Powerwolf
- Blessed & Possessed (2015)
(Shinigami
Records – Nacional)
01. Blessed & Possessed
02. Dead Until Dark
03. Army Of The Night
04. Armata Strigoi
05. We Are The Wild
06. Higher Than Heaven
07. Christ & Combat
08. Sanctus Dominus
09. Sacramental Sister
10. All You Can Bleed
11. Let There be Night
O fato de você se utilizar dos clichês
de um estilo, não significa que você tenha que fazer o mais do mesmo sempre.
Com criatividade, mesmo apresentando esse “mais do mesmo”, uma banda pode sair
do lugar comum e fazer algo minimamente interessante. Esse é o caso dos alemães
do Powerwolf e do Power Metal que praticam há 12 anos. É original? De forma
alguma. É legal? Demais da conta, uai!
Mas como esses caras conseguem isso?
Bem, quem conhece o trabalho do Powerwolf sabe a resposta (ou respostas). Em
primeiro lugar, na parte lírica optaram por fugir totalmente daquela coisa batida
de falar de heróis, dragões e ouras coisas nessa linha que todos estamos
cansados de saber. As letras aqui versam sobre anticristianismo, licantropismo
e afins, seguindo uma linha mais voltada para o terror e que rende resultados
bem legais. Só isso já seria digno de aplausos.
Em segundo lugar, Attila Horn. E daí se
existem vocalistas que conseguem alcançar notas quase inalcançáveis? Para mim,
a maioria desses caras parece apenas estar sendo empalado pelo Kid Bengala.
Fugindo daqueles agudos chatos e com sua voz grave, ele interpreta as músicas
de uma foram que gosto de definir como teatral, dando um diferencial imenso às
mesmas. Hoje é, ao menos para mim, o principal vocalista de Power Metal que
temos por ai.
Em terceiro lugar, temos a junção de
vários fatores. Os brilhantes teclados/órgãos de Falk Maria Schlegel (pelo amor
do Capiroto, esse cara é monstruoso), os trechos cantados em latim e os coros
gregorianos, que unidos a já citada interpretação “teatral” de Attila, gera um
clima sombrio muito, mas muito legal e que foge completamente daquela coisa
feliz e alegre que a maior parte das bandas do estilo adota.
De resto, talvez tirando o fato de não
apelarem muito para os bumbos duplos, a sonoridade do quinteto não se difere
tanto do que vemos nas demais do estilo. Ou seja, aqui vamos escutar o
guitarrista Matthew Greywolf despejando ótimos riffs (com boa dose de
agressividade) e solos, com aquelas melodias bem grudentas típicas do estilo e
a parte rítmica composta por Charles Greywolf (Baixo) e Roel van Helden
(Bateria), mostrando boa técnica e imprimindo bastante peso as músicas. Por
falar em músicas, os destaques aqui ficam por contas de “Blessed & Possessed”, “Army Of The Night”, “Armata Strigoi”, “We
Are The Wild”, “Sanctus Dominus”, “All You Can Bleed” e “Let There be Night”. Ah, e claro, já ia
me esquecendo. Os refrães grudentos estão por todos os lados aqui, como não
poderia deixar de ser. Alguns vão grudar na sua cabeça por dias a fio.
A produção ficou a cargo do renomado
Fredrik Nordström e como não poderia deixar de ser, apresenta excelente
qualidade. Limpa, tudo 100% audível, mas sem abrir mão do peso e da
agressividade que as músicas pedem. A capa, como de costume, é bem legal e
retrata perfeitamente o conteúdo do trabalho. A título de curiosidade, no
exterior o Cd vêm acompanhado de um cd bônus, intitulado Metallum Nostrom, que possui 10 versões bem legais para temas
clássicos do Rock/Metal e que consegue ser até mesmo superior ao álbum
principal.
O Powerwolf apresenta aqui algo
diferente do que o fez em seus 5 álbuns anteriores? Não, mas ainda sim consegue
não soar repetitivo (ao menos na maior parte do tempo) e sair do lugar comum do
estilo. Mas o mais importante de tudo é que conseguiram não só lançar um
material de qualidade, mas também muito divertido. E convenhamos, não é essa a
função da música, divertir o ouvinte? Sua praia é o Power Metal? É fã da banda?
Pode adquirir Blessed & Possessed
sem um pingo de medo.
NOTA:
8,5
Powerwolf
é:
-
Attila Dorn (Vocal)
-
Matthew Greywolf (Guitarra)
-
Charles Greywolf (Baixo)
-
Roel van Helden (Bateria)
-
Falk Maria Schlegel (Teclado)
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