terça-feira, 6 de junho de 2017

Memoriam - For The Fallen (2017)


Memoriam - For The Fallen (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. Memoriam
02. War Rages On
03. Reduced To Zero
04. Corrupted System
05. Flatline
06. Surrounded (By Death)
07. Resistance
08. Last Words

Em 2015, o mundo do Death Metal foi surpreendido com a repentina morte, aos 38 anos de idade, de Martin "Kiddie" Kearns, baterista do Bolt Thrower. Seguiu-se um período de silêncio total por parte da banda, até que no aniversário de 1 ano da morte do mesmo, soltaram uma nota anunciando o fim de suas atividades. A essa altura, em homenagem a Martin, o vocalista Karl Willetts já havia se juntado ao guitarrista Scott Fairfax (que toca ao vivo com o Benediction), ao baixista Frank Healy (Benediction, Sacrilege) e ao baterista original da banda, Andrew Whale, para formar o Memoriam.

Com um time desses reunido, não existe mistério a respeito da sonoridade adotada pelo Memoriam. É um Death/Doom clássico em sua essência, direto e tocado com paixão. Os vocais de Willetts podem não ser mais os mesmos de anos atrás, mas ainda assim conseguem impor muito respeito pela força que conseguem imprimir às canções. A Guitarra de Fairfax tem uma sonoridade bem suja, distorcida e despeja riffs verdadeiramente esmagadores, enquanto o baixo de Frank soa forte e a bateria de Andrew, poderosa. Uma parte rítmica de respeito, sem sombra alguma de dúvida. A brutalidade permeia todo o trabalho, que se mostra bem variado, já que temos tanto momentos mais arrastados, quanto mais velozes.

Já na abertura, com “Memoriam”, temos uma amostra do que vem pela frente. Uma levada carregada, mais arrastada e um riff fortíssimo. Na sequência, “War Rages One” tem início com um pequeno trecho do discurso de guerra do ex-primeiro ministro inglês Neville Chamberlain em 1939, logo após a Alemanha invadir a Polônia. Daí em diante, é brutalidade e agressividade em forma de música. Death Metal em seu estado puro. “Reduced to Zero” possui um riff simplesmente bombástico e uma pegada mais Doom. Em contrapartida, a faixa seguinte, “Corrupted System” é rápida, enérgica e com forte influência Punk. Uma paulada. “Flatline” soa bem agressiva e tem um riff que lhe dá um clima sombrio, enquanto “Surrounded (By Death)” surge com a brutalidade e violência de uma máquina de guerra. Alterna bem momentos mais arrastados com outros menos cadenciados, obtendo assim boa dinâmica. “Resistance” tem uma aura macabra e carrega nas influências Doom, enquanto “Last Words” soa épica com seus quase 9 minutos e suas melodias sombrias.


Gravado e masterizado por Ajeet Gill (Bode Preto, Dark Forest), teve a mixagem feita em parceria entre o mesmo e Scott Fairfax, no Hellfire Studios. O resultado final foi muito bom, já que deixou tudo audível, mas com uma dose de sujeira que faz bem à música do quarteto.  Quanto à parte gráfica, a belíssima capa ficou por conta de Dan Seagrave, responsável por trabalhos clássicos de lendas como Benediction, Dismember, Entombed, Edge Of Sanity, Hypocrisy, Morbid Angel, Malevolent Creation, dentre muitos outros, enquanto o layout foi obra do brasileiro Marcelo Vasco (Slayer, Borknagar, Brujeria, Belphegor, Dark Funeral, Kreator, Testament).

Você poderia brincar e chamá-los de Benethrower ou Boltdiction, mas a verdade é que são o Memoriam, uma banda que surgiu de uma fusão simplesmente matadora e que dá uma verdadeira aula de como fazer o bom e velho Death Metal. Bruto e raivoso, como qualquer trabalho do estilo deveria ser e candidato a estar em muitas listas no final de 2017. Se curte, pode comprar sem medo.

NOTA: 9,0

Memoriam é:
- Karl Willetts (vocal);
- Scott Fairfax (guitarra);
- Frank Healy (baixo);
- Andrew Whale (bateria).

Homepage
Facebook
Bandcamp



Nenhum comentário:

Postar um comentário