diferenciado. O instrumental não fica atrás, pois mescla elementos de Death, Power, Gothic e Prog Metal, com influências neoclássicas soa simplesmente brilhante. As guitarras de Johnsson e  Mellberg trafegam com naturalidade entre os estilos, entregando não só ótimas melódias, como solos belíssimos. A parte rítmica, com Lars e Piotr se mostra muito técnica, e brilha em diversos momentos. Os sintetizadores foram muito bem utilizados, criando atmosferas sombrias, que casam perfeitamente com o lado esotérico das letras.

Após a introdução, com a instrumental “Preludium”, temos aquele que é o maior clássico de toda a história da banda, a magnífica “To Mega Therion”, onde os maiores destaques ficam para o belo trabalho de coral, os ótimos riffs e o bom trabalho da bateria. Curiosamente, ela foi composta originalmente em 1993, mas deixada de lado por Johnsson, que a considerava muito melódica e comercial para o momento da banda. Com Theli, ele viu a oportunidade perfeita para gravá-la. O álbum tem sequência com “Cults of the Shadow”, que agrega elementos mais progressivos, possui um trabalho de baixo bem marcante, além de melodias e coros que criam um clima muito sombrio. “In the Desert of Set” tem uma base um pouco mais voltada para o Death Melódico, com os corais, elementos neoclássicos e sintetizadores criando uma atmosfera que remete ao Egito Antigo. A instrumental “Interludium” funciona como uma faixa de transição, ligando as metades do álbum.


A segunda metade abre com a ótima “Nightside of Eden”, com suas guitarras pesadas, boas melodias, corais e refrão muito marcantes. Esse último, por sinal, gruda na cabeça por uns dias. A instrumental “Opus Eclipse” poderia ser só mais uma canção para preencher espaço, mas passa longe disso com seu ótimo trabalho de guitarras e de sintetizadores. “Invocation of Naamah” é outro dos pontos altos do álbum, com seu instrumental que se envereda pelo Power Metal, ótimos riffs e elementos neoclássicos que só acrescentam. “The Siren of the Woods” é a faixa mais calma de todo álbum, trazendo um clima mais gótico para o trabalho, soando bem onírica. Para completar, é toda escrita no idioma acadiano. Encerrando, mais uma instrumental, “Grand Finale / Postludium”, que resume com perfeição tudo que foi apresentado. Apesar de não constar na listagem do CD, temos aqui mais 3 faixas bônus. “In Remembrance”, “Black Fairy” e o cover para  “Fly to the Rainbow”, do Scorpions, que na época do lançamento, saíram na edição japonesa do álbum, e posteriormente em A'arab Zaraq – Lucid Dreaming (97). Vale dizer que às duas primeiras originalmente deveriam ter entrado em Theli, mas por destoarem um pouco das demais na atmosfera, acabaram ficando de fora.

A produção ficou a cargo da dupla Gottfried Koch (Dreams of Sanity, EverEve, Darkseed) e Jan Peter Genkel (Cradle of Filth, Nightfall, Seven Witches), com o último cuidando também da mixagem e masterização. É a melhor produção da banda até então, pois permite que você escute tudo que ocorre com perfeição, tamanha a clareza obtida. Vale dizer que conseguiram isso sem tirar o peso da banda. Já a capa, com o Deus egípcio Set e elementos ocultistas, foi criação de Peter Grøn (Dimmu Borgir, Hypocrisy, Pain). Apresentando canções que mesclam com perfeição Metal, com influências neoclássicas, peso, melodia e tpecnica, o Therion apresentou um trabalhou que primou pela originalidade, e que lançou as bases para o que viria a se tornar o Metal Sinfônico, fazendo assim de Theli, um dos trabalhos mais clássicos de sua carreira. Obrigatório!

NOTA: 94

Therion (gravação):
-  Christofer Johnsson (guitarra, vocal, teclado)
- Jonas Mellberg (guitarra/teclado),
- Lars Rosenberg (baixo),
- Piotr "Docent" Wawrzeniuk (bateria/vocal).

Participações:
- Dan Swanö (vocal),
- Anjs Krenz (vocal/soprano),
- Axel Patz (vocal/baixo-barítono),
- Jan Peter Genkel (piano, teclado e programação),
- Gottfried Koch (teclado e programação),
- The North German Radio Choir,
- The Siren Choir.

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