Within Temptation – Hydra (2014)
(Nuclear
Blast (Europa)/ Hellion (Brasil))
01. Let
Us Burn
02. Dangerous
(feat. Howard Jones)
03. And
we Run (feat. Xzibit)
04. Paradise
(What About Us?) (feat. Tarja)
05. Edge
of the World
06. Silver
Moon
07. Covered
By Roses
08. Dog
Days
09. Tell
Me Why
10. Whole World Is Watching (feat. David Pirner)
Quando o
Within Temptation surgiu nos anos 90, praticava aquele Gothic Doom que andou
muito em voga na segunda metade daquela década e que rendeu diversos outros
nomes a cena. Com a posterior queda de popularidade do estilo (afinal de
contas, tudo são ciclos quando se trata de música), separou-se o joio do trigo
e apenas as bandas que procuraram dar um passo a frente em seu som conseguiram
permanecer em voga nos anos 2000. E no caso do sexteto holandês, não podemos
acusar de forma alguma a banda de nunca procurar inovar, já que a cada
lançamento buscam renovar seu som. O problema é que nem sempre isso significa
que o resultado será satisfatório. Se em um primeiro momento, migraram para um
Metal Sinfônico, posteriormente, numa tentativa de alcançar popularidade cada
vez maior, passaram a adicionar um tempero mais pop a suas músicas, sempre
calcadas na bela voz de Sharon den Adel, uma das melhores vocalistas de sua
geração. E é ai que para alguns, a porca torce o rabo.
Claro,
não vou negar que julgo mais do que válido quando uma banda não se acomoda e
procura novas sonoridades para sua música, dando a ela um ar mais amplo e
moderno, mas tudo nessa vida deve ser usado com parcimônia. Hydra continua do ponto onde o álbum
anterior, The Unforgiving (que os fez
aparecer pela primeira vez na Billboard 200), parou. As orquestrações continuam
presentes, mas de uma forma muito mais contida e o que encontramos durante toda
a audição é uma tentativa de equilibrar um som mais agressivo com melodias
fáceis do pop, procurando tornar o Within Temptation mais acessível para os
ditos “fãs normais”. Funciona? Nem sempre. “Let
Us Burn”, com elementos eletrônicos e refrão grudento, “Dangerous”, com riffs pesados e um dueto empolgante de Sharon com
Howard Jones (ex-Killswitch Engage) ou “Tell
Me Why”, a mais pesada do álbum, entram no grupo das que funcionam muito
bem. Já “Edge of the World”, com algo
de Florence and the Machine (influência que surge novamente em “Dog Days”), “Covered by Roses”, que não empolga muito e principalmente, a
descaradamente pop e constrangedora (para um fã de Metal) “Whole World Is Watching”, que conta com a participação de David
Pirner (Soul Asylum), ficam no grupo das faixas desnecessárias. Já “Silver Moon” soa mais tradicional ao
estilo da banda e se destaca em Hydra, chegando a contar com os vocais guturais
de Robert Westerholt (G), que são sempre bem vindos.
Deixei
aqui duas músicas para comentar por último, pois ambas vão gerar discussões
acaloradas. A primeira e certamente a mais polêmica, se trata de “And we Run”, que conta com a
participação do rapper Xzibit, muito popular no mercado americano, foco
principal da banda nos dias de hoje. Se você é desses que possui a cabeça
aberta, vai achar a mesma moderna e ousada e fatalmente gostar. Agora, se você
é daqueles mais puristas, vai abominá-la. Deixo para que o ouvinte a julgue. Já
“Paradise (What About Us?)” era tranquilamente
a faixa mais esperada de Hydra, pois
desde o início sabia-se que a mesma contaria com um dueto de Sharon den Adel
com ninguém menos que Tarja. Sei que vou comprar briga com muita gente ao dizer
isso, mas me decepcionei profundamente com essa faixa. Claro, o dueto ficou
belíssimo, as duas são muito talentosas, mas a música em si é absurdamente
genérica, sem um pingo de inspiração. Realmente achei broxante.
Obstante
o ótimo trabalho das guitarras em Hydra,
pois estão até bem pesadas e agressivas, esse é o disco mais acessível do
Within Temptation. Na sua busca por uma nova sonoridade, mesclaram
perigosamente o Metal com o Pop, o que acabou por gerar alguns momentos
totalmente desnecessários aqui. É um crime fazer essa mistura? Não, nada
contra, mas bandas como o Amaranthe o fazem de forma muito mais competente. Mais
um passo a frente e viram Pop de vez.
NOTA: 7,0
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