sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Low Levels of Serotonin – Katharsis (2019)


Low Levels of Serotonin – Katharsis (2019)
(Heavy Metal Rock – Nacional)

01. Intro
02. The Wind Tries to Say Something
03. O saber
04. Chaos
05. Redundant Lies Become Truths
06. A Pale Tone
07. Endorphin
08. Out of my Control
09. Instrumental

A serotonina é um neurotransmissor sintetizado no cérebro, e responsável pela sensação de bem-estar. Ao lado da endorfina e da dopamina, é um dos chamados “hormônios da felicidade”. Em contrapartida, quando seus níveis estão baixos em nosso organismo, isso gera uma série de transtornos, como a ansiedade, bipolaridade, perturbações do sono, medo e depressão, dentre outros. Posto isso, penso que pocas vezes na história do Metal, o nome de uma banda casou tão bem com o estilo musical proposto pela mesma. O Low Levels of Serotonin é um projeto surgido no ano de 2017, em Americana/SP, capitaneado pelo ex-guitarrista do ótimo Desdominus, Wilian Gonçalves, que aqui toca todos os instrumentos, além de ser o responsável pelos vocais limpos. Para a gravação desse debut, ele contou com o apoio do vocalista Guilherme Malosso, do Motherwood, responsável pelos vocais guturais, e do ex-companheiro de banda Douglas Martins, que hoje capitaneia do excelente Deep Memories, e que aqui foi o encarregado por todo o processo de produção.

Musicalmente, Wilian aposta em um Death/Doom que tem em sua base, aquela sonoridade praticada nos anos 90, mas que não se limita apenas a isso. Ecos de Atmospheric – que resulta em ótimos momentos introspectivos –, Black, Gothic e Heavy podem ser observados durante toda a audição, o que acaba enriquecendo ainda mais o resultado. Essa identidade própria torna o Low Levels of Serotonin uma banda diferente do que costumamos observar, não só dentro do cenário internacional, como também do exterior. Como não poderia deixar de ser nesse tipo de proposta, nos deparamos com uma sonoridade muito pesada, sombria e melancólica, mas que não abre mão da agressividade. Boas mudanças de andamento ajudam as canções a passarem longe da repetição, enquanto as guitarras, com seus riffs ríspidos, esbarram no Death/Black. A parte rítmica se destaca não apenas pela boa técnica apresentada, como também pela fúria e variedade. Já os vocais transitam entre o gutural e o rasgado, em um ótimo trabalho de Guilherme Malosso, com algumas poucas passagens limpas que soam bem legais. Os teclados ficaram muito bem encaixados e ajudam muito nas atmosferas criadas pela música do Low Levels of Serotonin. 


Após uma curta introdução, que serve de aviso do que virá pela frente, temos a ótima “The Wind Tries to Say Something”, uma canção que equilibra com primazia, peso, raiva e melancolia, graças aos riffs raivosos e as melodias taciturnas. “O Saber” mostra que a música do Low Levels também funciona muito bem quando cantada em português, abrindo possibilidades interessantes para o futuro. Musicalmente, é uma mescla perfeita entre o Death e o Doom, equilibrando rispidez com um ar soturno. Outra que se encaixa muito bem nessa descrição é “Chaos”, com destaque para os ótimos guturais. “Redundant Lies Become Truths” tem riffs cortantes e gélidos, que resvalam no Black Metal, mas sem abrir mão daquele clima lúgubre e triste que permeia todo o álbum. É outro ponto alto da audição. “A Pale Tone” é mais calma, e soa bem fria e perturbadora, com um bom uso dos teclados, e pasmem, algumas passagens que podem se encaixar no que entendemos como Jazz. Na sequência final, temos a instrumental “Endorphin”, canção que passa uma sensação de inquietude e tomento; “Out of my Control”, que carrega em si elementos de Black Metal, e “Instrumental”, com nome autoexplicativo e com uma pegada bem soturna.

A produção foi dividida entre William e Douglas Martins (Deep Memories), sendo que esse também cuidou da mixagem e masterização do trabalho. O resultado é muito bom, já que aliou clareza, com o peso e a agressividade que são necessários para um álbum de Metal. Quanto a capa, foi obra de Carlos Fides (Almah, Evergrey, Noturnall, Shaman), e como não podia deixar de ser em se tratando de um trabalho dele, ficou ótima. Com uma música ríspida, soturna, pesada e agressiva, o Low Levels of Serotonin acetou em cheio em sua estreia, e vai agradar em muito os apreciadores de Death/Doom. Mas um grande nome do Metal Nacional que surge, e agora só nos resta esperar pelos próximos passos. Que eles não demorem muito!

NOTA: 86

Low Levels of Serotonin é:
- William Gonçalves (todos os instrumentos, vocais limpos)

Convidado:
- Guilherme Malosso (vocal gutural)

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Heavy Metal Rock

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