sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Desdominus - Without Domain (2003/2017)


Desdominus - Without Domain (2003/2017)
(Heavy Metal Rock - Nacional)


01. Supremacia Underground
02. Opposition Warrior
03. Without Domain
04. False Creator’s Creator
05. The Other Side... (Atheist Mind)
06. Intro*
07. Reality of Whispers Mine*
08. Ejaculate in Your Stupidity*
09. The Fall and the Vision*
10. Judgement of the Souls*
*Bonus Tracks: Judgement of the Souls - Demo 1999

E lá se vão quase 25 anos de serviços muito bem prestados ao Death/Black nacional. Surgido em Americana/SP, no ano de 1993, o Desdominus tem uma discografia sucinta se comparada com seu tempo de existência (3 demos e 3 CD’s), mas que é de suma importância pela qualidade apresentada em seus lançamentos. Vide por exemplo o caso de Uncreation, seu último trabalho, que foi um dos melhores lançamentos nacionais de 2015. Mas toda caminhada tem um início, e é ele que temos aqui, graças à iniciativa da Heavy Metal Rock de relançar o debut da banda, Without Domain.

Claro que não iremos encontrar aqui a mesma sonoridade dos dois trabalhos seguintes, Devastating Millenary Lies (13) e Uncreation, até porque existe um lapso de tempo considerável entre os mesmos, além de músicos diferentes envolvidos (apenas o baterista Ney Paulino se mantém na banda desde seu início), mas já era possível perceber que estávamos diante de uma banda diferenciada, que não poderia ter seu estilo rotulado simplesmente como Death/Black.

Em Without Domain, apesar de notarmos algumas similaridades com o Dissection, já podíamos observar que o então trio formado por Douglas (vocal/guitarra), Willian Gonsalves (guitarra/baixo/vocal limpo) e Ney Paulino (bateria) começava a forjar uma identidade sonora para o Desdominus. As canções aqui presentes se mostravam bem variadas e muito bem trabalhadas. Apresentam também um bom nível de complexidade e técnica, mostrando que não estávamos diante de uma banda qualquer. E, apesar de as composições serem brutas, é possível notarmos boas melodias inseridas nas mesmas, mas tudo de forma muito bem equilibrada. Podemos - e devemos - dividir o álbum em duas partes bem distintas. As 5 primeiras canções compõem Without Domain, enquanto a sua segunda metade é composta pela demo de 1999, Judgement of the Souls, que foi incluída como bônus aqui.

“Supremacia Underground”, que abre o CD, tem sua letra em português e, apesar de ser relativamente curta se comparada com as faixas seguintes, mostra boa variedade de ritmo. É um bom exemplo de Blackened Death Metal que une peso, agressividade e boas melodias. Já “Opposition Warrior”, assim como as demais músicas, começa com uma narração em português feita por Ney, para depois explodir em brutalidade. Podemos observar aqui a boa técnica da banda, assim como solos de muita qualidade. Os solos também são elemento de destaque em “Without Domain”, que despeja bons riffs, além de possuir arranjos bem interessantes. Cabe também uma menção aos vocais de Douglas, muito bons e que soam tipicamente Black em todo o álbum. “False Creator’s Creator” se mostra mais cadenciada em seu início e possuidora de ótimas melodias, além de ser bem variada, mas nunca abrindo mão da agressividade e do peso. “The Other Side... (Atheist Mind)”, encerra Without Domain de forma acústica e com boas melodias. 


Em seguida, temos as músicas que compõem a demo Judgement of the Souls, as quais mostram-se naturalmente mais cruas, mas também bem pesadas e agressivas. Após uma introdução, temos “Reality of Whispers Mine”, bem pesada, variada e que conta inclusive com alguns vocais femininos. “Ejaculate in Your Stupidity” esbanja brutalidade e agressividade, enquanto “The Fall and the Vision” se mostra mais cadenciada (apesar de momentos mais velozes da sua metade para frente) e detentora de um bom trabalho de guitarra, principalmente no que tange aos riffs. Finalizando, temos a mais que violenta “Judgement of the Souls”.

Chama a atenção o fato de que, apesar de as gravações aqui presentes datarem de 1999 e 2003, as mesmas apresentam um bom nível, melhores até do que algumas que escuto em trabalhos nacionais lançados recentemente. Além disso, nesse relançamento Without Domain vem embalado em um digipack caprichado, o que torna sua aquisição ainda mais interessante. Já mostrando personalidade e mesclando muito bem peso, agressividade, brutalidade e boas melodias, o debut do Desdominus não só resistiu ao teste do tempo, como é um trabalho que todo fã de Death/Black deveria ter em sua coleção.

NOTA: 8,0

Desdominus é (gravação):
- Douglas (vocal/guitarra);
- Willian Gonsalves (guitarra/baixo/vocal limpo);
- Ney Paulino (bateria).

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