sexta-feira, 21 de julho de 2017

Heaven Shall Burn – Wanderer (2016)


Heaven Shall Burn – Wanderer (2016)
(Shinigami Records/Century Media Records - Nacional)


01. The Loss Of Fury
02. Bring The War Home
03. Passage Of The Crane
04. They Shall Not Pass
05. Downshifter
06. Prey To God
07. My Heart Is My Compass
08. Save Me
09. Corium
10. Extermination Order
11. A River Of Crimson
12. The Cry Of Mankind (My Dying Bride Cover)

Existem bandas que sempre procuram inovar, às vezes com bons resultados, outras vezes, nem tanto assim. No espectro oposto, existem aquelas bandas que encontraram uma “fórmula mágica” e que, por isso, procuram se manter dentro de sua zona de conforto. Assim como no caso anterior, isso pode ser positivo ou negativo, dependendo muito do nível de inspiração dos músicos envolvidos. É nesse segundo caso que se encaixam os alemães do Heaven Shall Burn, que ano passado lançaram Wanderer, seu 8º trabalho de estúdio e que agora chega as mãos dos fãs brasileiros em sua versão nacional, graças à iniciativa da Shinigami Records.

No caso do grupo alemão, encontraram sua fórmula em Antigone (04) e de lá para cá, pouco arriscaram, variando alguma coisa aqui e ali, mas mantendo sempre uma mesma linha sonora, mesclando Death Metal Melódico com Metalcore, criando assim uma espécie de Deathcore Melódico, capaz de agradar desde os fãs de nomes como Kataklysm ou In Flames (antigo) até os que apreciam bandas como Caliban e As I Lay Dying. Felizmente, no caso do HSB, a inspiração sempre esteve em dia e nunca decepcionaram seus fãs, lançando bons trabalhos na última década.

Mas em Wanderer, primeiro trabalho sem o baterista fundador, Matthias Voigt, podemos observar alguns pequenos avanços na sonoridade do Heaven Shall Burn. A base de sua sonoridade continua ali, firme e forte, mas podemos observar uma certa influência de Thrash Metal nos riffs, dando assim mais peso às canções aqui presentes. Sim, estamos diante do trabalho mais pesado do HSB em muito tempo, o que acaba por ser uma lufada de ar fresco para a banda. Os vocais de Marcus Bischoff continuam ótimos, brutos, agressivos e variados, sendo uma das marcas do quinteto, mas precisamos muito falar aqui da dupla de guitarristas Alexander Dietz e Maik Weichert. Decididamente, são a alma de Wanderer, já que seus riffs conseguem equilibrar com perfeição agressividade e melodia, além de soarem muito pesados. Os solos também se destacam pela qualidade. Eric Bischoff faz um bom trabalho no baixo e cabe dizer que seu instrumento está bem mais audível aqui do que no trabalho anterior, Veto (13). Já o estreante Christian Bass consegue manter o alto nível de seu antecessor, já que a bateria continua soando bombástica.


São 12 canções, incluindo a já tradicional faixa cover que consta em todos os lançamentos. Depois de coverizar bandas como Bolt Thrower, Paradise Lost, Edge of Sanity e Blind Guardian, dentre outras, a escolha aqui recaiu sobre o My Dying Bride. O nível das mesmas é bem homogêneo, mas é possível apontar alguns destaques inatos aqui. “Bring The War Home” é esmagadora e tem uma influência bem nítida da cena de Gotemburgo, sendo impossível não se lembrar dos bons momentos do In Flames nos anos 90. Isso também ocorre em “Passage Of The Crane”, bem refinada mas sem abrir mão da brutalidade, em “Extermination Order” e na direta “Corium” (com participação do guitarrista Nick Hipa, ex-As I Lay Dying). “Prey To God” é a faixa mais Death Metal já composta pela banda e conta com a participação mais que especial de ninguém menos que George "Corpsegrinder" Fisher (Cannibal Corpse). Já “A River Of Crimson” é bem intensa e possui ótimas melodias. E não dá para não citar a primorosa versão de “The Cry Of Mankind”, do My Dying Bride, simplesmente magistral e de muito bom gosto, contando com a participação de Aðalbjörn Tryggvason, vocalista do Sólstafir.

Produzido pelo guitarrista Alexander Dietz, com mixagem e masterização de Tue Madsen (Behemoth, At The Gates, Dark Tranquillity, Moonspell, Kataklysm, Vader), o resultado final é ótimo. Claro, cristalino, pesado e agressivo. Já todo o layout e design foram obra de Carsten Drescher (After Forever, Arch Enemy, Epica, Borknagar, Paradise Lost, Lacuna Coil), e acompanharam a qualidade da produção. Se você é fã do Heaven Shall Burn, sabe bem que pode adquirir esse trabalho sem medo, mas se você se encontra no time dos mais receosos, devido ao pé da banda no Metalcore, mas é fã de Death Metal Melódico, eis aqui um título que vale muito a pena conhecer.

NOTA: 8,0

Heaven Shall Burn é:
- Marcus Bischoff (vocal);
- Maik Weichert (guitarra);
- Alexander Dietz (guitarra);
- Eric Bischoff (baixo);
- Christian Bass (bateria).

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