Há
algumas semanas atrás me deparei com uma coletânea de Metal composta apenas por
bandas de países islâmicos e tal fato me despertou muito a atenção. Comecei a perguntar
como deveria ser a vida de um headbanger meio a uma cultura tão fechada e de
fundamentalistas religiosos, mesmo sabendo que essa não é a maioria do mundo
islâmico. Como bom historiador que sou, parti para a pesquisa e me surpreendi
em muito com o que me deparei.
“Tocamos
Heavy Metal, porque nossas vidas são Heavy Metal.”. Essa frase mostra bem o
espírito do headbanger em terras islâmicas. Meio a uma população que hoje,
majoritariamente se encontra com menos de 25 anos, o Heavy Metal vem crescendo
cada vez mais como uma forma de protesto, de se expressar contra a opressão
cultural e a falta de liberdade de muitos países, principalmente aqueles
localizados no Norte da África e no Oriente Médio. A agressividade que os
rodeia se encaixa perfeitamente nesse nosso amado estilo musical. Ainda sim,
nada é fácil para fãs e bandas. Nos anos 90 e início dos anos 2000, vários
foram os casos de headbangers presos, acusados de satanismo e de práticas
capazes de minar e fé de um muçulmano. Ainda hoje, no Irã, o governo confisca
materiais de bandas que se “excedam” além do aceitável em seus shows e músicas.
No Uzbequistão, são acusados de imorais e de irem contra as tradições. Ano
passado, um show do Lamb Of God na Malásia foi proibido porque as autoridades
alegaram que sua música infringia valores culturais e religiosos do país. Na mesma
Malásia, 10 anos antes, discutiu-se a possibilidade da proibição do Heavy Metal
no país.
Por
mais que nos dias de hoje as forças político/religiosas mais moderadas já não
se importem tanto com a questão da música e que já existam festivais em países
relativamente mais fechados, ainda sim ocorre certa tensão por parte das
autoridades para com o fã de Heavy Metal, principalmente pelo fato que de o
Metal funciona na maior parte do tempo, como uma musica ativista e
contestadora, através da qual o jovem islâmico cobra mudanças em uma sociedade
que em muitos aspectos, os priva da liberdade.
Impressionou-me
muito a quantidade de ótimas bandas que encontrei, principalmente no que se
refere a sonoridades mais extremas, talvez pelo fato da violência cotidiana a
que são expostos. Fique então com um breve panorama do que encontramos no mundo
islâmico quando o assunto é Heavy Metal. Conheçam agora, um pouco daqueles que
passei a chamar de Heavy Metal Mujahidin e as Muhajababes.
Acrassicauda (Iraque)
Seeds Of Ibilis (Iraque)
Atria (Irã)
Mist Within (Irã)
Lunacyst (Bahrein)
Vallendusk (Indonésia)
Humiliation (Malásia)
Dionysus (Paquistão)
Sand Aura (Egito)
Karma (Egito)
Kimaera (Líbano)
Benevolent (Kuwait)
Depth (Kuwait)
Analgesia (Marrocos)
Sabhankra (Turquia)
Bilocate (Jordânia)
Chalice Of Doom
(Jordânia)
Midway (Emirados Árabes)
Creative Waste (Arábia Saudita)
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