sexta-feira, 10 de março de 2017

Flageladör/Axecuter – Headbangers Afterlife (2016) (Split)


Flageladör/Axecuter – Headbangers Afterlife (2016) (Split)
(Mindscrape Music – Nacional)


Flageladör
01. As Intermitências da Morte (Instrumental)
02. Terceira Guerra Mundial
03. A Canção do Aço
04. Sangue Negro, Alimento das Bestas
05. Filhos da Bomba (Celso Blues Boy Cover)

Axecuter
06. Attack
07. Creatures in Disguise
08. In For Kill
09. Medieval Tyranny
10. Gimme More (Kiss Cover)

Eis aqui um trabalho que remete aos anos 80 em todos os sentidos, a começar pelo formato adotado, o do split, no caso aqui unindo os niteroienses do Flageladör e os curitibanos do Axecuter, duas bandas com boa rodagem dentro do underground nacional. E é justamente a experiência de ambas que acaba sendo o grande diferencial de Headbangers Afterlife.

Musicalmente, o nível de inovação aqui é zero. Do primeiro ao último segundo, tudo aqui irá remeter o ouvinte aos anos 80, tornando a audição desse split uma verdadeira viagem no tempo. A sonoridade de ambas possui similaridades, já que trafegam entre o Speed, o Thrash e o Metal Tradicional, com muita rispidez e algumas melodias aqui e ali. Bandas como Motörhead, Sodom, Destruction ou Diamond Head fatalmente poderão vir à mente em algum momento. Mas, apesar de todos os clichês do gênero se fazerem presentes, a verdade é que tanto o Flageladör como o Axecuter conseguem trabalhar muito bem os mesmos, evitando assim soarem chatos e repetitivos.


Cabe ao Flageladör as honras de abrir o trabalho. Adotando o português como idioma, fica impossível não nos lembrarmos dos primórdios do estilo no Brasil. Das 5 canções aqui presentes, destacam-se “Terceira Guerra Mundial”, bem direta e com ótimos riffs, a ótima “A Canção do Aço”, que te leva de volta aos anos 80 e o surpreendente cover para “Filhos da Bomba”, de Celso Blues Boy, que encerra a parte que cabe aos cariocas e mostra que, apesar da proposta sonora bem voltada para um Speed/Thrash, o radicalismo não tem vez por aqui.

O Axecuter tem uma sonoridade um pouco mais bem trabalhada, com uma influência mais presente de Metal Tradicional. “Attack”, que abre sua parte no split, se destaca pelos ótimos riffs e pelo ótimo trabalho da parte rítmica. “Creatures in Disguise” tem uma veia mais “motörheadiana”, enquanto “Medieval Tyranny” certamente vai te fazer sair batendo cabeça pelo quarto. Vale destacar que encerram sua parte com um cover para “Gimme More”, do Kiss.


Agora vamos falar da produção. O Flageladör teve sua parte gravada por Hugo Golon, no Soundhouse. A crueza dá o mote aqui. É um pouco complicado abordar esse lado, já que se por um lado, esse lado mais cru está totalmente dentro da proposta sonora da banda, que é soar totalmente anos 80, por outro, fica abaixo dos padrões atuais, até mesmo de nomes que seguem essa vertente. Mas vale destacar que a gravação é totalmente audível e você escuta perfeitamente todos os instrumentos. É mais uma questão de gosto. Se você curte algo bem cru, certamente irá aprovar. Eu particularmente acho que poderiam refinar sua proposta um pouco mais (sem exageros, claro, para não perder a essência da coisa). Quanto ao Axecuter, sua parte teve produção de Maiko Thome e do vocalista/guitarrista Danmented, tendo sido gravado, mixado e masterizado no Avant Garde Studio. O resultado final é muito bom, já que além de audível e limpo, conseguiu ter aquela dose de refinamento que citei ali acima, mas sem perder a crueza necessária.

A capa foi obra de Marcio Aranha, tendo sido concebida por Danmented, e confesso, achei muito legal a visão que ela passa do que seria o inferno para um headbanger. Fora que ao bater o olho na mesma, você já fica sabendo exatamente o que irá escutar por aqui (repare no DJ). Com uma sonoridade enérgica e que não nega em momento algum suas origens e influências, tanto o Flageladör quanto o Axecuter conseguiram forjar um trabalho que vai agradar em cheio os amantes daquele Metal feito nos anos 80. Acima de tudo, um trabalho que exala honestidade.

NOTA: 7,5

Flageladör é (gravação):
- Armando Exekutor (vocal/guitarra);
- Turko Basura (baixo);
- Hugo Golon (bateria).

Axecuter é (gravação):
- Danmented (vocal/guitarra);
- Rascal (baixo);
- Vigo (bateria).

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