Hatefulmurder - Red Eyes (2017)
(Secret Service Records - Nacional)
01. Silence Will Fall
02. Red Eyes
03. Tear Down
04. Riot
05. The Meaning of Evil
06. Time Enough At Last
07. My Battle
08. You´re Being Watched
09. Creature of Sorrow
Uma das coisas mais legais quando você acompanha constantemente o trabalho de uma banda é poder observar o seu desenvolvimento e crescimento. Meu primeiro contato com o Hatefulmurder foi com o EP The Wartrail (11), e nele já era perceptível a qualidade do seu Thrash/Death. E foi essa qualidade que foi confirmada em 2014 no seu debut, No Peace. Quem teve a oportunidade de assisti-los ao vivo durante a turnê de divulgação pôde ver uma banda que estava na “ponta dos cascos”, literalmente quebrando tudo. Mas após o término da mesma, o vocalista Felipe Lameira anunciou seu desligamento da banda, o que não deixou de ser um baque para quem acompanhava o trabalho dos cariocas.
Felizmente, Renan Ribeiro (guitarra/vocal), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria) não deixaram que o golpe os abatesse e logo anunciaram Angélica Burns (ex-Scatha, ex-Diva) para assumir o posto deixado por Felipe. Confesso que respirei aliviado, por já conhecer a capacidade da mesma por seu trabalho na Diva, mas muita gente ficou com um pé atrás em um primeiro momento, talvez por não acompanhar de tão perto o cenário underground. De lá pra cá muita água passou por debaixo da ponte, shows ocorreram, mas se ainda existiam dúvidas a respeito da nova formação, ela foi sanada de vez com seu 2º trabalho, Red Eyes.
Certamente existirão aqueles que tentarão traçar comparações entre o Hatefulmurder e o Arch Enemy, não só pelo Thrash/Death Metal Melódico praticado aqui, como também pelo fato de ambas contarem com uma vocalista. Bem, não dá para negar que podemos até encontrar pontos em comum aqui e ali, mas a verdade é que Red Eyes é muito mais que isso. É acima de tudo um trabalho muito forte, com composições inspiradas e que consegue equilibrar de forma muito madura elementos como agressividade e melodia, sem perder a essência de sua sonoridade.
Os vocais de Angélica estão ótimos e são responsáveis por uma parcela de agressividade das músicas. Podemos notar também a inclusão de alguns vocais limpos, que confesso, aos meus ouvidos, soaram um pouco estranhos e não funcionaram tão bem, soando um tanto quanto desnecessários às canções, mas também não chegam a comprometer. O trabalho de guitarra de Renan é simplesmente ótimo, esbanjando peso, criatividade, com riffs marcantes e boas melodias. Já a parte rítmica, com Felipe e Thomas não fica atrás, mostrando boa técnica, coesão e muita diversidade.
(Secret Service Records - Nacional)
01. Silence Will Fall
02. Red Eyes
03. Tear Down
04. Riot
05. The Meaning of Evil
06. Time Enough At Last
07. My Battle
08. You´re Being Watched
09. Creature of Sorrow
Uma das coisas mais legais quando você acompanha constantemente o trabalho de uma banda é poder observar o seu desenvolvimento e crescimento. Meu primeiro contato com o Hatefulmurder foi com o EP The Wartrail (11), e nele já era perceptível a qualidade do seu Thrash/Death. E foi essa qualidade que foi confirmada em 2014 no seu debut, No Peace. Quem teve a oportunidade de assisti-los ao vivo durante a turnê de divulgação pôde ver uma banda que estava na “ponta dos cascos”, literalmente quebrando tudo. Mas após o término da mesma, o vocalista Felipe Lameira anunciou seu desligamento da banda, o que não deixou de ser um baque para quem acompanhava o trabalho dos cariocas.
Felizmente, Renan Ribeiro (guitarra/vocal), Felipe Modesto (baixo) e Thomás Martin (bateria) não deixaram que o golpe os abatesse e logo anunciaram Angélica Burns (ex-Scatha, ex-Diva) para assumir o posto deixado por Felipe. Confesso que respirei aliviado, por já conhecer a capacidade da mesma por seu trabalho na Diva, mas muita gente ficou com um pé atrás em um primeiro momento, talvez por não acompanhar de tão perto o cenário underground. De lá pra cá muita água passou por debaixo da ponte, shows ocorreram, mas se ainda existiam dúvidas a respeito da nova formação, ela foi sanada de vez com seu 2º trabalho, Red Eyes.
Certamente existirão aqueles que tentarão traçar comparações entre o Hatefulmurder e o Arch Enemy, não só pelo Thrash/Death Metal Melódico praticado aqui, como também pelo fato de ambas contarem com uma vocalista. Bem, não dá para negar que podemos até encontrar pontos em comum aqui e ali, mas a verdade é que Red Eyes é muito mais que isso. É acima de tudo um trabalho muito forte, com composições inspiradas e que consegue equilibrar de forma muito madura elementos como agressividade e melodia, sem perder a essência de sua sonoridade.
Os vocais de Angélica estão ótimos e são responsáveis por uma parcela de agressividade das músicas. Podemos notar também a inclusão de alguns vocais limpos, que confesso, aos meus ouvidos, soaram um pouco estranhos e não funcionaram tão bem, soando um tanto quanto desnecessários às canções, mas também não chegam a comprometer. O trabalho de guitarra de Renan é simplesmente ótimo, esbanjando peso, criatividade, com riffs marcantes e boas melodias. Já a parte rítmica, com Felipe e Thomas não fica atrás, mostrando boa técnica, coesão e muita diversidade.
São 9 músicas que conseguem manter um nível alto de qualidade, mas com alguns destaques evidentes. Músicas como “Silence Will Fall”, bruta, agressiva e que abre o álbum da melhor forma possível, e “Tear Down”, onde os vocais limpos até funcionam bem em alguns momentos, mostram uma pegada mais moderna, saindo do lugar-comum de muitas bandas brasileiras quando o assunto é Thrash/Death. “Red Eyes”, além dos ótimos riffs, tem um refrão marcante, assim como a ótima “Riot”, que compartilha tais características. Outra que vale destacar é “My Battle”, que mescla não só velocidade com partes mais cadenciadas, como também melodia e agressividade. De quebra ainda temos a participação de Mayara Puertas (Torture Squad) nos vocais da ótima e bruta “Time Enough At Last”.
Gravado por Celo Oliveira, Felipe Eregion e Rafael Sentoma, nos estúdios Casa do Mato e Kolera Studio, Red Eyes recebeu a produção de João Milliet, tendo um resultado final muito bom. Está tudo limpo, claro, com todos os instrumentos 100% audíveis, mas ainda assim pesado e muito agressivo. Sinceramente, não fica devendo nada se comparado a 90% das produções que escuto vindas do exterior. Já a bela capa foi obra do grego Orge Kalodimas (pesquisem o trabalho dele na internet, é muito bom!), com arte e design de Eregion (Lacerated and Carbonized, Vociferatus, Unearthly). Simplesmente ótimo!
Renovado, mas sem perder a sua essência, e indo direto ao ponto (o álbum dura pouco menos de 32 minutos). Esse é o Hatefulmurder com o qual nos deparamos em Red Eyes, uma banda que caminha a passos largos para encontrar sua maturidade musical e fincar os dois pés no panteão dos grandes nomes da história do Metal no Brasil. Um dos melhores álbuns nacionais de 2017!
NOTA: 8,5
Hatefulmurder é:
- Angélica Burns (vocal);
- Renan Campos (guitarra/vocal);
- Felipe Modesto (baixo/vocal);
- Thomás Martin (bateria).
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