quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Oldlands – Source of Eternal Darkness (2019)


Oldlands – Source of Eternal Darkness (2019)
(Sangue Frio Records/Diabo Records – Nacional)


01. Prayers for Nothing
02. Rotten Nazarene
03. Field of Victory
04. I Just Want to Die
05. The Real Face of Penury
06. Obscuring My Thoughts
07. The Chosen One
08. Metal Maldito (Escaravelho do Diabo tribute)

Aos que não acompanham com tanta atenção o cenário underground brasileiro, o Oldlands é uma one man band capitaneada por Vox Morbidus (Evilusions, Mortuo, Sadsy, Waking for Darkness, Warmony, Duress Soulles), surgida no ano de 2017, em Curitiba/PR, com a proposta de praticar aquele Black Metal típico da 2ª geração do estilo, que esteve em voga no final dos anos 80 e início dos 90. No mesmo ano, lançou o single “Prayers for Nothing”, que obteve boa repercussão entre os amantes do estilo, e agora nos apresenta seu debut, Source of Eternal Darkness.

É impossível não viajar no tempo durante os poucos mais de 36 minutos de duração do álbum. A própria apresentação do trabalho nos lembra o período citado acima, já que o CD remete ao bom e velho vinil, com direito as 8 músicas separadas em 2 faixas, como se tivéssemos aqui um Lado A e um Lado B. Musicalmente, nada mudou, e nos deparamos com aquele Black Metal cru, odioso e raivoso, com vocais rasgados e ríspidos, riffs gélidos e cortantes, uma parte rítmica coesa, firme, e com poucas variações, além de teclados que quando surgem, criam boas passagens atmosféricas. Mudanças de tempo evitam que as músicas se tornem repetitivas, além de apresentar boa técnica – mas sem exageros –, tudo complementado com algumas melodias bem obscuras. Tudo isso é feito com muita honestidade, energia, e vai agradar em cheio aos apreciadores dessa proposta.


A já conhecida “Prayers for Nothing” abre o álbum, com sua crueza, frieza, e riffs bem diretos. A alternância entre passagens mais cadenciadas e velozes é outra qualidade. “Rotten Nazarene” faz justiça ao nome, e transborda raiva e brutalidade, enquanto “Field of Victory” chama a atenção por seus vocais caóticos. Encerrando o “Lado A”, a ótima “I Just Want to Die”. A segunda metade abre com “The Real Face of Penury” e seus riffs cortantes, sendo seguida pelo interlúdio “Obscuring My Thoughts”. Para encerrar, a ótima e fria “The Chosen One”, outra que se destaca pelos riffs afiadíssimos, além de ter uma influência mais latente de Hardcore, a crua “Metal Maldito”, cover dos mineiros do Escaravelho do Diabo, que foi retirada da coletânea Tributo ao Underground Brasileiro.

A gravação, mixagem e masterização foram realizadas pelo próprio Vox Morbidus, e está exatamente dentro do que se espera para esse tipo de proposta. Crua e suja, mas ainda sim, audível. Vale destacar também que ele foi bem feliz na escolha dos timbres. Já a parte gráfica segue essa mesma linha, e foi muito bem elaborada por Moisés Alves, da Hell Forge Metal Art. Alternando bem passagens um pouco mais cadenciadas com outras mais velozes, e se utilizando muito bem da crueza e de canções diretas, o Oldlands estreia muito bem com um trabalho odioso, detestável, e insociável, como todo bom álbum de Black Metal deveria ser.

NOTA: 83

Oldlands é:
- Vox Morbidus (todos os instrumentos)

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