Paradise Lost – Medusa (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast – Nacional)
01. Fearless Sky
02. Gods of Ancient
03. From the Gallows
04. The Longest Winter
05. Medusa
06. No Passage for the Dead
07. Blood & Chaos
08. Until the Grave
09. Shrines
10. Symbolic Virtue
Com seu debut, Lost Paradise (90), o Paradise Lost assumiu a liderança do movimento Death/Doom. Com seu sucessor, Gothic (91), lançaram as bases do que viria a ser o Gothic Metal, estilo aperfeiçoado nos dois trabalhos seguintes, Shades of God (92) e Icon (93), e que encontrou a perfeição no irretocável Draconian Times. Com One Second (97), começaram um mergulho em suas raízes Goth/Synthpop oitentistas, o que acabou por resultar no melhor álbum do Depeche Mode não lançado pelo Depeche Mode, Host (99), incompreendido por boa parte dos fãs na época, mas hoje respeitado como um dos bons trabalhos de sua carreira. Ok, erraram a mão em Believe In Nothing (01), mas seu fraco resultado talvez tenha se dado muito mais pela interferência da EMI no processo de masterização (sem o conhecimento da banda) do que qualquer outra coisa.
Curiosamente, daí para frente começaram a seguir o caminho inverso. Se Symbol of Life (02) soava quase como uma continuação de One Second, Paradise Lost (05) marcou o retorno dos ingleses ao Doom, ainda que com forte influência gótica, terreno no qual se mantiveram firmes nos álbuns seguintes, In Requiem (07) e o ótimo Faith Divides Us - Death Unites Us (09). Já Tragic Idol (12) deu um passo além e levou sua música de volta ao período da dobradinha Icon/Draconian Times (para muitos, sua melhor fase), impressionando os fãs com sua qualidade. Não satisfeitos, se aprofundaram ainda mais em sua história em The Plague Within (15), colocando um pé em seu passado Death/Doom, com momentos que poderiam estar sem esforço algum em Gothic ou Shades of God.
(Shinigami Records/Nuclear Blast – Nacional)
01. Fearless Sky
02. Gods of Ancient
03. From the Gallows
04. The Longest Winter
05. Medusa
06. No Passage for the Dead
07. Blood & Chaos
08. Until the Grave
09. Shrines
10. Symbolic Virtue
Com seu debut, Lost Paradise (90), o Paradise Lost assumiu a liderança do movimento Death/Doom. Com seu sucessor, Gothic (91), lançaram as bases do que viria a ser o Gothic Metal, estilo aperfeiçoado nos dois trabalhos seguintes, Shades of God (92) e Icon (93), e que encontrou a perfeição no irretocável Draconian Times. Com One Second (97), começaram um mergulho em suas raízes Goth/Synthpop oitentistas, o que acabou por resultar no melhor álbum do Depeche Mode não lançado pelo Depeche Mode, Host (99), incompreendido por boa parte dos fãs na época, mas hoje respeitado como um dos bons trabalhos de sua carreira. Ok, erraram a mão em Believe In Nothing (01), mas seu fraco resultado talvez tenha se dado muito mais pela interferência da EMI no processo de masterização (sem o conhecimento da banda) do que qualquer outra coisa.
Curiosamente, daí para frente começaram a seguir o caminho inverso. Se Symbol of Life (02) soava quase como uma continuação de One Second, Paradise Lost (05) marcou o retorno dos ingleses ao Doom, ainda que com forte influência gótica, terreno no qual se mantiveram firmes nos álbuns seguintes, In Requiem (07) e o ótimo Faith Divides Us - Death Unites Us (09). Já Tragic Idol (12) deu um passo além e levou sua música de volta ao período da dobradinha Icon/Draconian Times (para muitos, sua melhor fase), impressionando os fãs com sua qualidade. Não satisfeitos, se aprofundaram ainda mais em sua história em The Plague Within (15), colocando um pé em seu passado Death/Doom, com momentos que poderiam estar sem esforço algum em Gothic ou Shades of God.
Como é possível observar, o Paradise Lost sempre foi uma banda inquieta e que em momento algum se dobrou a pressões. Sempre fez o que quis, quando quis, mesmo que dessa forma tenha colocado sua carreira em risco em alguns momentos. Sua integridade é o seu maior patrimônio. Fora isso, independentemente da fase e da sonoridade adotada, sempre existiu um DNA que fazia com que nos fosse possível identificá-los. Existe uma melancolia em suas canções que só eles conseguem imprimir, algo inimitável. Esse acaba por ser o fio condutor que consegue unir álbuns tão díspares como Lost Paradise, Draconian Times e Host. Nesses quase 30 anos de carreira, optaram por ser uma banda de vanguarda, aquela que desbrava os caminhos que virão a ser seguidos por seus parceiros, e foram muito felizes nessa missão.
E sempre guiados pelo instinto e principalmente, soando absolutamente espontâneos, os ingleses de Halifax chegam a Medusa, seu 15º álbum de estúdio, mantendo os dois pés bem firmes em suas raízes mais pesadas, mas sem abrir mão daquelas melodias marcantes que marcaram toda a sua carreira. E ouso dizer que aqui temos um trabalho que consegue soar ainda mais pesado, escuro e melancólico que The Plague Within, em um mergulho ainda mais profundo no Death/Doom do passado (claro que de uma forma muito mais refinada), e se aprofundando ainda mais nas influências oriundas de Gothic e Shades of God observadas no CD anterior.
Apesar de boa parte das músicas ser arrastada e ter aquela aura desoladora, Medusa é um trabalho que prima pela diversidade, pela riqueza musical. Diversificado, nos permite observar muitas mudanças de estrutura nas canções, além de uma variedade vocal muito grande, já que Nick Holmes vai desde os guturais típicos do Death/Doom, até os vocais mais melodiosos que marcaram os momentos mais góticos da banda. Outro foco de diversidade está no ótimo trabalho das guitarras de Gregor Mackintosh e Aaron Aedy, que mostram aqui a excelência que lhes é imputada. Riffs que estão entre os melhores já compostos pela banda, lentos, além de solos melodiosos, fazem parte do repertório da dupla. O baixo de Stephen Edmondson soa com aquela solidez de sempre, além de muito pesado, enquanto o estreante baterista Waltteri Väyrynen (que, com seus 23 anos, sequer era nascido quando o Paradise Lost surgiu), parece ter trazido mais vitalidade ao som da banda, realizando um belo trabalho e se mostrando um substituto mais que à altura de Adrian Erlandsson.
O álbum abre com “Fearless Sky”, que já mostra de cara qual vai ser a pegada de Medusa. Lenta, densa, forte e pesada, tem aquela melancolia que é inerente ao Paradise Lost, além de um trabalho diversificado de Nick nos vocais. “Gods of Ancient” tem um ar sombrio (principalmente no que tange o trabalho vocal), enquanto “From the Gallows” se destaca pelo belo trabalho de bateria. Já a excelente “The Longest Winter” certamente entrará para o hall das músicas clássicas do Paradise Lost, trazendo quele ar gótico típico do Draconian Times, com ótimos vocais limpos de Holmes, características que se repete na elegante “Medusa”. A arrastada “No Passage for the Dead” traz os vocais guturais de volta ao jogo, além de contar com ótimas melodias de guitarra e muito peso. “Blood & Chaos” é a faixa “diferentona” do álbum, já que é mais acelerada e tem o apelo gótico mais forte de todas aqui presentes. “Until the Grave” encerra a versão padrão de Medusa mantendo todas as qualidades inerentes ao álbum. Na versão nacional, temos mais duas músicas, “Shrines”, com suas ótimas melodias, e a fortíssima “Symbolic Virtue”, que merecia ser mais do que uma bônus, pela qualidade aqui apresentada.
Gravado no Orgone Studios, mais uma vez, a produção, mixagem e masterização foram realizadas por Jaime Gomez Arellano (Cathedral, Ghost, Fen, Sólstafir), com ótimo resultado final. O trabalho de arte ficou por conta do Branca Studio, tendo ficado muito bom. Sombrio e desolador, Medusa é um pouco mais difícil que The Plague Within, não soa tão avassalador já na primeira audição, mas à medida que você vai escutando o mesmo, ele cresce de uma forma incrível e se torna único e poderoso. É um álbum que, acima de tudo, é capaz de despertar emoções profundas no ouvinte. Em resumo, um típico trabalho do Paradise Lost. Pode uma banda chegar ao auge de sua carreira mais de uma vez? Bem, aqui temos a prova que sim. Nasce mais um clássico!
NOTA: 9,0
Paradise Lost é:
- Nick Holmes (vocal);
- Gregor Mackintosh (guitarra);
- Aaron Aedy (guitarra);
- Stephen Edmondson (baixo);
- Waltteri Väyrynen (bateria).
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